segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A bola está comigo: Gigantes Hibernantes

De Fortaleza.
Por Anna Nathália Simões.

21/11/11 - Incontáveis os encantos que povoam o futebol, o tão popular e fascinante futebol (que me perdoem os outros esportes, que considero perfeitamente dignos, no entanto, vejo o futebol como a perfeita harmonia entre o homem e a bola...). A magia, a euforia e a energia, passadas ao campo pelos milhares de aficionados que se juntam pelo mesmo ideal... O ecoar de todas aquelas vozes, felizes, frenéticas e vibrantes, que empurram os homens que carregam no peito mais do que escudos ou cores, mas sim, toda a tradição e a história de uma nação. O ardente pulsar no coração das pessoas, que mesmo que não se conheçam, amam as mesmas cores e formam uma grande e poderosa corrente de alegria.



Nem tudo na vida são flores. Nem tudo no futebol é encanto. Isso porque o esporte mais popular do Brasil tem caráter cíclico. Como tudo na vida, num dia, ganha-se, noutro, perde-se. Com raríssimas excessões, os times passam por fases boas e ruins- o que não se configura como um desencanto propriamente dito, mas, sem dúvidas, quando a fase é ruim por muito tempo, e vê-se o time amado em um "beco sem saída", sem dúvidas o futebol perde parte de seu encanto.

O que dizer dos clubes de futebol que já brilharam num passado recente em cenário nacional, conquistaram uma verdadeira legião de torcedores e hoje em dia, agonizam na 3ª ou 4ª divisões, sem nenhum apoio da nossa tão querida CBF? Não é preciso olhar muito para trás para lembrar dos dias melhores de times como  o Remo, o Juventude, o Payssandu, o Santa Cruz, o Fortaleza... Todos têm em comum a má fase que parece não acabar e a imensa torcida que detêm. Vamos analizá-los separadamente:


-Clube do Remo

O Maior do Norte atualmente disputa a Série D do Campeonato Brasileiro. No entanto, em 2000, o time disputava a Série A. Nos anos seguintes, entre 2001 e 2007, povoou com dignidade a Segundona do Brasileirão. Entre seus títulos, um Torneio Internacional de Caracas, um Brasileiro Série C, e 42 taças do Campeonato Paraense.
Seu estádio tem capacidade para 17.500 espectadores, e sua torcida é uma das mais fanáticas e numerosas do Brasil. O clube tem mais de 100 anos de história (fundado em 1905).

                                                 (FOTO: Blog sangueazulino.blogspot.com)


-Juventude

O quase centenário Juve disputa atualmente a 4ª divisão. Mas nem sempre foi assim. O time que detém a maior torcida do interior do Rio Grande do Sul (Ibope/Lancenet 2010) esteve na primeirona entre 1995 e 2007.
O time gaúcho tem como principais conquistas a Copa do Brasil de 1999 e o Título do Brasileirão Série B de 1994. Seu estádio tem capacidade para cerca de 24.000 torcedores.

                   
                                                     (FOTO: Site Oficial do Juventude)         


-Payssandu     

O único clube da região Norte do Brasil a disputar a Libertadores foi o Papão do Curuzu. Disputando a Série C, o time paraense esteve na primeirona até 2005, quando desceu ladeira abaixo até a Terceirona. Maior detentor de títulos de sua região, possui também 44 campeonatos paraenses e 2 títulos do Brasileirão Série B.
Seu estádio é o Curuzu, com capacidade para 16.500 aficionados.

                  
                                                             (FOTO: fotolog.com)

-Santa Cruz

O Santa disputou a Série D este ano, mas já deu um passo importante em sua recuperação: Conseguiu o tão esperado acesso para a Série C de 2012. Em 2006 o time disputou a Série A do Brasileirão. Detentor de 25 estaduais e de dois vices da Série B, o Coral é outro gigante.
Sua torcida é conhecida nacionalmente pela paixão que ultrapassou as divisões e esteve com o clube em seus piores momentos, proporcionando ao time pernambucano uma das maiores médias de público do país, ainda que na Série D.

 
                                                   (FOTO: blogtorcida.com.br)

-Fortaleza

O leão do Pici atualmente disputa a 3ª divisão do Campeonato Brasileiro. Num passado não muito distante, em 2006, disputou a Série A e honrou o futebol nordestino. Seus principais títulos foram os 39 campeonatos cearenses, 2 vices da Série A (1960 e 1968), 2 vices da Série B (2002 e 2004) e a Paramaribo Cup de 1962, disputada no Suriname.
A torcida do Fortaleza já deu inúmeras provas de que é uma das mais fiéis do país. Apesar da divisão abaixo da sua tradição no futebol, os tricolores lotaram o PV em amistoso de uma torcida só, contra o Trairiense na sua pré-temporada de 2011.

                
                                                          (FOTO: fotolog.com)



Todos os times aí em cima listados possuem torcida numerosa e fanática, títulos importantes, bons estádios e tudo que precisariam para estar na 1ª divisão e serem chamados novamente de "gigantes". E estão nas séries C e D. O que acontece, é que o futebol não é uma ciência exata: o improvável está sempre acontecendo. Desejo uma boa sorte para que todos os "gigantes hibernantes" deste "Brasilzão" (perdoem-me caso tenha faltado algum) possam reencontrar o futebol de outrora e acordar desse sono tão pesado. Lanço uma pergunta, para finalizar: Será que alguns dos nossos gigantes da Série A um dia não vão hibernar, já que vimos que a "zica" pode acontecer nas melhores famílias? Essa reflexão vai para alguns cartolas irresponsáveis que deixam seu time jogar apenas com a tradição e esquecem dos tão necessários reforços e do planejamento. Camisa não ganha jogo, e qualquer um pode vir a se tornar um "gigante adormecido". Fica o alerta.

Hoje, a bola esteve comigo, Anna Nathália Simões. Passo-a para o competentíssimo amigo João Vitor Cirilo agraciar-nos com seu trabalho.

E, ao fiel leitor, beijos com gloss!

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