De Belo Horizonte.
Por João Vitor e Matheus de Oliveira,
Por João Vitor e Matheus de Oliveira,
20/02/11 - Olá amigos. Nesse post trazemos a vocês mais uma entrevista. Dessa vez, entrevistamos Milton Leite, grande narrador dos canais Sportv e um dos melhores, senão o melhor, narrador televisivo brasileiro. Milton aceitou ceder um pouco de seu tempo para nos atender e responder às nossas perguntas.
Primeiramente Milton, gostaríamos de lhe agradecer pela disponibilidade e pela gentileza de ceder um pouco de seu tempo para nos responder. É uma grande honra para nós podermos conhecer um pouco mais de um dos grandes narradores esportivos que esse país já viu. Iniciaremos falando do começo de tudo, Milton. Quando decidiu se tornar narrador esportivo? Houve alguém em especial que lhe influenciou em seguir carreira?
Na verdade, não decidi. Eu já era jornalista havia mais de dez anos, trabalhava como apresentador de um programa de variedades na Rádio Jovem Pan. Naquela época (1990) eles estavam iniciando o projeto da TV da Jovem Pan e o pessoal da rádio era usado para os trabalhos experiementais. Eles me levaram pra ser apresentador de estúdio, antes e nos intervalos dos jogos. Um belo dia o narrador titular teve um problema e fui mandado para o estádio às pressas, transmiti o jogo e nunca mais sai.
Em que outros meios de comunicação trabalhou?
Comecei em jornal no interior e passei também pelo rádio. Em Jundiaí, Jornal de Jundiaí, Jornal da Cidade, Rádio Difusora e Rádio Cidade. Em São Paulo, Jornal da Tarde, Estado de S. Paulo (economia), Rádio Jovem Pan, TV Jovem Pan, ESPN-Brasil, Sportv e TV Globo.
Comecei em jornal no interior e passei também pelo rádio. Em Jundiaí, Jornal de Jundiaí, Jornal da Cidade, Rádio Difusora e Rádio Cidade. Em São Paulo, Jornal da Tarde, Estado de S. Paulo (economia), Rádio Jovem Pan, TV Jovem Pan, ESPN-Brasil, Sportv e TV Globo.
Em suas narrações sempre bem-humoradas, algumas frases são marcantes. Em um jogo você disse após um erro de finalização: “Aí ele pensou e disse: _Agora eu se consagro!”. São sempre falados bordões como “Que Beleza” e “Meu Deus!”. De onde surgiram esses bordões?
Na verdade nenhum deles foi pensado pra ser bordão. Nem foi pensado. Eram expressões que eu usava no meu dia-a-dia, que amigos meus usavam. Quando coloquei nas transmissões fizeram sucesso e ficaram.
Na verdade nenhum deles foi pensado pra ser bordão. Nem foi pensado. Eram expressões que eu usava no meu dia-a-dia, que amigos meus usavam. Quando coloquei nas transmissões fizeram sucesso e ficaram.
Sabemos que você não começou na comunicação como narrador, Milton. Como ocorreu a transição de apresentador no rádio para a narração esportiva na TV?
Quando eu trabalhava no meu primeiro emprego, em Jundiaí, em jornal, o mesmo grupo tinha uma rádio. Fui convidado para fazer parte da equipe de esportes, como repórter, porque eles sabiam da minha paixão pelo esporte. Mas só deu certo porque procurei me adaptar à linguagem de cada veículo.
Quando eu trabalhava no meu primeiro emprego, em Jundiaí, em jornal, o mesmo grupo tinha uma rádio. Fui convidado para fazer parte da equipe de esportes, como repórter, porque eles sabiam da minha paixão pelo esporte. Mas só deu certo porque procurei me adaptar à linguagem de cada veículo.
Houve alguém em que você se espelhou no início de carreira como narrador?
Na minha época de garoto, o rádio tinha mais importância para o futebol do que a TV, por isso as minhas primeiras referências foram profissionais de rádio. Joseval Peixoto, Osmar Santos, José Silvério. Em TV minhas lembranças são da TV Cultura dos anos 70, com Luiz Noriega e Orlando Duarte. Depois Luciano do Valle e Galvão Bueno, estes dois os que mais valorizaram a função.
