Gustavo Carratte,
de São Paulo.
No Santiago Bernabéu, Real Madrid supera expulsão no início do segundo tempo, chega ao empate em 1 a 1 contra o Barcelona, mas vê rival cada vez mais perto do título espanhol. No fim do post, confira a narração do gol de Cristiano Ronaldo, com João Vitor Cirilo.
O super clássico espanhol, válido pela 32ª rodada da Liga Espanhola, foi decidido em duas cobranças de penalti.
Era uma noite linda em Madrid. O Santiago Bernabéu estava lotado, e num clima que sugeria uma partida de grandes emoções. Na prática, não foi exatamente isso o que aconteceu, mas o que faltou em técnica e qualidade, sobrou em vontade. Com jogadores de grande nível tecnicamente, a perfeição tática e de posicionamento ficou para segundo plano.
Após o vexatório 5x0 do primeiro turno, José Mourinho entrou muito mais cauteloso. A formação menos ofensiva não colaborou para que ocorresse um jogo mais bonito, mas foi eficiente. O alemão Özil saiu do time para a entrada do zagueiro Albiol, adiantando Pepe para o meio campo. Casillas; Sergio Ramos, Albiol, Ricardo Carvalho e Marcelo; Pepe, Xabi Alonso e Khedira; Di Maria, Cristiano Ronaldo e Benzema foram os jogadores escalados pelo comandante português. Com Pepe atuando como volante, Marcelo teve maior liberdade para avançar pela esquerda, o que serviu também para impedir parte das constantes subidas ao ataque de Daniel Alves.
Pep Guardiola manteve as principais características de sua equipe, e foi a campo com Valdés; Daniel Alves, Piqué, Puyol e Adriano; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Messi e Villa. Puyol voltou depois de desfalcar os catalães por muitas rodadas, e Adriano, no lugar de Abidal, foi a única mudança da equipe que aplicou cinco nos merengues, comparado a essa de hoje.
O jogo começou com o Barça comandando as ações ofensivas. O time de José Mourinho estava dominado pelo adversário, que, dentro ou fora de casa, joga como se fosse o mandante. Em contrapartida, apesar de jogar muito defensivamente, o Real Madrid cumpria muito bem aquele papel que se propôs a fazer. Marcelo, aos 4 minutos de jogo, nos proporcionou um bom exemplo da vontade madridista: Após ganhar de Messi, levou o bandeirinha junto. Antes dos 20 minutos, a posse de bola catalã beirava os 85%. Geralmente, chega aos 70%, dificilmente tem menos que 60%, o que já é amplamente favorável, mas a porcentagem, ainda mais em um clássico de tal importância, chegava a ser absurda. Apesar de todo o domínio, o sistema defensivo madrilhenho era eficaz e só deixou que o adversário criasse uma chance, com Messi, que tentou encobrir Casillas, mas sem sucesso.
Até o fim do primeiro tempo, o Real conseguiu chegar com perigo em algumas oportunidades, com Cristiano Ronaldo, por exemplo, já nos últimos minutos, quando Adriano salvou em cima da linha. Pouco antes, o Barcelona já tinha chegado com perigo também, e esse foi o panorama da segunda metade da primeira etapa.
Na volta para a etapa final, os donos da casa não mudaram tanto assim a sua postura, mantiveram-se cautelosos demais, mas assustaram. Em cobrança de falta, Cristiano Ronaldo mandou a bola na trave de Valdés, e fez todos acharem que o jogo poderia ser outro. Porém, pouco depois, falha medonha de Raul Albiol colocou tudo a perder. Villa foi lançado, e logo foi puxado por Albiol, que só parou quando o árbitro marcou penalti para os catalães. Não bastando a penalidade, foi expulso, e, na cobrança, viu seu time ficar em desvantagem no placar, por conta do gol de Messi. Casillas foi bem na bola, mas o craque argentino cobrou a meia altura, dificultando a defesa do arqueiro espanhol.
Com um a mais em campo, o Barcelona já poderia começar a se considerar vencedor da partida, e campeão da Liga. José Mourinho colocou em campo Özil, tirando a referência de Benzema, e se fechou um pouco mais, mas mantendo a qualidade técnica para sair para o jogo. Tinha de se precaver por ter um a menos, mas agora estava perdendo. Era preciso arriscar.
Puyol, que não jogava desde 22 de Janeiro, voltou a sentir dores musculares e saiu aos 11 minutos, dando lugar ao meio-campista Seydou Keita. Busquets deixou de ter papel tático na cabeça de área, e voltou a fazer uma função ainda mais recuada, que chegou a exercer, inclusive, em partidas da Champions League. O Barça ganhou ainda mais em toque de bola, e chegou com perigo, aos 16, com Xavi, que acertou o travessão de Casillas. Tudo levava a crer que aconteceria mais uma vitória do time de Guardiola.
