De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.
17/04/11 - Leonardo Bertozzi é comentarista dos Canais ESPN e da Rádio Estadão/ESPN. Além dos comentários, Léo também cumpre a função de editor no site trivela.com . Bertozzi aceitou gentilmente responder a algumas perguntas nossas. Trazemos essa entrevista agora até vocês.
Sobre o início de carreira, Bertozzi, conte aos nossos leitores sobre sua formação e onde iniciou seus trabalhos.
Formei-me em jornalismo no Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH) em 2002. Durante a faculdade, trabalhei em sites especializados e cobri jogos do Atlético para o site oficial do clube. Em SP, criei e mantive o site futeboleuropeu.com.br de 2004 a 2007, quando fui para a Trivela.com, inicialmente como repórter, hoje como editor. Na TV, comentei no BandSports e no FX antes do convite da ESPN, em 2009.
Queremos saber em quais outros meios de comunicação já trabalhou e como foi o convite de trabalhar em uma das maiores televisões esportivas do mundo, a ESPN ?
Fui indicado por amigos à ESPN e recebi o convite para fazer um teste em agosto de 2009. Deu tudo certo e fiz minha estreia em um jogo entre PSV e Ajax, pelo Campeonato Holandês.
Na sua opinião, a cobertura esportiva brasileira é satisfatória? Não faltaria, por exemplo, um pouco mais de jornalismo investigativo?
Há muita diferença entre os veículos. Existe gente que tem potencial para fazer um ótimo jornalismo investigativo e não pode fazê-lo, por causa de interesses corporativos.
O que acha da postura da maioria dos veículos, que fala 90% de futebol e 10% de outros esportes? O que não é o caso da ESPN, que dá abertura para todos os esportes.
É natural que o futebol tenha a maioria da cobertura, mas não vejo falta de espaço a outros esportes, pelo menos na TV fechada.
Sobre a escolha do Brasil como sede para a Copa de 2014. Temos condições de realizar uma boa copa?
Não foi uma escolha, foi uma falta de escolha. O Brasil era candidato único, por causa da malfadada política de rodízio da Fifa. O Brasil tem condições de fazer uma boa Copa, mas o preço é caro: estouro de orçamento e muito gasto de dinheiro público.
Mas especificamente, o que falar sobre os altos gastos com a Copa do Mundo, enquanto vemos situações como a de Manaus, em que menos de 20% da população conta com serviços de Saneamento Básico ?
Será que, sem a Copa do Mundo, o problema do saneamento básico seria resolvido? É duro acreditar que sim. A farra do dinheiro público é lamentável por si só, especialmente porque envolve muita corrupção e jogo de interesses.
Bertozzi (à direita) juntamente com o colega Paulo Andrade.
Sabemos que é nascido aqui em Belo Horizonte e desde criança acompanhava os jogos no Mineirão. Qual a sua opinião sobre a remota possibilidade da capital mineira realizar a abertura da Copa? Acha que São Paulo tem mais condições que B.H. ?
A estrutura hoteleira de BH é precária e seria o principal empecilho. São Paulo se complicou por um problema meramente político - a solução óbvia seria o Morumbi. O Itaquerão ficará pronto, mas sabemos de que maneira: mais sangria dos cofres públicos, e pior, para um estádio particular.
Conte para nós qual é a sensação de se transmitir um jogo da Champions League? Nós, mesmo de casa, já sentimos uma sensação diferente, imagino como seria acompanhar a jogos desse porte de perto.
É excelente, a realização do sonho de uma vida.
Gostaria de comentar outros esportes?
Gosto de assistir vários outros esportes, mas não me sinto capaz de comentá-los.
Léo, quais são seus ídolos no jornalismo? E dentro das quatro linhas
Todos os meus colegas de ESPN, e também o grande amigo Mauro Beting, que me abriu muitas portas em São Paulo. Nas quatro linhas, Zidane, Baggio, Taffarel.
Fale um pouco para nós sobre o site Trivela.com, em que você é editor. Há quanto tempo o site existe e quem são os membros da equipe?
O site existe desde 1998, com o objetivo de cobrir o futebol internacional. Faço parte desde 2007. Hoje, a equipe de redação tem Gustavo Hofman, Felipe Lobo, Felipe dos Santos Souza e Estela Suganuma.
Gostaríamos de pedir-lhe conselhos a quem deseja, um dia, se tornar um grande comentarista esportivo.
Precisa ter talento e determinação. E escrever, sempre. O texto é o maior bem de um jornalista.
Fotos: espn.estadao.com.br
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