Do Rio de Janeiro.
Por Bernardo Peregrino.
13/04/12 - Foi por pouco. O Flamengo, nessa quinta-feira, ganhou do Lanús, no Engenhão, por 3 a 0, na rodada final do Grupo 2 da Taça Libertadores da América, mas não contou com o empate entre Olimpia e Emelec – os equatorianos venceram por 3 a 2 – para conseguir a quase improvável classificação para as oitavas de final. A classificação chegou a estar nas mãos do rubro-negro, mas as reviravoltas do outro jogo frenquentemente maltratavam o coração da torcida. No fim, o Flamengo acabou pagando pelos erros cometidos nos outros jogos – empate com o Olimpia por 3 a 3, derrota para o Emelec por 3 a 2 – e agora irá concentrar as suas forças no Campeonato Carioca.
Welinton comemora o seu gol com V. Love
(Foto: Alexandre Vidal/Flaimagem)
A torcida não compareceu em grande número, mas carregava as esperanças e o nervosismo de toda a nação. A tensão era compartilhada pelo time do Flamengo, que praticamente não jogou nos primeiros 10 minutos. O rubro-negro mal conseguia trocar passes no meio-campo e afunilava muito o jogo, sendo presa fácil para a forte marcação do Lanús. Love chegou a ter uma chance aos 9, mas o placar só se modificou aos 17. Em cobrança de escanteio pela esquerda, Botinelli lançou para o segundo poste e Welinton, que havia sido xingado na entrada do time em campo, subiu mais alto do que a zaga argentina e fez 1 a 0.
Estariam os deuses do futebol conspirando a favor do Flamengo? O certo é que, depois do gol, o rubro-negro se impôs em campo, até pela falta de ânimo do Lanús, que já estava classificado. De qualquer modo, os ouvidos e mentes da torcida no Engenhão estavam voltados para o jogo em Assunção, que, até esse momento, estava 0 a 0. O Fla seguia criando chances, mas o Lanús também chegou a ameaçar Felipe, aos 27. No fim da primeira etapa, a confiança aumentou: Ronaldinho fez ótima jogada individual e rolou para Deivid, dentro da área, bater cruzado e vencer Marchesín, aos 41. Tudo muito bom, tudo muito bem, mas o intervalo trouxe uma notícia difícil de ser digerida pelo Flamengo: gol do Olimpia.
E foi sob um “silêncio ensurdecedor” que o rubro-negro voltou para o segundo tempo. Logo aos 4, Luiz Antônio começou uma jogada na intermediária com um lençol e rolou para Deivid. O atacante achou Ronaldinho pela esquerda, que partiu para cima da marcação, foi ao fundo e cruzou para a conclusão de Luiz Antônio: golaço, 3 a 0, mas uma comemoração pela metade, porque o Olimpia seguia vencendo o Emelec. Depois disso, se o jogo no Engenhão acabasse, ninguém nas arquibancadas perceberia. Não seria exagero afirmar que, naquele momento, só o jogo de Assunção interessava. Aos 23, veio a informação tão aguardada: gol do Emelec. Festa, vibração e o Flamengo de volta às oitavas.
Essa foi a tônica do resto do jogo. Se pudessem, fatalmente os jogadores colariam os seus ouvidos num rádio de pilha para acompanhar o que acontecia no Defensores del Chaco. O Lanús ameaçou em duas jogadas pela esquerda e em cabeçada defendida por Felipe, mas ninguém se importava. Aos 44, nova ducha de água fria: gol do Emelec. O jogo acabava no Engenhão, mas ninguém ousou sair do seu lugar na arquibancada. Nos acréscimos do jogo em Assunção, nova euforia: empate do Olimpia. A essa altura, os jogadores estavam no centro do gramado, comemorando a classificação... que não veio. No lance seguinte, o Emelec fez 3 a 2. Fim precoce da Libertadores para o Flamengo, que pagou um preço alto pelos vacilos na competição. São Judas Tadeu até tentou ajudar, mas não deu.
FLAMENGO: Felipe, Léo Moura, Welinton, González e Junior Cesar; Willians (Muralha), Luiz Antonio, Bottinelli (Camacho) e Ronaldinho; Deivid (Thomás) e Vagner Love - Técnico: Joel Santana
LANÚS: Marchesin, Araujo, Goltz, Braghieri e Balbi; González (Ledesma), Fritzler, Pizarro e Valeri (Pereyra); Regueiro e Pavone - Técnico: Gabriel Schurrer
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