Na minha época de garoto, o rádio tinha mais importância para o futebol do que a TV, por isso as minhas primeiras referências foram profissionais de rádio. Joseval Peixoto, Osmar Santos, José Silvério. Em TV minhas lembranças são da TV Cultura dos anos 70, com Luiz Noriega e Orlando Duarte. Depois Luciano do Valle e Galvão Bueno, estes dois os que mais valorizaram a função.
Além do futebol, quais outros esportes você gosta de narrar?
Sou apaixonado por esportes, não só pelo futebol. Por isso gosto de quase todas as modalidades. Mas como uma das minhas funções é transmitir emoção, gosto muito de provas individuais de natação e atletismo, gosto de jogos de basquete equilibrados, gosto de vôlei, que joguei quando era adolescente...
Sou apaixonado por esportes, não só pelo futebol. Por isso gosto de quase todas as modalidades. Mas como uma das minhas funções é transmitir emoção, gosto muito de provas individuais de natação e atletismo, gosto de jogos de basquete equilibrados, gosto de vôlei, que joguei quando era adolescente...
Já participou da cobertura de quantas Copas do Mundo? Qual a mais marcante?
Fui a três Copas (França, Alemanha e Áfricado Sul). Cada uma deixou marcas diferentes, todas emocionantes, todas cheias de recordações. A da África foi a mais divertida, porque foi aquela em que consegui conhecer mais cidades, fui a quase todos os estádios, transmiti a maioria dos jogos nos estádios.
Fui a três Copas (França, Alemanha e Áfricado Sul). Cada uma deixou marcas diferentes, todas emocionantes, todas cheias de recordações. A da África foi a mais divertida, porque foi aquela em que consegui conhecer mais cidades, fui a quase todos os estádios, transmiti a maioria dos jogos nos estádios.
Milton, houve algum jogo que você gostaria de ter narrado e não transmitiu por causa da escala? Qual?
Tem muitos, difícil selecionar um só. Eu gostaria de ter feito todas as finais.
Tem muitos, difícil selecionar um só. Eu gostaria de ter feito todas as finais.
Você fez algumas transmissões pela Rede Globo de Televisão. Há alguma diferença na transmissão da TV aberta para os canais de TV fechada e gostaria de trabalhar mais na TV aberta?
Basicamente a diferença é o alcance. Primeiro porque o público é muito maior. Segundo porque o universo da TV aberta abrange um público muito mais heterogêneo, gente que não é especialista. É preciso diferenciar isso para poder envolver essas pessoas também. Claro que gostaria de fazer mais jogos na TV aberta, porque se consegue uma repercussão muito maior.
Basicamente a diferença é o alcance. Primeiro porque o público é muito maior. Segundo porque o universo da TV aberta abrange um público muito mais heterogêneo, gente que não é especialista. É preciso diferenciar isso para poder envolver essas pessoas também. Claro que gostaria de fazer mais jogos na TV aberta, porque se consegue uma repercussão muito maior.
Como foi a mudança dos Canais ESPN para o Sportv ?
Trabalhei na ESPN dez anos e havia um desgaste grande com algumas pessoas da direção de redação. Por esta razão, no final de 2004, quando eles me fizeram uma proposta de renovação de contrato, eu resolvi não renovar. Alguns meses depois recebi uma proposta do Sportv e resolvi aceitar, embora tivesse também um convite da TV Bandeirantes.
Trabalhei na ESPN dez anos e havia um desgaste grande com algumas pessoas da direção de redação. Por esta razão, no final de 2004, quando eles me fizeram uma proposta de renovação de contrato, eu resolvi não renovar. Alguns meses depois recebi uma proposta do Sportv e resolvi aceitar, embora tivesse também um convite da TV Bandeirantes.
Milton Leite, ainda na ESPN Brasil, com o colega Carlos Carsugue e o cavaleiro Ivan Camargo.
Em primeiro é sempre bom estar num local em que algo histórico acontece. E aquilo foi histórico. Mas claro que para nós, para a nossa cobertura, seria muito melhor o Inter ter chegado à final. Mas para nós mudou quase nada, porque a filosofia do canal é cobrir o evento e não só o Brasil ou equipes brasileiras.
