Seleção brasileira aguarda último jogo da fase final, entre EUA e França, para definir situação de classificação
De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.
16/07/2015 - Final. Bom, não era uma decisão propriamente dita, valendo troféu, mas para a seleção brasileira masculina de vôlei o duelo contra os Estados Unidos tinha caráter derradeiro. Após a derrota na estreia da fase final contra a França por 3 sets a 1 na quarta-feira (15), era vencer ou vencer para seguir com chances de classificação à semifinal. E jogadores e torcida entenderam isso. Em casa, no Maracanãzinho, o Brasil bateu os EUA por 3 a 1, com parciais de 28/26, 22/25, 25/22 e 27/25, e se manteve com chances de classificação.
Aliás, a classificação às semifinais só estarão em risco caso os Estados Unidos derrotem a França por 3 a 1, às 14h (de Brasília) desta sexta (17). Este resultado deixaria todas as três equipes empatadas em pontos e sets vencidos e perdidos, o que levaria a decisão dos dois classificados para o critério saldo de pontos. Qualquer outro resultado classifica o Brasil.
Lipe e Lucarelli (ao fundo) foram dois dos principais nomes brasileiros contra os EUA.
(Foto: FIVB/Divulgação)
Os ponteiros Lucarelli e Lipe foram dois dos principais nomes brasileiros no jogo. O primeiro por anotar 19 pontos em uma tarde inspirada, que comprova o grande momento vivido no voleibol mundial. O segundo pela energia levada à quadra sempre que entra. Anotou apenas seis pontos, mas foi fundamental em saques, ataques e, evidentemente, na vibração.
Pelo lado dos EUA, destaque para o nome do jogo, o oposto Matt Anderson, responsável por incríveis 30 pontos. Mas, para a felicidade das mais de sete mil pessoas presentes no Maracanãzinho, ele não pôde fazer chover sozinho.
Na outra chave, Polônia e Itália se enfrentam ainda nesta quinta após os italianos abrirem a etapa decisiva com vitória sobre os sérvios por 3 a 2.
Quando a bola subiu...
O duelo entre Brasil e Estados Unidos começou da maneira que era imaginado: ponto a ponto, como uma decisão exigia. Além disso, os pedidos de desafios também esquentavam a partida. A seleção brasileira abriu leve vantagem na primeira metade da parcial, mas quando Matt Anderson chegou ao saque, a equipe brasileira parou. Murilo tentou, erroneamente, dois golpes de vista e acabou pagando caro: dois aces do camisa 1 americano, fazendo sua equipe virar o jogo para 16 a 15. O empate brasileiro viria em 19 a 19, após um erro dos EUA e a virada veio em 21 a 20, em ataque de Lucarelli, explorando o bloqueio. O Brasil teve a primeira chance de fechar o set, mas Lipe errou o saque. Foram outras três chances até Lucão bloquear Lee no meio e definir o 28 a 26.
O segundo set recomeçou da mesma maneira: equilibrado. Após um erro de ataque norte-americano, o Brasil abriu dois pontos em 4 a 2, mas um bloqueio americano empatou as coisas em 4 a 4. E, pra piorar, um ace e desatenção defensiva brasileira deram a virada aos EUA em 5 a 4. Mas o que não piorava era o nível do jogo. Quando Evandro vacilou e atacou na antena, o time americano abriu dois pontos em 14 a 12. Porém, em resposta imediata, o Brasil empatou, com erro americano e contra-ataque de Lucarelli na entrada de rede. Na reta final, após alguns erros brasileiros, sendo o último um erro de ataque de Lucarelli do fundo, os EUA abriram 21 a 18. Depois, o saque e a vibração de Lipe fizeram a diferença. Lucão atacou forte no meio e, na sequência, Murilo aproveitou o erro de recepção para atacar de xeque (20 a 22). Não adiantou. Os americanos empataram o jogo em 1 a 1 com a vitória por 25 a 22.
Matt Anderson tentou estragar a festa brasileira, mas seus 30 pontos não foram suficientes.
