Coluna: "A Bola Está Comigo" - O tempo passa e a emoção também

De São Paulo

Saudações aos colegas leitores que nos prestigiam aqui no Boleiros da Arquibancada. Para início, recapitulando a semana, lembramos como foi a jogada: O juiz apitou e João Vitor Cirilo deu a saída de bola  nos mostrando a visão cubana de ser no mundo dos esportes; depois levantou a cabeça e viu Lucas Fernando livre, que sem pestanejar apontou mostrando a Bagunça do Cruzeiro de 2011; com o congestionamento no meio campo, ele teve que lançar a bola para o campo de ataque, e ela foi parar em Fortaleza, com a gloriosa Anna Nathália que com pinta de capitã, cobrou o juiz pela "falta" de consideração com as "Maurines e Martas" do Brasil. Com isso tivemos o fim do primeiro tempo.

Na volta do intervalo, o time sem alterações, foi a vez do companheiro Arthur Stabile, com o seu dom filosófico, fazer a seguinte indagação que Platão não teve tempo de fazer: Onde estão os ídolos de verdade?. Com um belo passe de trivela, Matheus de Oliveira dominou na coxa (chutou o chão e depois caiu em câmera lenta - não vale dar risada, ok?) e com uma boa visão de jogo avistou Falhas no sistema político-ofensivo organizador da Copa, mostrou as birras e cifras bilionárias que alimentam os interesses nos eventos de 2014 e 2016. Com uma assistência à lá Ronaldinho Gaúcho nos tempos de Barcelona, aquela que ele fazia sem olhar, encontrou Eduardo do Carmo que mostrou com quem realmente está a bola, no pé de Neymar. Por fim, a bola que rodou muitos quilômetros virtuais parou aqui, comigo. Tá mais e daí, gastou dois parágrafos só para falar do que aconteceu na semana? Isso é perda de tempo - Você caro leitor poderia me fazer essa indagação.

Até que poderia ser isso mesmo, transpassa falta de conteúdo, mesmice, chateza. Sim, é o que penso do formato atual do campeonato de futebol brasileiro sob pontos corridos. 38 rodadas, sem mata-mata, sem time se classificando entre os oito na "bacia das almas" e sem isso ou aquilo outro. Aí você me rebate: Mas pera aí, é justo, ganha quem ganha mais e perde menos. Tá, grande emoção o campeonato de 2003 do Cruzeiro que ganhou com mais 300 pontos à frente do segundo colocado com 415 rodadas de antecedência. Ah, mas e os outros anos? Para mim, chatos, última rodada, com os favoritos ganhando. Até acho que o que mais me chamou à atenção foi a campanha contra o rebaixamento do Fluminense do que qualquer outra coisa.

Caro amigo leitor, que sabe que na maioria dos esportes os jogos não acabam empatados, que na grande parte das disputas o melhor vence e que em algumas modalidades o uso de replays já é constante. Isso é uma das diferenças do esporte chamado futebol, que também tem os seus lados negativos como qualquer outro, mas acima de tudo, nos transpassa emoção, faz que esqueçamos por no mínimo 90 minutos dos problemas que temos, dos imbróglios que enfrentamos no nosso cotidiano. Agora, padronizá-lo perante aos campeonatos europeus, deixá-lo sem aquela emoção de ver os times brigando para ver quem entra no seleto grupo dos oito primeiros para jogar as quartas, semi-final e a real final, já é demais. Quem não lembra do último campeonato brasileiro disputado sem o sistema de pontos corridos, com Robinho dando show, o Santos mostrando uma geração de craques, isso tudo após se classificar por uma combinação de três resultados, na última e oitava posição? Depois disso, o Santos venceu o São Paulo que se classificou com rodadas de antecedência. Aquilo sim foi um campeonato emocionante.

Pois bem, o mundo da bola às vezes nem é tão redondo assim, o mundo da bola pode ser quadrado, igual uma caixa, uma caixa de surpresas. É pecado tentar guardá-la dentro do armário e esquecê-la.

Caros amigos, eu Gilmar Junior após uma bela troca de passes entre os companheiros, chutei ao gol. O lance que por sua vez está sob contestação, pois críticos alegam que estava sob impedimento. Não me importo, apenas tento comemorar o gol à minha maneira, porque esse é o meu trabalho. Passo a bola para o comando do maior marcador de Hat-Tricks da história do blog que vos fala, João Vitor Cirilo.

Boa semana a todos e até breve!