Do Rio de Janeiro
Por Bernardo Peregrino.
29/03/12 - Diz-se que é errando que se aprende. Entretanto, essa máxima pareceu não servir para o Flamengo, que perdeu para o Olimpia, jogando em Assunção, por 3 a 2, na noite desta quarta-feira (28). O time carioca cometeu diversos erros e mostrou que a lição do jogo anterior contra os paraguaios – o Fla vencia por 3 a 0, mas tomou três gols em 15 minutos – não foi aprendida. A derrota complica a situação do Flamengo no Grupo 2 da Taça Libertadores da América, porque o Olimpia e Lanús lideram o grupo com 7 pontos, enquanto que o rubro-negro tem 5, restando confrontos com o Emelec, fora, e o Lanús, no Engenhão.

Love foi o mais perigoso do Flamengo
(Foto: Alexandre Vidal/Flaimagem)
A princípio, o Flamengo não sentiu a pressão vinda das arquibancadas do Defensores Del Chaco lotado. O rubro-negro começou tendo mais posse de bola, mas esbarrava na forte marcação do Olimpia. Logo aos 4 minutos, Vágner Love recebeu na entrada da área, girou e bateu por cima. Apesar de ter mais volume de jogo, o Flamengo pagou um preço alto pelo seu primeiro descuido no jogo. David Braz fez uma falta boba, quase na marca de escanteio, e, na cobrança, Luiz Antônio se descuidou da marcação, deixando Orteman livre para balançar as redes, aos 6. O gol, por incrível que pareça, acentuou o domínio do Flamengo, porque o Olimpia posicionava todos os seus jogadores atrás da linha do meio-campo e só saía em contra-ataques.
O time paraguaio abusava da violência, a exemplo do que foi visto no jogo realizado duas semanas antes, no Engenhão. Para completar, o árbitro Enrique Osses não coibia os lances mais ríspidos, como uma dividida fortíssima entre Aranda e Ronaldinho, que terminou apenas com um cartão amarelo para o jogador do time paraguaio. Em termos de oportunidades, ambos os times apostavam em chutes de fora da área, com destaque para um chute de Marín, defendido por Felipe, aos 29, e um chute de Botinelli, por cima do gol, aos 19.
A melhor chance do Fla veio aos 31, quando Léo Moura cruzou para a área e o goleiro Silva tirou mal. A bola sobrou para Ronaldinho, que serviu Love, mas o Artilheiro do Amor jogou para fora. No fim da primeira etapa, o árbitro, a despeito das diversas paradas que o jogo teve, deu apenas dois minutos de acréscimo.
Na volta do intervalo, o Flamengo deu sinais de que conseguiria reagir. Aos 3 minutos, Ronaldinho teve um de seus lampejos e deu ótimo passe para Vágner Love, que entrou livre na área, cara a cara com o goleiro. Então, o Artilheiro do Amor teve categoria para tocar no alto e empatar o jogo. Porém, a igualdade não durou muito. Com 6 minutos jogados, Gonzáles espirrou o taco quando tentou cortar um chute fraco de fora da área – a jogada preferida do Olimpia – , e a bola sobrou para Zeballos, que tentou duas vezes para vencer Felipe.
O gol poderia ser um balde de água fria no Fla, mas o Olimpia voltou a recuar e o rubro-negro ia ganhando campo. Aos 16, Love caiu na área e Botinelli pegou a sobra, mas não conseguiu passar pelo goleiro. Três minutos depois, uma triangulação entre Ronaldinho, Botinelli e Love terminou no chute do atacante, mas Silva fez bela defesa. Quando o cronômetro já marcava 26 minutos, veio mais um golpe no Fla: Aranda driblou Leo Moura e chutou rasteiro de fora da área, no cantinho: 3 a 1. Com a desvantagem, não restava outra alternativa ao time carioca, a não ser atacar.
A retranca do Olimpia e a insistência em jogadas pelo meio impediam qualquer penetração, o que fez Botinelli optar por chutar de fora da área, aos 32. A bola pegou um efeito incrível e entrou: golaço. A partir daí, praticamente não houve mais jogo, porque o Olimpia, ao mesmo tempo que se fechava, aproveitava a falta de experiência de alguns jogadores do Flamengo para cavar faltas e parar ainda mais o jogo. Agora, o Fla terá dois jogos decisivos: domingo, contra o Bangu, em Macaé, pela Taça Rio, e quarta, contra o Emelec, no Equador, pela Libertadores. Se o rubro-negro quiser se classificar em ambos os campeonatos, terá de vencer os dois próximos confrontos.
OLIMPIA: Martín Silva; Francisco Nájera, Adrián Romero, Enrique Meza e Sebastián Ariosa; Eduardo Aranda, Sergio Orteman, Fabio Caballero (Paredes 37'/2ºT) e Vladimir Marín (Hobecker 41'/2ºT); Pablo Zeballos (Maxi 29'/2ºT) e Luis Caballero - Técnico: Gerardo Pelusso.
FLAMENGO: Felipe; Léo Moura, Marcos González, David (10'/1ºT) e Júnior César; Muralha (Deivid 25'/2ºT), Willians, Luiz Antonio e Darío Bottinelli; Ronaldinho e Vagner Love - Técnico: Joel Santana.
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