Na base da vontade, Cruzeiro sai da "Zona Maldita"

De Belo Horizonte.

13/11/2011 - O Cruzeiro volta a vencer no Campeonato Brasileiro. E foi uma vitória importantíssima, suada, conquistada ainda no primeiro tempo, no confronto que, de início, parecia ser contra a equipe mais difícil das quais a Raposa enfrentaria nessa reta final. Na Arena do Jacaré lotada, o Cruzeiro venceu o Inter pelo placar de 1 a 0, com gol de Farias, aos 19 minutos do primeiro tempo.

À princípio, o Cruzeiro sentiu uma falta muito grande do lesionado Montillo. Wellington Paulista era quem saiu da área para armar as jogadas e, numa dessas, ele conseguiu belíssimo cruzamento para Farias marcar. O Cruzeiro deu muitas chances para o Internacional empatar o jogo ainda no primeiro tempo. Os espaços em sua intermediária eram imensos. Leandro Guerreiro não conseguia marcar D'Alessandro bem e o Inter só não marcou porque esbarrou nos próprios erros. Na etapa final, o Inter teve um atleta expulso logo no início, o que ajudou um pouco o Cruzeiro. Apesar disso, o Internacional foi quem teve as melhores chances da etapa final mas, na base da vontade, a Raposa conseguiu segurar a vitória.

Dessa forma, o Cruzeiro sai da Zona de Rebaixamento, aproveitando o tropeço do Ceará diante do Santos, em casa. Os mineiros estão na 16ª colocação. A Raposa chega à 37 pontos, abrindo 2 de vantagem em relação ao Ceará, primeiro colocado no Z4. 

A partir de agora, é tudo ou nada para o Cruzeiro. Serão quatro confrontos diretos. O primeiro deles, acontecerá na próxima quarta-feira. Em Florianópolis, o Cruzeiro tentará rebaixar o Avaí. Já o Inter vê cada vez mais distante o sonho da Libertadores. O colorado já é o 10º colocado. Para tentar subir na tabela, os gaúchos receberão o Bahia na próxima quarta. 

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Farias deixou sua marca na partida contra o Inter.

(Foto: Ramon Bitencourt / Agência Lance)

Mais do que tudo, o Cruzeiro teria que se superar no dia de hoje. Os desfalques eram muitos e importantes. O Cruzeiro começou marcando forte, incomodando a saída de bola do Internacional que, com qualidade, conseguia trabalhar as jogadas mesmo assim. Como a Raposa adiantava sua marcação, o Colorado ganhava espaços se passava por ela. Assim, o Inter tinha mais chances claras, assim como foi a finalização por cobertura de Oscar, após bom contragolpe puxado pelo Inter, onde a bola passou por sobre o gol. Isso aos 12 minutos.

O lado esquerdo do Cruzeiro não existia. Sempre pela direita aconteciam as melhores investidas do time azul, em algumas saídas de Vitor. Os mineiros ainda encontravam algumas saídas na saída de bola, e propiciavam alguns espaços pro Inter trabalhar as jogadas na intermediária do Cruzeiro, o que poderia ser perigoso. Numa dessas jogadas, D'Alessandro teve total liberdade para cruzar a bola na cabeça de Gilberto que, por pouco, não abriu o placar aos 18 minutos. Fábio salvou.

E na falta de um armador, Wellington Paulista teve que sair da área para buscar as jogadas. Quando o Cruzeiro resolveu criar pela esquerda, um minuto após o "quase gol" de Gilberto, o Cruzeiro achou o gol. Paulista recebeu pela esquerda, passou o pé em cima da bola e cruzou na cabeça de Farias que, na pequena área, não perdoou. Explosão de alegria na Arena do Jacaré. 1 a 0, aos 19 minutos.

