O milagre de Dortmund

Borussia Dortmund perdia até os 90 minutos, mas fez dois gols nos acréscimos e eliminou o surpreendente Málaga na Champions

De Aracaju.
Por Henrique Ferrera.

09/04/2013 - O Borussia Dortmund avançou às semifinais da UEFA Champions League pela primeira vez desde 1998 após uma vitória sensacional sobre o Málaga por 3 a 2, no Signal Iduna Park, nesta terça-feira.

Em uma noite certamente memorável, os visitantes estiveram na frente por duas vezes, com Joaquin e o reserva Eliseu. Apesar do empate de Robert Lewandowski aos 40 minutos entre os gols, o Málaga estava com um pé e quatro dedos na próxima fase, pelo menos até os acréscimos, quando Marco Reus e Felipe Santana - aos 91 e 93 minutos - fizeram o gols que pararam a boa campanha do estreante time comandado por Manuel Pellegrini.

Muita comemoração após virada história do Borussia. 
(Foto: AFP)

Os recentemente destronados campeões da Bundesliga foram surpreendidos com um Málaga que certamente aprendeu muito do jogo após o primeiro duelo. Os espanhóis reduziram o tempo de posse de bola dos anfitriões, repelindo suas chances de gol até os 16 minutos, quando Lewandowski bateu por cima do goleiro, mas também da trave.

Enquanto o Dortmund ia gradualmente ficando com a posse de bola, o Málaga permanecia nos contra-ataques usando o poderoso Júlio Baptista para tentar causar estragos. E foi o brasileiro que, ao dominar bonito uma bola alta, abriu o espaço para o primeiro gol, servindo Isco, que deu a bola à Joaquín, que cortou e bateu entre as pernas de Neven Subotić e vencendo Roman Weidenfeller.

O 200º gol sofrido pelo Borussia em competições da UEFA rapidamente silenciou o Signal Iduna Park, mas os torcedores mantinham a fé, enquanto o Dortmund chegou ao gol de empate com classe e categoria. Atendendo aos pedidos de Jürgen Klopp para tocar a bola pacientemente desde a defesa, Mario Götze deu a bola por dentro a Reus, que deu majestosamente de letra para Lewandowski driblar Willy Caballero e mandar para a rede.

Ainda precisando de outro gol, os alemães aumentaram a intensidade, mas foi Weidenfeller quem trabalhou, ao defender com muita qualidade, duas cabeçadas de Joaquín. Só que quando Eliseu jogou para o gol vazio a jogada de Júlio Baptista, com sete minutos para o fim, certamente parecia que os sonhos dos aurinegros chegara ao fim.

O Dortmund, entretanto, não iam deixar a chance escapar tão facilmente, buscando ao menos manter a invencibilidade - o único até agora - na competição. Apesar de duas defesas fantásticas de Willy em chutes de Reus e Götze, eles valentemente continuaram a atacar.

A fé e esperança foram restauradas quando Reus se aproveitou de um bate-rebate dentro da área, para empatar em 2 a 2 e determinar um grande final - mas ninguém entre os 65.829 espectadores dentro do Signal Iduna Park se esquecerá do momento em que Felipe Santana, em cima da linha, marcou o terceiro e último gol de uma das viradas mais impressionantes da história do futebol.

Quem brilhou? Apesar da derrota, Willy Caballero foi responsável pela classificação do Málaga ter estado tão próxima. Usando o pé como um goleiro de futebol de salão, o argentino fez milagres que quase fizeram o Borussia sucumbir dentro de casa.

Quem atrapalhou? A arbitragem não foi determinista para a classificação do Borussia, mas cometeu erros importantes: tanto o gol de Eliseu, para o Málaga, como o da classificação do Dortmund, de Felipe Santana, foram impedimentos não marcados pelos árbitros.

BORUSSIA DORTMUND (4-2-3-1)
Weidenfeller, Piszczek, Felipe Santana, Subotić e Schmelzer; Bender (Nuri Sahin) e Gündogan (Hummels); Blaszczykowski (Schieber), Götze e Reus; Lewandowski. Tec: Jürgen Klopp

MÁLAGA (4-2-3-1)
Willy, Gámez, Sérgio Sánchez, Demichelis e Antunes; Camacho e Toulalan; Joaquín (Portillo), Isco e Duda (Eliseu); Júlio Baptista (Santa Cruz). Tec: Manuel Pellegrini