De Fortaleza.
11/01/2012 - Olhei meu calendário de relance, agora há pouco. Meu Deus, já estamos em 2012?! É isso mesmo? Se as contas não estiverem erradas, faltam apenas dois anos para a aguardada Copa do Mundo de 2014, sediada no Brasil depois de mais de 60 anos. Entretanto, a maioria dos políticos das cidades-sede faz questão de ignorar completamente essa proximidade e tocar a "passos de tartaruga" os projetos de melhoria na infra-estrutura de suas cidades para o evento futebolístico mais importante do planeta.
Começo a falar dos problemas (muitos) da cidade em que moro, Fortaleza. Sinceramente, acredito que quando a prefeita Luizianne Lins batizou carinhosamente a capital cearense de "Fortaleza Bela", não deu uma passadinha pelo centro da cidade. O lugar está abandonado: calçadas quebradas, patrimônio publico degredado, lixo espalhado, pedintes a cada esquina, comerciantes irregulares... O Castelão pode até ser o estádio mais adiantado para receber os jogos, mas os problemas na infra-estrutura são inúmeros, e parece que não há tempo hábil para resolvê-los.
E tem mais: as greves perturbam o povo cearense a tempos. A última foi a da Polícia Militar, que deixou o estado inteiro paralizado em pânico, vivendo no caos da ausência de segurança pública, um direito incontestável do cidadão. Agora imagine só: dá pra imaginar um problema como esse na mítica Copa do Mundo? O que seria, se greve assim ocorresse em meio a um evento tão importante? Se ocorre as vésperas, muita coisa tem que mudar pra eu ter 100% de certeza de que não acontecerá
em 2014...
E em Natal? A situação não está muito diferente. O planejamento urbano também não está perfeito, e além disso, o aeroporto não está nem tão próximo de suprir as necessidades de um ano tão intenso quanto 2014 (assim como em Fortaleza, e na maioria das cidades-sede). Para piorar, o estádio Arena das Dunas sofre atraso em suas obras.
Em Porto Alegre, um dos principais problemas é o efetivo reduzido de policiais: 1.100, quando deveriam ser 2.500, número mais indicado para a sua população. Em São Paulo, o grande problema é a mobilidade urbana e transporte público. Além do trânsito caótico (aliás, problema recorrente grande parte das cidades-sede), o atraso no Itaquerão é desanimador. Em Cuiabá, a saúde pública é apontada como um grande problema, inclusive no setor privado. Faltam leitos e modernização.
E os problemas de ordem natural? Engano de quem acha que são apenas desgraça da mãe natureza - sabemos que muitos desastres seriam evitados caso houvesse real interesse dos politicos. Por exemplo: as enchentes no verão. Todo ano, a coisa se repete. Já pensou se no ano da Copa, as cidades perderem grande parte do investimento em infra-estrura que fizeram apenas por falta de prevenção? É rídiculo, mas não é difícil de imaginar. Aí, tudo vai por água a baixo...
Todos os prefeitos das 12 cidades-sede sabem onde precisam investir. Mas, penso eu, ainda não acordaram para, olhar de relance um calendário e fazer uma verdadeira reflexão para se conscientizarem de que 2014 está aí! E ainda precisam arrumar calçadas, melhorar as vias de trânsito, ampliar aeroporto, qualificar os profissionais, modernizar hospitais... É a velha mania brasileira de deixar tudo para a última hora. E, como não poderíamos esquecer, a igualmente velha farra com o dinheiro público.
Além do mais, a Copa no Brasil seria uma oportunidade de ouro para nossa seleção reconquistar o respeito e o prestígio internacional - oportunidade essa que está sendo jogada ao vento pela nossa tão amada CBF. Quem disse que a canarinho penta-campeã mundial merece ocupar apenas o 6º lugar no ranking da FIFA? Tinhamos mais era que ser hexa, para recuperar o nosso lugar de direito! Mas, com a "empolgante" seleção de Mano Menezes, não enxergo a glória merecida por nossa camisa: a camisa que representa o país do futebol. Talvez, só talvez, não consigamos mais que um vexame, completamente internacional e aos olhos do mundo inteiro... Seria 2014 o ano da vergonha?
Ao fiel leitor, um grande abraço!
Anna Nathália Simões.
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