Aos 35 anos, ponteira treina no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, sua cidade natal, ainda sem saber onde atuará em 2015/2016
Por João Vitor Cirilo.
24/09/2015 - Uma das maiores pontuadoras da história da Superliga Feminina de Vôlei, a ponteira Érika Coimbra, hexacampeã nacional, está sem clube. Após a passagem pelo Brasília, a ex-jogadora da seleção brasileira ainda não encontrou uma equipe para defender e resolveu retornar a Belo Horizonte, sua cidade natal, para seguir treinando e manter a boa forma aos 35 anos.
Érika
treina há mais de um mês no Minas Tênis Clube, pelo qual foi campeã da
Superliga em 2001/2002 e que não tem condições financeiras para contratá-la,
segundo a própria atleta, que gostaria de ficar em BH. A jogadora é
uma das que sofre não apenas com os problemas de investimento dos clubes no
país, mas também com o ranking da Confederação Brasileira de Voleibol.
Último clube de Érika foi o Brasília, do qual teve saída conturbada após duas temporadas.
(Foto: Divulgação/Brasília Vôlei)
A CBV define uma pontuação para todas as atletas que
atuam no voleibol nacional de acordo com o nível técnico, e somadas as atletas
de um determinado clube, esse time não pode passar de 43 pontos. Érika tem um
ranking 5 em uma escala que vai até o 7. "O ranqueamento é sempre uma coisa complicada. Cheguei a conversar com a CBV pra tentar um abonamento, uma espécie de bônus, já que eu representei a seleção por 10 anos da minha vida, entre lesões e cirurgias. Acabou que isso não foi aceito, porque tem uma reunião e todos os clubes têm que ser a favor. Seria uma coisa complicada como sempre e a CBV não concordou com isso", conta.
A rejeição ao desejo da ponteira acabou a deixando sem opções para atuar. "Fiquei fechada, porque eu tenho muitos pontos ainda. A gente ama o voleibol, mas precisa de oportunidades, abrir as portas. Eles preferem pegar as jogadoras atuais da seleção e as mais novas", afirma Érika, que considera que ainda pode render tanto quanto as mais novas. A medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000 vem de uma saída conturbada do Brasília, onde, segundo Érika, teve que tirar dinheiro do próprio bolso para tratar lesão adquirida também devido a exageros nos treinamentos em um ano "particularmente difícil", como ela mesma define.
A rejeição ao desejo da ponteira acabou a deixando sem opções para atuar. "Fiquei fechada, porque eu tenho muitos pontos ainda. A gente ama o voleibol, mas precisa de oportunidades, abrir as portas. Eles preferem pegar as jogadoras atuais da seleção e as mais novas", afirma Érika, que considera que ainda pode render tanto quanto as mais novas. A medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000 vem de uma saída conturbada do Brasília, onde, segundo Érika, teve que tirar dinheiro do próprio bolso para tratar lesão adquirida também devido a exageros nos treinamentos em um ano "particularmente difícil", como ela mesma define.
"O Sergio Negrão (treinador) dava treinos em que sugava muito a gente, já que, geralmente, as mais experientes você tem que poupar mais. E eu como tenho o espirito e gosto de treinar, me jogava nos treinos. Acabei quebrando a mão na Superliga contra São José. Tive que fazer uma cirurgia e eu banquei tudo, não tive nenhuma ajuda do clube", revela. Após o tratamento em Belo Horizonte, Érika acreditou que teria seu contrato renovado, o que não aconteceu. "Normalmente, quando se machuca no clube, eles renovam seu contrato, ainda mais sendo uma jogadora importante. Mas ninguém me deu satisfação, ninguém me ligou para justificar. Achei uma falta de respeito".
Foto: Divulgação/CBV
Após
a saída da capital, o desejo do retorno a Belo Horizonte, sua cidade natal, e
nada de querer retornar ao exterior. Propostas de times poloneses, japoneses e
turcos não a entusiasmaram. Com experiências em Itália, Turquia, Polônia e
Azerbaijão, Érika deverá ter que encontrar uma solução que tem se tornado comum
no esporte: encontrar um patrocinador.
"Eu sonho que o Minas possa abrir as portas. Sei que financeiramente eles estão com problemas para a equipe. Não estou preocupada com o dinheiro que eu ganho. Por mim, fico por muito menos que ganhava. A vontade é de continuar jogando e em casa. A solução é que eu conseguisse algum patrocinador. Estou fazendo a minha parte, me mantendo, treinando. Espero que valorizem o atleta que tem uma história tão linda e que se dedicou tanto a esse esporte", sonha.
Voltar à Europa está longe dos planos. "Quero ficar aqui. A Mari foi embora e outras estão indo embora falando 'não quero voltar pro Brasil, porque está em crise, as pessoas não valorizam, têm memória curta'... eu não estou nem aí. Eu amo o Brasil. Quero ficar aqui com crise ou sem crise. Tenho outros projetos. Quero fazer um projeto social pra crianças carentes aqui na cidade. Seria muito legal ficar aqui", completou.
Caso semelhante
Voltar à Europa está longe dos planos. "Quero ficar aqui. A Mari foi embora e outras estão indo embora falando 'não quero voltar pro Brasil, porque está em crise, as pessoas não valorizam, têm memória curta'... eu não estou nem aí. Eu amo o Brasil. Quero ficar aqui com crise ou sem crise. Tenho outros projetos. Quero fazer um projeto social pra crianças carentes aqui na cidade. Seria muito legal ficar aqui", completou.
Caso semelhante
Ouça a matéria que foi ao ar na Rádio Inconfidência:
0 comentários :
Postar um comentário