Como surgiu a ideia de escrever o livro “As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos”?
Na verdade sempre tive o sonho de escrever livros. Foi minha paixão pela escrita que me levou ao jornalismo. Nunca tive talento para escrever ficção. Quando recebi o convite para produzir alguma coisa com a Editora Contexto, não tinha nenhuma ideia. Eles já tinham uma coleção iniciada com o Maurício Noriega, “Os 11 maiores...”. E como 2010 era ano de Copa do Mundo, resolveram fazer um livro sobre seleção. Acabei participando dos dois projetos. Escrevi o livro das seleções, cujo formato acertamos em algumas reuniões e entrei na coleção com “Os 11 maiores centroavantes do futebol brasileiro”. Os dois públicados em 2010 e já com mais de 6 mil exemplares vendidos.
Na verdade sempre tive o sonho de escrever livros. Foi minha paixão pela escrita que me levou ao jornalismo. Nunca tive talento para escrever ficção. Quando recebi o convite para produzir alguma coisa com a Editora Contexto, não tinha nenhuma ideia. Eles já tinham uma coleção iniciada com o Maurício Noriega, “Os 11 maiores...”. E como 2010 era ano de Copa do Mundo, resolveram fazer um livro sobre seleção. Acabei participando dos dois projetos. Escrevi o livro das seleções, cujo formato acertamos em algumas reuniões e entrei na coleção com “Os 11 maiores centroavantes do futebol brasileiro”. Os dois públicados em 2010 e já com mais de 6 mil exemplares vendidos.
Como você reage a críticas mal absorvidas por jogadores, técnicos e dirigentes? Um exemplo a discussão que teve com Luxemburgo, no Arena Sportv.
Na verdade a única vez que tive uma discussão foi essa. Ele ficou irritado com uma crítica que eu fiz, ligou durante o programa, entrou no ar e tentou me intimidar, dizendo que ia me processar. Mantive tudo o que disse, ele esbravejou e nunca me processou. Porque percebeu que não tinha nenhuma razão. Reajo sempre profissionalmente. Ninguém é obrigado a gostar de mim ou das minhas opiniões. Por isso, inclusive, faço questão de não ser amigo de ninguém, exatamente para não perder a isenção nas críticas.
Na verdade a única vez que tive uma discussão foi essa. Ele ficou irritado com uma crítica que eu fiz, ligou durante o programa, entrou no ar e tentou me intimidar, dizendo que ia me processar. Mantive tudo o que disse, ele esbravejou e nunca me processou. Porque percebeu que não tinha nenhuma razão. Reajo sempre profissionalmente. Ninguém é obrigado a gostar de mim ou das minhas opiniões. Por isso, inclusive, faço questão de não ser amigo de ninguém, exatamente para não perder a isenção nas críticas.
Milton, pra você o que é fundamental para ser um grande narrador? Deixe um recado para aqueles que querem ser grandes jornalistas esportivos no futuro.
Acho difícil responder a isso. Diria que ter uma voz pelo menos agradável, conhecer o esporte pra ter noção do que está acontecendo, ter algum dom para envolver as pessoas que estão assistindo, saber mexer com as emoções das pessoas, ter discernimento para separar o banal do importante...
Acho difícil responder a isso. Diria que ter uma voz pelo menos agradável, conhecer o esporte pra ter noção do que está acontecendo, ter algum dom para envolver as pessoas que estão assistindo, saber mexer com as emoções das pessoas, ter discernimento para separar o banal do importante...
Abraço a todos.
Parabéns pela entrevista, sensacional!
ResponderExcluirMilton Leite, genio da narração. Melhor de todos os narradores do Sportv
ResponderExcluirMilton Leite é na atualidade o melhor narrador esportivo.
ResponderExcluirMilton.. gosto do seu estilo de narração, mas tá ficando insuportável a pretensa imitação que vc. faz de jogadores falando ou do juiz. Fica muito desagradavel. Mude. Senão vai cansar.
ResponderExcluirSerá com certeza um dos principais narradores da Rede Globo em breve. Gosto do seu jeito de narração.
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