O jogo seguiu muito aberto. A defesa do Cruzeiro convidada o Inter ao ataque. Tinga quase marcou aos 21 minutos, após receber com total liberdade no setor esquerdo ofensivo do colorado. Aos 24 minutos, Diego Renan foi quem recebeu com liberdade para penetrar na defesa do Internacional e quase marcar o segundo gol do Cruzeiro. Jogo gostoso de se assistir na Arena do Jacaré, pelos muitos lances criados.

A dupla de ataque do Cruzeiro estava afinada. Farias e Paulista mostravam muito entrosamento e vontade. Aos 31 minutos, uma belíssima tabelinha entre eles terminou com finalização de WP e defesa de Muriel, salvando o Internacional. O Cruzeiro dominava a partida, mas errava muitos passes no ataque. Diego Renan, por exemplo, errou uma bola aos 36 minutos e armou o contragolpe do Inter, que teve duas chances seguidas. Após esses lances, o Cruzeiro sofreu um apagão. Só dava Internacional, que baseava seus ataques nas subidas do bom lateral-direito Nei. O melhor para o Cruzeiro era o fim do primeiro tempo. O apático Cruzeiro parecia que não seguraria o placar por muito tempo. Pelo menos até o fim da etapa, o placar se manteve em 1 a 0.

O torcedor cumpriu bem seu papel no jogão de hoje.

(Foto: Marcos Michelin / Diários Associados / Superesportes)

As equipes voltaram com as mesmas formações para a etapa decisiva. O Cruzeiro ganhou um presentão logo no início do segundo tempo, quando Élton tentou interceptar um passe e tocou com a mão na bola, recebendo o segundo amarelo e indo embora para o chuveiro mais cedo. 

Com mais espaço, o Cruzeiro teria mais tranquilidade para trabalhar as jogadas. Apesar disso, a primeira chance de perigo do segundo tempo foi do Internacional, numa bola de Nei no travessão do gol defendido por Fábio, aos 14 minutos. O time mineiro respondeu dois minutos depois, quando Farias acertou as redes pelo lado de fora, após boa jogada de Marquinhos Paraná.

Os dois treinadores fizeram suas modificações apostando em velocidade. No Inter, Zé Roberto e João Paulo, velozes, além do meia Andrezinho, substituíram a Gilberto, D'Alessandro e Bolatti. No Cruzeiro, Ortigoza entrou no lugar de Farias. Além dele, Sandro Manoel substituiu a Leandro Guerreiro.

Apesar de contar com um homem a menos em campo, o Inter veio pra cima da Raposa e martelou, mas não conseguiu marcar. Melhor para o Cruzeiro, que ainda teve gol anulado de Diego Renan no final do segundo tempo.

O Cruzeiro sai da Zona de Rebaixamento e a partir de agora terá quatro confrontos diretos para tentar se salvar da série B: Avaí, Atlético-PR, Ceará e Atlético-MG.

Ficha do Jogo:

Cruzeiro 1x0 Internacional

CRUZEIRO:

1-Fábio

2-Vitor

3-Léo

4-Victorino

6-Diego Renan

10-Leandro Guerreiro

5-Marquinhos Paraná

8-Fabrício

7-Roger

9-Wellington Paulista

11-Farias

Técnico: Vágner Mancini

INTERNACIONAL:

1-Muriel

4-Nei

2-Bolívar

13-Rodrigo Moledo

6-Fabrício

5-Élton

7-Tinga

8-Bolatti (17-Andrezinho)

10-D'Alessandro (14-João Paulo)

16-Oscar

9-Gilberto (11-Zé Roberto)

Técnico: Dorival Júnior

Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, Minas Gerais.
Público: 16967 pessoas
Renda: R$ 106.558,00

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Vicente Romano Neto (SP) e João Batista Nobre Chaves (SP)


Cartões amarelos: Victorino, Roger, Wellington Paulista, Léo (Cruzeiro); Élton, Andrezinho, Zé Roberto (Internacional)


Cartão vermelho: Élton (Internacional)