De Belo Horizonte.
Já no pré-jogo poderíamos prever um grande duelo nesta noite na Itália. Milan e Barcelona, donos do Grupo H, jogariam pela liderança na Champions League. Evidentemente, o desafio maior seria dos milaneses que, mesmo atuando em seus domínios, teriam pela frente a melhor equipe do mundo na atualidade, nada menos do que isso.
Messi e Xavi marcaram dois dos gols do Barcelona no dia de hoje. Messi participou de todos os três gols da equipe espanhola.
(Foto: Getty Images)
O Barcelona comprovou sua força ao vencer o Milan por 3 a 2, no San Siro. A partida foi uma grande atração para os torcedores. O Barça se impôs como Barça e conquistou a vitória com todos os méritos possíveis, mas o Milan também foi bem em alguns momentos do jogo. Pelo Barcelona, Messi, Thiago Alcântara e Xavi comandaram a equipe. Pelo Milan, menções para Boateng e Thiago Silva, que teve atuação até certo ponto segura.
Um dos problemas do Milan hoje, além do Barcelona, foi o fato de sempre se acomodar no jogo após marcar seu gol. Quando o empate era buscado, a equipe italiana parecia não encontrar ânimos para prosseguir a reação, e foi aí que o Barça tirou vantagem. Com o ataque afinado, a posse de bola já tradicional e as trocas de passe frequentes e com eficiência levaram a equipe a mais uma vitória.
Algumas variações táticas ao longo do jogo chamaram a atenção. Após sofrer o primeiro gol, o Milan modificou sua estrutura ofensiva, mudando o posicionamento de seus atletas, o que deu certo num primeiro momento. Pelo lado do Barcelona, Thiago Alcântara, caindo pelos lados do campo e Fábregas mais adiantado, quase como um segundo atacante, incomodaram o sistema defensivo do Rossonero.
Com a vitória de hoje, o Barcelona garante a primeira colocação do Grupo, abrindo cinco de frente contra o Milan, a uma partida do fim da primeira fase. O Milan também já está garantido na segunda fase. Pela sexta e última rodada da fase classificatória, o Barcelona receberá o BATE Borisov, enquanto o Milan sai para enfrentar o Viktoria Plzen. As partidas estão marcadas para o dia 6 de Dezembro.
Kevin-Prince Boateng foi o destaque do Milan na partida contra o Barcelona.
(Foto: Getty Images)
Falando do jogo
O Milan ensaiou ma pressão nos primeiros minutos, saindo sempre pela esquerda. O Barcelona marcava sob pressão e começou a sair para o jogo a partir dos quatro minutos, quando o Milan deu liberdade para a troca de passes catalã. Apesar da boa partida que fazia o meia Clarence Seedorf, o Milan não tinha a posse da bola no meio-campo. Foi aí que o jogo se tornou perigoso.
Aos 13 minutos, aproveitando-se do espaço cedido pela marcação milanesa, Messi dominou a bola na entrada da área e deu passe milimétrico para Abidal chegar pela esquerda e cruzar para a área, onde Van Bommel empurrou para as próprias redes. 1 a 0, em jogada de Barcelona.
E o Barça seguiu pressionando, aproveitando o nervosismo da equipe do Milan. A facilidade na troca de passes era imensa. Aos 17 minutos, outro passe espetacular, dessa vez do brasileiro Thiago Alcântara, só não terminou em golaço porque Abbiati salvou a finalização de Cesc Fábregas.
Um minuto depois disso, o Milan saiu de trás. Os italianas utilizaram-se de uma variação tática no ataque para confundir a marcação do Barça. Boateng, que caía pela esquerda, passou a jogar pela ponta direita; Ibrahimovic, antes centralizado, caiu pela esquerda; e Robinho, que caía pela esquerda, passou a jogar mais centralizado. O ataque do Milan também contava com a chegada de Seedorf, sempre com qualidade. Aos 18 minutos, começaram as investidas mais incisivas. Ibra criou três jogadas pela esquerda, sempre buscando a penetração de Boateng na segundo trave. Na mais perigosa delas, Robinho mandou por cima, mesmo estando sozinho quase dentro da pequena área. No lance seguinte, saiu o gol de empate. N'outra variação ofensiva, Seedorf caiu pela esquerda e deu passe "de três dedos" para Ibrahimovic, agora centralizado, empurrar para o gol. 1 a 1, aos 19 minutos.
