Canadense sofreu com um problema na virilha, mas suportou cinco sets. Na decisão contra Djokovic, Murray luta para não perder 5ª final em Melbourne
De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.
29/01/2016 - Após os vice-campeonatos de 2010, 2011, 2013 e 2015, pode ser agora o momento de Andy Murray reescrever a história. O tenista número 2 do mundo alcançou nesta sexta-feira (29) a sua quinta decisão no Australian Open, o primeiro Grand Slam da temporada. O adversário foi o valente canadense Milos Raonic, que sofreu com um problema na virilha na segunda metade do jogo e incomodou demais enquanto esteve inteiro, chegando, inclusive, a forçar a disputa de cinco sets. A vitória de Murray por 3 sets a 2 teve parciais de 4/6, 7/5, 6/7 (4), 6/4 e 6/2, em pouco mais de quatro horas, classificando o escocês para o encontro com um velho conhecido: o número 1 do mundo Novak Djokovic, que passou por Roger Federer na quinta-feira (28).
A vantagem de Djokovic no confronto direto contra o britânico é ampla. Em 30 jogos entre os dois, são 21 vitórias do sérvio, que tem cinco títulos do Aberto da Austrália (2008, 2011, 2012, 2013 e 2015), três deles contra Murray (2011, 2013 e 2015).
Murray chega à sua quinta decisão buscando o primeiro título em Melbourne.
(Foto: Ben Solomon/Tennis Australia/Divulgação Australian Open)
Além disso, esta é a primeira vez que dois irmãos chegam a uma decisão de chaves diferentes em um mesmo Slam na Era Aberta, já que Jamie Murray jogará a final das duplas masculinas ao lado do brasileiro Bruno Soares (neste sábado, 30, contra Daniel Nestor e Radek Stepanek). Também nesta sexta, Soares alcançou sua segunda decisão, a final das duplas mistas, ao lado da russa Elena Vesnina (clique para conferir detalhes).
A final entre Novak Djokovic e Andy Murray está marcada para as 6h30 (de Brasília) do próximo domingo (31). Já a final feminina, entre Serena Williams e Angelique Kerber, será realizada neste sábado (30), no mesmo horário.
Após ser quebrado logo no primeiro game do jogo, Murray teve a chance de devolver na sequência, no primeiro de saque de Raonic. O britânico teve a seu favor um 0-40, mas cometeu erros e viu o canadense conseguir resolver com seus poderosos winners de forehand. Raonic manteve a quebra de vantagem durante todo o primeiro set e, apesar de não ter mais chances de quebrar o serviço de Murray, também não cedeu oportunidades em seu serviço. O canadense venceu por 6/4.
Raonic retornou para o segundo set ainda batendo mais forte que Murray na bola e, além disso, com uma eficiente subida à rede, que complicava demais o jogo do britânico. Apesar disso, o escocês ia mantendo seus serviços sem muitos problemas e o jogo seguia empatado. Quando o caminho natural era o tie-break, Murray conseguiu um importantíssimo break point no 12º game para conseguir a quebra e fechar em 7/5, empatando o jogo em 1 a 1 com um erro de Raonic.
Raonic lutou enquanto pôde, até sofrer o problema na virilha.
(Foto: Ben Solomon/Tennis Australia/Divulgação Australian Open)
O tie-break que não veio na segunda parcial estava guardado para o terceiro set. O equilíbrio entre as ações dos dois tenistas eram notável, e quebrar o saque adversário se tornou impossível para os dois. Murray só teve uma chance, desperdiçada. Raonic, nem isso. Se não teve chances antes, guardou a calma para o tie-break, fechado em 7 a 4.
Para a quarta parcial, o panorama não mudou: ainda víamos Raonic com nível absurdo de aproveitamento de primeiro saque e um Murray que também segurava seu serviço sem dores de cabeça. E a chance apareceu para o britânico no sétimo game, quando, "de zero", o número 2 do mundo enfim quebrou o serviço do canadense. Quando parecia demonstrar sinais de evolução, Murray errou, mas ainda conseguiu se salvar para abrir 5 a 3. Com Raonic claramente incomodado por um problema na virilha, Murray voltou a ter chance de quebra no nono game, mas o canadense salvou. E mais: teve dois break points na sequência. Porém, Andy se salvou e fechou em 6/4, forçando o quinto set.
A derrota na parcial anterior jogou por água abaixo praticamente todas as chances de um já baleado Raonic. Com duas quebras, Murray foi logo abrindo 4 a 0, encaminhando a vitória que viria em 6/2. Apesar da longa vantagem em winners (72 a 38) e aces (23 a 9), Raonic cometeu muito mais erros não forçados (78 a 28), o que, no fim das contas, acabou compensando.
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