Na metade do segundo tempo, José Mourinho alterou mais uma vez sua equipe, tirando Xabi Alonso e colocando Adebayor. O Real voltava a ter uma referência no ataque. Guardiola não ficou para trás, trocou Pedro por Afellay, que, embora tenha características ofensivas, compõe melhor o meio campo, resguardando mais os catalães. Marcelo foi totalmente liberado depois da saída de Di Maria, que deu lugar ao lateral Arbeloa. Com 10 em campo, Mourinho mexia bem as peças que tinha em campo, e dava sobrevida à sua equipe. Pep, trocando seis por meia dúzia, tirou Adriano para a entrada de Maxwell, no Barcelona.
O relógio corria para os merengues, que se organizavam bem e tiveram suas chances, mas só conseguiram empatar aos 36 minutos. Marcelo invadiu a área e tentou passar por Daniel Alves, que deu carrinho no outro lateral brasileiro, não acertou, mas mesmo assim foi assinalado penalti. Os jogadores do Barcelona, com razão, reclamaram muito, mas de nada adiantou, já que Cristiano Ronaldo converteu com muita categoria.
Nos últimos momentos da partida, os visitantes disperdiçaram boas chances. Em uma delas, Messi mandou por cima do gol de Casillas, e, no lance final, Villa não dominou o ótimo passe por elevação de Xavi Hernández.
Com o empate, o Real Madrid perdeu a chance de se aproximar do Barcelona, que, com 8 pontos de vantagem, praticamente garantiu o título espanhol. Faltando seis rodadas, os catalães teriam que perder pelo menos metade dos jogos, sempre contando com os seguidos triunfos dos merengues. Vale lembrar que, em todos os 32 jogos até agora da Liga, o Barça foi derrotado apenas uma vez. O único time que alcançou tal façanha foi o modesto Hércules, que, na segunda rodada, venceu o líder do campeonato em pleno Camp Nou, por 2x0.
Os gigantes da Espanha voltam a se enfrentar na grande final da Copa do Rei, que acontecerá no dia 20, quarta-feira, às 17h30 (horário de Brasília). Pelo fato de ser jogo único, os presidentes Florentino Pérez, do Real, e Sandro Rosell, do Barça, entraram em acordo e farão com que suas equipes decidam o título em Valência, no estádio Mestalla.
Ambos terão duelos também nas semi-finais da Champions League, dias 27 de Abril e 03 de Maio, fechando a sequência de quatro clássicos em menos de 20 dias.
Era uma noite linda em Madrid. O Santiago Bernabéu estava lotado, e num clima que sugeria uma partida de grandes emoções. Na prática, não foi exatamente isso o que aconteceu, mas o que faltou em técnica e qualidade, sobrou em vontade. Com jogadores de grande nível tecnicamente, a perfeição tática e de posicionamento ficou para segundo plano.
Após o vexatório 5x0 do primeiro turno, José Mourinho entrou muito mais cauteloso. A formação menos ofensiva não colaborou para que ocorresse um jogo mais bonito, mas foi eficiente. O alemão Özil saiu do time para a entrada do zagueiro Albiol, adiantando Pepe para o meio campo. Casillas; Sergio Ramos, Albiol, Ricardo Carvalho e Marcelo; Pepe, Xabi Alonso e Khedira; Di Maria, Cristiano Ronaldo e Benzema foram os jogadores escalados pelo comandante português. Com Pepe atuando como volante, Marcelo teve maior liberdade para avançar pela esquerda, o que serviu também para impedir parte das constantes subidas ao ataque de Daniel Alves.
Pep Guardiola manteve as principais características de sua equipe, e foi a campo com Valdés; Daniel Alves, Piqué, Puyol e Adriano; Busquets, Xavi e Iniesta; Pedro, Messi e Villa. Puyol voltou depois de desfalcar os catalães por muitas rodadas, e Adriano, no lugar de Abidal, foi a única mudança da equipe que aplicou cinco nos merengues, comparado a essa de hoje.
O jogo começou com o Barça comandando as ações ofensivas. O time de José Mourinho estava dominado pelo adversário, que, dentro ou fora de casa, joga como se fosse o mandante. Em contrapartida, apesar de jogar muito defensivamente, o Real Madrid cumpria muito bem aquele papel que se propôs a fazer. Marcelo, aos 4 minutos de jogo, nos proporcionou um bom exemplo da vontade madridista: Após ganhar de Messi, levou o bandeirinha junto. Antes dos 20 minutos, a posse de bola catalã beirava os 85%. Geralmente, chega aos 70%, dificilmente tem menos que 60%, o que já é amplamente favorável, mas a porcentagem, ainda mais em um clássico de tal importância, chegava a ser absurda. Apesar de todo o domínio, o sistema defensivo madrilhenho era eficaz e só deixou que o adversário criasse uma chance, com Messi, que tentou encobrir Casillas, mas sem sucesso.
