quinta-feira, 21 de abril de 2011

O jogo da história do Horizonte

Matheus de Oliveira,
de Belo Horizonte


O simpático Horizonte do Ceará chegou desacreditado por muitos, senão todos. Acho que nem mesmo os jogadores acreditavam que conseguiriam um excelente resultado no Rio de Janeiro diante do todo poderoso Flamengo.

A escalação do Flamengo acusava que o time ia atacar sem medo. O técnico Vanderlei Luxemburgo optou pela entrada de Vanderlei no ataque formando dupla com Ronaldinho Gaúcho e colocando Negueba na posição de origem como armador. Renato Augusto foi deslocado para a lateral-esquerda. Jogando num 4-4-2 com dois armadores, o Flamengo começou partindo pra cima do Horizonte, já criando a primeira oportunidade de marcar no primeiro minuto com Thiago Neves. O meia bateu cruzado dentro da grande área e a bola passou muito perto do poste direito de ... .

O começo de partida não mostrou o que seria o decorrer dela. O Horizonte percebeu que o time da casa não estava numa noite inspirada e começou a sair para atacar. Não só tentando marcar, mas querendo jogar, o time cearense manteve uma boa posse de bola e conseguiu em alguns momentos equilibrar a partida descendo ao ataque, ma faltando alguém que colocasse o companheiro na cara do gol. As jogadas morriam na entrada da área do Urubu.

Quando o jogo ainda estava morno, Vanderlei tratou de esquentá-lo. Aos vinte minutos, Negueba passa para Vanderlei dentro da área que ajeita, limpa o marcador e chuta. A bola desvia no pé do zagueiro e vai no ângulo. Falmengo 1 a 0.

O Flamengo parecia ter se animado com o gol. A técnica de Ronaldinho e Thiago Neves aliada às boas descidas de Negueba e Renato Augusto mantinham a posse de bola próxima à area do Horizonte. Mas na hora de preparar a jogada pro goleador, a defesa se safava. Negueba chegou a mandar um chutaço na entrada da área, fazendo o goleiro ... a fazer grande defesa, a bola ainda totcou na trave. Mas foi só.
O Horizonte, a partir dos trinta minutos começou a ter domínio do jogo e pressionou o rubro-negro carioca. Em duas oportnidades o goleiro Felipe teve de salvar. Mas, aos trinta e sete não teve como impedir. David Braz faz penalti. O atacante horizontino invade a área e o zagueiro chega desajeitado pelo chão derrubando o que viu pela frente. Elanardo cobrou e no meio do gol, Felipe foi pro canto esquerdo. 1 x 1.

(Foto: Maurício Val/VIPCOMM)

O segundo tempo começa e só dá Flamengo. Nos dez primeiros minutos a bola permaneceu quase que totalmente no campo de ataque flamenguista, mas o Horizonte é guerreiro e na base da vontade e do chutão consegue não sofrer o gol.

Com o empate sendo ótimo negócio pro Horizonte, a equipe decidiu só sair na boa. O Flamengo, por sua vez, não queria terminar com um empate de casa e por isso foi pra cima. Foi pra cima, mas não de forma suficiente para marcar. O time estava desorganizado e a mudança feitas pelo técnico Vanderlei Luxemburgo parecia não funcionar (Sai Negueba e entra Diego Maurício).
O time continuou atacando, mas na base da vontade. Isso não foi suficiente para vazar a defesa do horizontina que, ao contrário do primeiro tempo, tinha se acertado e dava poucas brechas.

A minha manchete diz que esse foi "o jogo da história do Horizonte", porque o Flamengo continua favoritíssimo a passar de fase e não acredito que, mesmo em casa, o Horizonte possa surpreender novamente. É como se São Paulo x Liverpool ou Inter x Barcelona não decidissem a final do Mundial de Clubes em apenas uma partida. Seria quase certo (quase porque no futebol o improvável acontece) que os europeus se dariam melhor.

Ouça o gol mais importante, até aqui, da história do Horizonte na voz do "bom de bola" Edson Mauro, pela Rádio Globo:

Horizonte marca com Elanardo em cima do Flamengo - Edson Mauro by oliveirasouza


Ficha do Jogo:

Flamengo: Felipe, Léo Moura, Welinton, David Braz e Renato; Maldonado (Rodrigo Alvim), Willians (Fierro), Thiago Neves e Negueba (Diego Maurício); Ronaldinho e Wanderley. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

Horizonte: Alex, Éderson (Régis), Douglas, Carlinhos e Júnior Cearense; Elanardo, Valter e Hércules (Da Silva); Diego Palhinha (Jackie Chan), Isac e Siloé. Técnico: Roberto Carlos

Estádio: Engenhão, Rio de Janeiro

Árbitro: Wagner Reway (MT)
Auxiliares: Paulo César Silva Faria (MT) e Fábio Rodrigo Rubinho (MT)

Público: 6.809 pagantes (9.029 presentes)
Renda: R$ 134.445,00.

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