(Foto: FIVB/Divulgação)
No terceiro set, o Brasil precisou de energia para conquistar grande virada. Após início equilibrado, os americanos deslancharam na altura do segundo tempo técnico, abrindo 16 a 13. A inversão do 5-1, com William e Vissotto, e a entrada sempre empolgante de Lipe (na vaga de Murilo) foram fundamentais nesse quesito. Com um final de set fantástico e destaque para Lipe, Isac e Lucarelli, que marcou o ponto final, a seleção brasileira fechou a parcial em 25 a 22, retomando a vantagem em 2 a 1.
Empolgado pela vitória no set anterior e empurrado pela torcida presente no Maracanãzinho, o Brasil voltou com tudo para o quarto set e já abriu 4 a 1, mais uma vez, com Lipe se destacando. Impondo o seu jogo, o Brasil chegou a 8 a 4. A seleção brasileira mantinha seu nível de jogo e, pancada após pancada, se mantinha em vantagem. E ainda contava com um Lucarelli inspirado, auxiliando a construir a vantagem que chegou a sete pontos em 15 a 8. Porém, o passe caiu de nível, o Brasil parou de virar, Bernardinho desfez a inversão e os EUA chegaram aos poucos até o empate em 19 a 19.
Lucão desempatou e foi para o saque, fugindo à sua característica: aliviou no serviço e o bloqueio fez o Brasil abrir 21 a 19. Mas o jogo estava longe de terminar. Os EUA empataram com bloqueio e viraram com um ace de Anderson, nome do jogo (22 a 21). Ainda assim, o primeiro set point foi brasileiro, em 24 a 23. Foram outros dois antes de Lucarelli atacar de xeque e fechar em 27 a 25, e em 3 a 1, na conta do chá. Vaga encaminhada.
Ficha do jogo:
Brasil 3x1 Estados Unidos
28/26, 22/25, 25/22 e 27/25
BRASIL:
Começaram: Bruno (3 pontos), Evandro (16), Murilo (4), Lucarelli (19), Isac (7) e Lucão (9). Líbero: Serginho.
Entraram: William (0), Vissotto (4) e Lipe (2).
Técnico: Bernardo Rezende
EUA:
Começaram: Christenson (3), Anderson (30), Russell (12), Sander (4), Lee (9) e Holt (6). Líbero: Shoji.
Entraram: Jaeschke (1), Lotman (2), Holmes (0) e Smith (1).
Técnico: John Speraw
Fase final da Liga Mundial de Vôlei 2015
Local: Maracanãzinho, no Rio de Janeiro (RJ)
Público: 7052
Data: 16/07/2015
Horário: 14h (de Brasília)
Arbitragem: Andrey Zenovich (RUS) e Hernan Casamiquela (ARG)
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Seleção feminina com duas vitórias
O Brasil segue invicto no Grand Prix de vôlei feminino. Já classificada à fase final, a seleção brasileira, comandada nesta terceira e última etapa pelo auxiliar Paulo Coco, manteve o aproveitamento máximo com um tranquilo 3 sets a 0 sobre a Rússia, com parciais de 25/18, 25/14 e 25/17, em Catania, na Itália. O resultado manteve o Brasil na liderança da competição, com 21 pontos. A China aparece em segundo também com 21, mas pior saldo de sets, enquanto os Estados Unidos têm 20 pontos.
A central Juciely anotou 17 pontos para o Brasil, que volta a jogar às 12h10 desta sexta (17), contra a Bélgica. A fase final do Grand Prix será nos Estados Unidos que, por isso, já têm vaga garantida. Outras cinco seleções participarão da etapa decisiva.
Já a outra parte do grupo brasileiro estreou com vitória apertada nos Jogos Pan-Americanos. O time comandado por José Roberto Guimarães teve que suar para derrotar Porto Rico por 3 sets a 2, com parciais de 23/25, 28/26, 25/17, 25/23 e 15/10, com Jaqueline (16 pontos), Fernanda Garay (14) e Adenízia (principal pontuadora, com 20 pontos) se destacando. O próximo desafio será no sábado, às 12h10 (de Brasília), contra a seleção peruana.
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