Até o fim do primeiro tempo, o Real conseguiu chegar com perigo em algumas oportunidades, com Cristiano Ronaldo, por exemplo, já nos últimos minutos, quando Adriano salvou em cima da linha. Pouco antes, o Barcelona já tinha chegado com perigo também, e esse foi o panorama da segunda metade da primeira etapa.
Na volta para a etapa final, os donos da casa não mudaram tanto assim a sua postura, mantiveram-se cautelosos demais, mas assustaram. Em cobrança de falta, Cristiano Ronaldo mandou a bola na trave de Valdés, e fez todos acharem que o jogo poderia ser outro. Porém, pouco depois, falha medonha de Raul Albiol colocou tudo a perder. Villa foi lançado, e logo foi puxado por Albiol, que só parou quando o árbitro marcou penalti para os catalães. Não bastando a penalidade, foi expulso, e, na cobrança, viu seu time ficar em desvantagem no placar, por conta do gol de Messi. Casillas foi bem na bola, mas o craque argentino cobrou a meia altura, dificultando a defesa do arqueiro espanhol.
Com um a mais em campo, o Barcelona já poderia começar a se considerar vencedor da partida, e campeão da Liga. José Mourinho colocou em campo Özil, tirando a referência de Benzema, e se fechou um pouco mais, mas mantendo a qualidade técnica para sair para o jogo. Tinha de se precaver por ter um a menos, mas agora estava perdendo. Era preciso arriscar.
Puyol, que não jogava desde 22 de Janeiro, voltou a sentir dores musculares e saiu aos 11 minutos, dando lugar ao meio-campista Seydou Keita. Busquets deixou de ter papel tático na cabeça de área, e voltou a fazer uma função ainda mais recuada, que chegou a exercer, inclusive, em partidas da Champions League. O Barça ganhou ainda mais em toque de bola, e chegou com perigo, aos 16, com Xavi, que acertou o travessão de Casillas. Tudo levava a crer que aconteceria mais uma vitória do time de Guardiola.
Na metade do segundo tempo, José Mourinho alterou mais uma vez sua equipe, tirando Xabi Alonso e colocando Adebayor. O Real voltava a ter uma referência no ataque. Guardiola não ficou para trás, trocou Pedro por Afellay, que, embora tenha características ofensivas, compõe melhor o meio campo, resguardando mais os catalães. Marcelo foi totalmente liberado depois da saída de Di Maria, que deu lugar ao lateral Arbeloa. Com 10 em campo, Mourinho mexia bem as peças que tinha em campo, e dava sobrevida à sua equipe. Pep, trocando seis por meia dúzia, tirou Adriano para a entrada de Maxwell, no Barcelona.
O relógio corria para os merengues, que se organizavam bem e tiveram suas chances, mas só conseguiram empatar aos 36 minutos. Marcelo invadiu a área e tentou passar por Daniel Alves, que deu carrinho no outro lateral brasileiro, não acertou, mas mesmo assim foi assinalado penalti. Os jogadores do Barcelona, com razão, reclamaram muito, mas de nada adiantou, já que Cristiano Ronaldo converteu com muita categoria.
Nos últimos momentos da partida, os visitantes disperdiçaram boas chances. Em uma delas, Messi mandou por cima do gol de Casillas, e, no lance final, Villa não dominou o ótimo passe por elevação de Xavi Hernández.
Com o empate, o Real Madrid perdeu a chance de se aproximar do Barcelona, que, com 8 pontos de vantagem, praticamente garantiu o título espanhol. Faltando seis rodadas, os catalães teriam que perder pelo menos metade dos jogos, sempre contando com os seguidos triunfos dos merengues. Vale lembrar que, em todos os 32 jogos até agora da Liga, o Barça foi derrotado apenas uma vez. O único time que alcançou tal façanha foi o modesto Hércules, que, na segunda rodada, venceu o líder do campeonato em pleno Camp Nou, por 2x0.
Os gigantes da Espanha voltam a se enfrentar na grande final da Copa do Rei, que acontecerá no dia 20, quarta-feira, às 17h30 (horário de Brasília). Pelo fato de ser jogo único, os presidentes Florentino Pérez, do Real, e Sandro Rosell, do Barça, entraram em acordo e farão com que suas equipes decidam o título em Valência, no estádio Mestalla.
Ambos terão duelos também nas semi-finais da Champions League, dias 27 de Abril e 03 de Maio, fechando a sequência de quatro clássicos em menos de 20 dias.
O gol do Real Madrid, marcado por Cristiano Ronaldo e narrado assim por João Vitor Cirilo, editor, repórter e agora, narrador do blog Boleiros da Arquibancada.
Real 1X1 Barcelona - Gol de Cristiano Ronaldo - Narração de João Vitor Cirilo by oliveirasouza
Real 1X1 Barcelona - Gol de Cristiano Ronaldo - Narração de João Vitor Cirilo by oliveirasouza
Parabéns caraa, investi nessa area msm q vc vai longe... Ainda vai narra assim: DEEFENDEEEU Ângeloo! o Rei dos penaltis pega mais um.. kkk
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