De São Paulo.
Cinco meses. Este é o tempo destinado a disputa dos estaduais no calendário dos clubes brasileiros definido pela CBF, para ocorrer da forma que cada federação estadual bem entender. Como são disputados há tanto tempo é complicado imaginar como seria sem eles, entretanto, o que vemos atualmente é a transformação de um torneio em apenas um empecilho ao bom desempenho dos clubes.
O valor destas competições para as torcidas também já não é o mesmo quando comparamos há 10 anos, por exemplo. O problema em discussão é porque tanto tempo para um campeonato em decadência. Muitos times o utilizam somente para entrosar os novos jogadores com os que permaneceram, pensando em competições futuras que são os verdadeiros objetivos do ano. Nem mesmo o prêmio, financeiramente falando, consegue compensar o desinteresse das equipes. Em alguns estados não é necessário disputá-los para saber quem será campeão, no máximo um jogo, ou até mesmo um sorteio, como na Bahia, que vemos o revezamento entre Bahia e Vitória no topo do estado em cada ano.
Será que vale a pena manter os estaduais no modelo de hoje? Ou se algo for alterado, é melhor o seu fim ou uma reunião entre os clubes para definir o formato? O debate serviria para evitar um desgaste ainda maior tanto dos jogadores, clubes e, principalmente, da competição. Querendo ou não, um mau desempenho neste início de ano pode gerar polêmicas que renderão durante toda a temporada, enquanto a vitória apenas aumentará em um item à sala de troféus dos grandes clubes.
Entramos agora no segundo ponto. Até aonde os clubes de menor expressão são beneficiados com os estaduais e, caso se discuta seu fim, como serão atingidos com sua extinção. Na atual disputa, times pequenos usam suas marcas como forma de garantir renda para toda a temporada, pois não tem a mesma visão durante o resto do ano. Com isso, aproveitam para evidenciar novas promessas e estampar o máximo de patrocinadores possíveis no uniforme, tornando-se, em muitos estados, meros coadjuvantes na competição, não tendo chances contra os gigantes.
Caso fosse presidente de algum clube pequeno seguiria utilizando o estadual da mesma maneira dos atuais mandatários, buscando manter a equipe bem financeiramente até o final da temporada. Entretanto, se estivesse num time de maior expressão, o modo usado seria diferente. Com categorias de base melhor desenvolvidas e apoiadas, o foco seria a revelação de novos jogadores, não apenas um ou outro, e sim colocando em campo as equipes de base, como por exemplo, a que disputa o Campeonato Brasileiro Sub-20 ou a Copa São Paulo. Assim, o clube, além de economizar em contratações, conseguiria encontrar nele próprio novas apostas.
Ainda há muito para se falar, mas sabemos que o atual sistema de disputa não pode ser mantido, pois prejudica os grandes clubes do país e, também pensando no outro extremo, uma nova fórmula tem que pensar nas equipes menores, objetivando disputas mais justas e que tragam maior bem ao invés de serem negativas às equipes.
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