De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.
21/11/12 - Saindo de Pouso Alegre, passando pelo interior paulista, aparecendo em Belo Horizonte e voando para os Estados Unidos. Essa é a caminhada do jovem Cristiano Silva Felício, pivô de 2,06 metros e 20 anos de idade, que saiu do Minas Tênis Clube e arrumou suas malas. O destino? A Universidade de Oregon (EUA), com a qual Cristiano acabou de assinar vínculo para disputar a próxima temporada da NCAA, liga americana universitária de basquetebol. O atleta representará o Oregon Ducks, clube da Conferência Pac 12 da primeira divisão da NCAA, na temporada 2013-2014.
Felício foi uma das gratas revelações da última temporada do Novo Basquete Brasil e viajou aos Estados Unidos em busca de um sonho. O jovem atleta conversou com o Boleiros da Arquibancada nesta semana, contando sua trajetória no basquete, suas passagens anteriores por outros clubes, e o desejo inicial de chegar em território americano. Conheça um pouco mais sobre a curta trajetória e os sonhos do jogador, no bate-papo que vem abaixo.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
"Boleiros da Arquibancada Entrevista": Cristiano Felício
Como foi seu primeiro contato com o basquete? Se tornar
jogador era objetivo desde pequeno?
Meu primeiro contato
foi ainda na escola, quando eu tinha 12 anos de idade e já era alto naquela
época. O professor de Educação Física me chamou para praticar o esporte, eu
acabei gostando e não parei mais. Tornar-me um jogador não era meu principal
objetivo no começo, mesmo porque eu não levava o basquete tão a serio. Mas
quando eu fui para Jacareí, com 15 anos, ali eu percebi que poderia me tornar um
jogador. Desde lá eu mantive e mantenho até hoje este objetivo.
Você é de Pouso Alegre, né? Como é que veio parar no
Minas Tênis Clube? Qual foi a caminhada até chegar a BH?
A caminhada até minha
chegada no Minas não foi fácil. Antes, fui para o estado de São Paulo fazer
dois testes. O primeiro foi na cidade de Pindamonhangaba, em 2006. Fui muito bem,
mas me disseram que não poderiam ficar comigo, pois não tinham alojamento para
os atletas. Como eu não tinha condições para bancar uma moradia, pensei que a
estrada para mim tinha acabado ali. Só que lá (em Pindamonhangaba) me indicaram
Jacareí, dizendo que talvez lá eles teriam alojamento. Dois dias depois, eu
estava lá para outro teste. Dei o meu máximo, assim como todo atleta faz em
dias de testes quando o nervo chega à flor da pele. Não se sabe se irá ficar ou
não. Scarpel, o técnico na época, veio conversar e disse que ficaria comigo e
que queria conversar com minha mãe também. Depois disso tudo, eu comecei a jogar
lá e ganhei um certo destaque. Fui chamado para o “jogo das estrelas” que teve
entre os jogadores da minha categoria no ginásio do Palmeiras naquele mesmo
ano.
O campeonato foi
acabando e no outro ano estaria ali para mais uma temporada. Dias antes de eu
ir para Jacareí novamente, recebi uma das notícias mais incríveis de toda a
minha vida: minha primeira convocação para a seleção brasileira de basquete. Estava
super feliz com a noticia e então parti para Jacareí e, depois disso, para a seleção.
Lá, inclusive, encontrei com quem foi o meu treinador no Minas também, o Raul
Togni. Fui para a seleção feliz da vida, treinei da melhor forma que eu pude. Depois
de retornar ao paulista, estava em casa no meio do ano e recebi uma ligação do
Flávio Davis para fazer um teste no Minas em 2009. Acabei ficando.
Qual avaliação faz da sua passagem pelo Minas? Conseguiu
seguir nas seleções de base e foi uma das revelações no último NBB...
Foi incrível. O tanto
que aprendi com cada técnico que tive foi uma experiência inexplicável. Desde o
meu primeiro técnico, Flávio Davis, passando pelo Nestor Garcia e chegando ao
Raul Togni, que sempre foi o meu técnico na categoria de base, o Minas foi
essencial para tudo o que conquistei na minha vida como jogador de basquete até
agora. Além de também ter o Cristiano Grama neste meu último ano que foi um dos
meus melhores no clube, sempre conversando comigo, dizendo o que podia
melhorar. Todos eles foram assim e sou muito agradecido por ter jogado no Minas
esses três anos.
E a ida pros Estados Unidos? Foi algo planejado há certo
tempo?
Bem, posso te dizer
que sempre foi um sonho e sempre busquei correr atrás dele todos os dias. Mas
só comecei a pensar realmente nisso depois que acabou o meu vínculo com o
Minas. Pensei muito e decidi que essa era a hora certa de estar vindo pra cá. Acabei
agarrando a chance e aqui estou hoje muito feliz da vida.
Neste mês, Cristiano Felício acertou com a Universidade de Oregon.
(Foto: Arquivo pessoal do atleta/Facebook)
Acertou vínculo com a universidade de Oregon agora. Como
funcionam os contratos com as universidades?
Acertei o meu vinculo
com a ótima Universidade de Oregon na última quarta-feira. Olha, eu não sei te
explicar muito bem, pois são muitos detalhes, mas o mais importante aqui é isto
que está à frente nos contratos com Universidades. Eles vêm te visitar e se
gostarem de você mandam uma carta de intenção para se vincular à universidade.
Logo após você assinar esse vínculo, nenhuma outra instituição pode vir
visitar você.
O que você acha necessário desenvolver no seu jogo para
chegar forte e encarar uma NBA?
Eu acho que meu jogo
de posts seria muito bom evoluir ainda mais para chegar muito bem lá. Mas sempre
penso que tenho que evoluir em todos os aspectos para ser um grande jogador e
buscar tudo o que sonho.
Falando agora de seleção brasileira. Vê como possível a
sua participação em 2016?
Temos muitos jogadores
bons para 2016, mas eu vejo como possível a minha participação na Olimpíada e
estarei trabalhando dia após dia para chegar à este objetivo. Representar meu
país em casa será maravilhoso.
Cristiano já representou a seleção brasileira nas categorias de base.
(Foto: FIBA)
Tem ídolos no basquetebol?
Meu maior ídolo de
todos no basquete sempre foi Kevin Garnett, pela raça que deixa a cada jogo, técnica
que tem por ser um cara grande. Eu gosto muito de vê-lo jogar, ainda mais por
jogar no meu Boston Celtics!
Jogar no Celtics é o próximo passo então?
Se isso chegar a
acontecer, seria fantástico, jogar ao lado do meu ídolo e no time que sempre
torci. Seria incrível. Nem cheguei a pensar nisso, mas se acontecer, eu ficarei
muito feliz.
Então, quais são as metas que você quer atingir daqui em diante no basquete?
Bem, minha primeira
meta é ir muito bem aqui na Universidade no meu primeiro ano e no próximo para
poder chegar à NBA daqui a dois ou três anos. Espero sempre seguir com a seleção
brasileira e 2016 é uma outra meta que estarei trabalhando para alcançar.
As 'promessas' sempre vão para o exterior. Vão em busca de uma melhor forma de vida, social e econômica. Quando vejo um orgão público esbanjar dinheiro público em um time de futebol fico a perguntar. Por que alguns são mais merecedores do dinheiro público que os outros? Cristiano faz bem, este país não nos merece. Devemos mesmo é fechar a porta e apagar as luzes, e dizer como dizíamos quando crianças: 'o último a sair é mulher do padre'.
ResponderExcluirMarcos Paulo