De São Paulo.
Por Eduardo do Carmo.
15/02/2013 - A semana marcou o início da Libertadores 2013. Em campo, boas atuações e promessa de uma grande edição. Principalmente para os times do Brasil. Não me lembro de uma Libertadores da América com tantos brasileiros capazes de faturar o título. A decadência dos clubes argentinos e uruguaios nos últimos anos ajuda, mas o bom momento das nossas agremiações coopera ainda mais para tal previsão. Só um desastre impossibilitará o retorno da taça para solos tupiniquins.
Hoje não falo especificamente sobre o que aconteceu dentro das quatro linhas, mas trago algo interessante em relação ao banco de reservas de duas equipes brasileiras: Grêmio e Palmeiras. Aqueles que comandam e montam os seus respectivos esquadrões. De um lado, pelos gaúchos, o experiente Vanderlei Luxemburgo, ex-técnico da Seleção Brasileira e colecionador de títulos. Do outro, o agora palmeirense Gilson Kleina, que levou o Coruripe ao título alagoano em 2006 (o único como treinador), colocou a Ponte Preta novamente no cenário nacional e despertou interesse do Verdão no ano passado.
Grêmio e Palmeiras, ambos em casa, estrearam pela Libertadores nesta última quinta-feira. Na Arena, os gremistas sofreram com a derrota para o bom time do Huachipato (uma grata surpresa). No Pacaembu, bem ao estilo da competição, o Verdão sofreu, mas foi guerreiro e venceu o Sporting Cristal.
Acompanhei as coletivas ‘pós-jogo’ dos técnicos e o velho Luxa voltou a apresentar uma das suas especialidades diante dos repórteres: o desvio de foco. Chamado antigamente por estrategista (e não é a toa o antigamente que falei ali atrás), Luxemburgo reclamou das condições do gramado e transferiu a culpa do revés. Claro, o gramado não está em boas condições, mas o Grêmio fez um péssimo primeiro tempo e apenas razoável etapa final. Parecia até que os chilenos é que jogavam em casa.
Luxa errou mesmo antes da bola rolar ao colocar os recém-contratados em campo. E aí a falta de entrosamento pesou. Os estaduais estão aí para isso. O Grêmio está com um bom elenco, mas é necessário testá-lo e entrosá-lo no Gaúcho para posteriormente, com a base certa, colocá-lo nas partidas mais importantes. O treinador também não conseguiu passar alternativas para a busca do empate, mas em cada resposta a má condição do gramado era lembrada ao final.
No lado alviverde, o novato Gilson Kleina parece estar no caminho certo. Fui favorável à contratação do curitibano no ano passado, como uma tentativa de escapar do rebaixamento, pelo bom momento que vivia na Ponte Preta. No entanto, entendia que Kleina não suportaria a pressão de uma Libertadores. O segundo pensamento persiste, porém o treinador demonstrou aspectos positivos de acordo com a proposta dos dirigentes do clube.
Em primeiro lugar, o Palmeiras não prioriza a competição continental. Quer seguir enquanto for possível, mas passo a passo, sem muita expectativa. Com a série B, a grande preocupação do Verdão é voltar à elite do Brasileiro. Seria uma tragédia passar o centenário (2014) na segunda divisão. Acredito que esse é o motivo que levou a diretoria palmeirense a não fazer contratações milionárias e manter o técnico.
Kleina sabe das dificuldades que enfrentará durante a Libertadores. A estreia deu a exata noção do que vai ser a trajetória do Palmeiras no torneio. O apoio da torcida será fundamental, assim como a entrega de cada jogador que entrar em campo. A moleza apresentada por Valdivia, Daniel Carvalho e cia ltda em 2012, não pode aparecer nessa temporada. E esse foi o principal assunto abordado por Kleina, que exaltou a raça e comprometimento na estreia. Sem um meia de criação, o treinador escalou Souza, Wesley e Márcio Araujo. Três volantes de origem que foram essenciais no ataque. O trio avançava e auxiliava Patrick Vieira nas jogadas ofensivas.
Aguardemos os próximos capítulos da Libertadores. Gremistas em busca do Tri e palmeirenses sonhando com o Bi. E claro, os treinadores serão fundamentais para o futuro de cada equipe na competição. Assim como Muricy Ramalho e Tite foram nas conquistas do Santos em 2011 e Corinthians em 2012.

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