quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Sonhando com o retorno às glórias do passado, Minas apresenta equipes de vôlei

Enquanto time masculino visa repetir desempenho da temporada 2014/2015, feminino, com Tandara, quer lutar entre os favoritos para 2015/2016


De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.

21/10/2015 - Foram apresentadas oficialmente nesta quarta-feira (21) as equipes de voleibol do Minas Tênis Clube, na Arena da Rua da Bahia, em Belo Horizonte. Aliás, com grande expectativa sobre o time feminino, nesta temporada comandado pelo bicampeão olímpico Paulo Coco, auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção brasileira feminina. Mais uma vez tendo o nome Camponesa/Minas, o sonho é voltar a brigar por conquistas. O último título nacional no feminino veio na temporada 2001/2002. Em 1992/1993, a primeira conquista, quando o torneio ainda se chamava Liga Nacional.

Equipes foram apresentadas em evento aberto ao público na Arena MTC.
(Foto: Orlando Bento/MTC)

Como atração principal na apresentação desta quarta, uma novidade: a oposta e ponteira Tandara, que seguirá jogando em Minas Gerais. Após defender o Dentil/Praia Clube, de Uberlândia, e o nascimento da filha Maria Clara há um mês, a campeã olímpica chega a Belo Horizonte para retomar a carreira. Aos 26 anos e sonhando com a convocação para os Jogos Olímpicos do Rio no ano que vem, a atacante precisará provar que seguirá jogando em alto nível para retornar ao time de verde e amarelo.

A expectativa é que ela só defenda o Minas em alto nível a partir do segundo turno da Superliga, que começa em novembro. Para isso, nada de acelerar o retorno. Trabalhos com bola apenas na segunda quinzena do próximo mês. "Estou bem. Todo meu peso da gestação eu já perdi. Falta um pouquinho ainda, mas agora é o mais fácil. Estou me sentido muito bem. Estou me preparando, mas para esse início de temporada, ainda não. Estou fazendo mais prevenção, reforço, fortalecimento, bastante aeróbico, para voltar ao ritmo mais rápido", destaca Tandara. "Acredito que pro meio do mês que vem já esteja com bola, mas nada de salto, para não correr risco de lesão", pondera.


Tandara chega ao Minas sonhando com os Jogos do Rio em 2016.  
(Foto: Orlando Bento/Minas TC)

Exemplo de Jaqueline

Tandara vive situação parecida com a de outra recente jogadora do Minas Tênis Clube, a ponteira Jaqueline, que também teve um filho há alguns anos e jogou em Belo Horizonte. Aliás, Jaque conseguiu o sonho de atuar ao lado do marido Murilo e, nesta temporada, passou a defender o Sesi-SP, assim como seu esposo. Tandara também é casada com um jogador, o ponteiro Cleber, que defendeu Montes Claros na última temporada. Seria possível atuar junto ao marido também no Minas?

Tandara garante que já tentou. "Tomara que dê certo. Se for, será muito bom. E vai ser rápido, né? Os três no mesmo lugar. Com o presidente, não (conversou), mas a gente já falou com o diretor. Vamos esperar", revelou a brasiliense, esperançosa, que antes de Minas e Praia, também passou por Sesi-SP, Vôlei Amil, Sollys/Osasco e Pinheiros. Além de Tandara, o time feminino do Minas conta com outros nomes da seleção brasileira em seu elenco. A oposta Rosamaria, em ascensão no time brasileiro, e a líbero Léia são as principais novidades, assim como a meio de rede Mara.

Ouça: Novas companheiras no Minas, Rosamaria e Tandara visam Rio 2016

Entre outras atletas, permanecem no clube a ponteira Mari Paraíba, que passou a fazer parte frequentemente das convocações de Zé Roberto, e a levantadora Naiane, grande revelação da última temporada. A ponteira e oposta Carla, importante definidora no ataque, também continua com o time, assim como a meio de rede Carol Gattaz, ex-seleção brasileira e que será a capitã em 2015/2016. Samara, ponteira ex-Osasco, foi outra contratada.

Na foto ao lado de Nery Tambeiro (técnico do masculino, ao fundo), Paulo Coco recomenda paciência para o início de trabalho.
(Foto: Orlando Bento/Minas TC)

Paciência

O técnico Paulo Coco sabe da responsabilidade de trazer de volta às glórias ao Minas. "Acho que não é uma responsabilidade; é um desafio, no sentido de que o Minas está almejando voltar às glórias passadas. A semifinal do ano passado, que não ocorria há muito tempo, trouxe essa motivação, essa esperança e fez com que houvesse essa união do clube com os patrocinadores. Isso mostra que todos estão embuídos em colocar o Minas nesse lugar".

Porém, o técnico destaca que é necessário tempo. "Nós precisamos entender que o esporte requer um caminho para você ir alcançando e alçando esses degraus mais distantes ou subindo patamares. Nessa segunda temporada (desde o patrocínio da Camponesa), a gente pode dar um passo adiante em cima do que foi a montagem da equipe", avalia o treinador.

Quanto à montagem do elenco e a presença de Tandara, Paulo Coco, mais uma vez, recomenda paciência. Entre as semifinalistas do ano passado, o Minas é uma das equipes que mais mexeu no grupo e perdeu duas campeãs olímpicas: a ponteira Jaqueline, que foi para o Sesi, e a central Walewska, transferida para o Praia.

— Apesar de estarmos trazendo uma campeã olímpica, que é a Tandara, as condições são diferentes. Quando a Jaqueline veio no ano passado, ela veio pra jogar. A Tandara ainda requer um tempo de preparação devido à sua gestação e cinco meses sem atividade física. Requer uma paciência maior da nossa diretoria, dos nossos patrocinadores, do nosso torcedor. E a equipe, por ter havido uma quantidade grande de mudanças, ainda vai requerer um tempo de entrosamento, para sabermos em que nível essa equipe pode brigar. O que acreditamos é que com essa montagem e um bom trabalho nosso, a equipe possa concorrer em condições de igualdade com as grandes forças do voleibol brasileiro. Esse é o nosso objetivo.

Everaldo segue como levantador titular e capitão do Minas.
(Foto: Orlando Bento/Minas TC)

Manutenção do bom trabalho

Já o time masculino aposta nos jovens valores e na capacidade de dois cubanos na virada de bola. Vice-campeão mineiro no último fim de semana ao perder a final para o Sada Cruzeiro por 3 sets a 2 (com direito a 15/13 no quinto set), o Minas conta com o oposto Yadrian Escobar (maior pontuador da última Superliga) e o ponteiro Raidel González como suas referências. Seguem com o grupo o experiente levantador e capitão Everaldo, o líbero Lucianinho, os centrais Flávio e Pétrus e o excelente ponteiro Bruno Canuto, referência no passe. Após bom trabalho na temporada passada, Nery Tambeiro segue como treinador.

No masculino, o Minas estreia no dia 7 de novembro, sábado, 14h (de Brasília), contra o São José dos Campos, na Arena MTC. Já o Camponesa/Minas estreia no feminino fora de casa, no dia 13, contra Rio do Sul. Antes disso, entre os dias 28 e 31 deste mês, haverá a disputa do quadrangular final do Campeonato Mineiro de Voleibol Feminino, no Praia Clube, em Uberlândia. Os adversários serão Vôlei Itabirito, Minas Náutico e o atual campeão Dentil/Praia Clube.

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