O Barcelona não deixou o Milan se empolgar e retomou o domínio do jogo. As linhas de passe no setor ofensivo prosseguiram. Thiago aproveitava toda a liberdade que tinha para criar boas jogadas. Fábregas, sempre chegando de trás, também criava com qualidade. Numa delas, o camisa 4 cruzou para Messi desviar e a bola pegar no travessão, aos 23 minutos.
As trocas de passe do Barcelona prosseguiram até o árbitro alemão Wolfgang Stark marcar penalidade duvidosa de Aquilani sobre Xavi, aos 29 minutos. Messi cobrou a primeira com paradinha, mostrando desconhecimento da regra que, atualmente, não permite mais esse tipo de cobrança. Após receber o cartão amarelo, o argentino partiu para a segunda cobrança e a converteu, apesar de Abbiati pular para o canto certo. 2 a 1.
Pela necessidade do Milan em atacar, o jogo seguiu aberto. Enquanto isso, o Barça respondia em saídas rápidas. Foi aí que Abbiati começou a se destacar, parando duas finalizações de Villa e Messi. O Milan partia pra cima mas encontrava dificuldades para acertar o gol, esbarrando nos próprios erros.
Juntamente com Messi, o trio acima fez partida quase perfeita.
(Foto: Getty Images)
Tentando melhorar o aproveitamento de seu ataque, o técnico Massimiliano Allegri promoveu a entrada de Alexandre Pato no intervalo, deixando Robinho nos vestiários. Pato era cotado para começar a partida entre os 11 titulares.
O Milan mexeu no sistema ofensivo, mas o problema estava nas saídas de bola. Para o Milan, chegar ao gol do Barcelona ficava cada vez mais difícil, a não ser quando eram feitas ligações diretas. Num desses lançamentos, Pato desviou de cabeça, a zaga espanhola cortou e Boateng tratou de fazer a obra-prima. O ganês dominou no peito, driblou Abidal colocando de letra à frente, e soltou a bomba de direita, sem chances para Valdés. Golaço, golaço, golaço. 2 a 2, aos 8 minutos.
Ao contrário do que acontecera após o primeiro gol, o Milan seguiu tentando pressionar, mas abria espaços para o Barcelona contra-atacar. Aos 18 minutos, Messi serviu Xavi que apareceu como "elemento surpresa" exatamente no meio do sistema defensivo do Milan. Com extrema liberdade e tranquilidade, Xavi tocou na saída de Abbiati. 3 a 2 para o Barça.
Logo após o gol sofrido, o Milan perdeu o zagueiro Nesta, que sentiu uma fisgada na coxa. Bonera entrou. O Barcelona também aproveitou para mexer: Alexis Sánchez entrou na vaga de Villa, apagado no jogo.
O Milan se desanimou. Praticamente se rendeu à troca de passes do Barcelona que, com calma, mantinha a posse de bola no campo italiano. O Milan só encontrou espaços para se lançar ao ataque quando faltavam três minutos para o fim do tempo regulamentar. A partir daí também já não existia mais nada de tática. A base era a vontade mesmo. Nada de mudança no placar. Excelente vitória do Barça, que jogou como Barça e conquistou merecida vitória na Itália.
Ficha do Jogo:
Milan 2x3 Barcelona
Milan 2x3 Barcelona
MILAN:
32-Abbiati
20-Abate
13-Nesta (25-Bonera)
33-Thiago Silva
19-Zambrotta
4-Bommel (22-Nocerino)
18-Aquilani
27-Boateng
10-Seedorf
70-Robinho (7-Alexandre Pato)
11-Ibrahimovic
Técnico: Massimiliano Allegri
BARCELONA:
1-Valdés
5-Puyol
16-Busquets
20-Mascherano
22-Abidal
6-Xavi
15-Keita
11-Thiago Alcântara (28-Jonathan dos Santos)
4-Fábregas (17-Pedro)
10-Messi
7-Villa (9-Alexis Sánchez)
Técnico: Josep Guardiola
Estádio: San Siro, em Milão, Itália
Árbitro: Wolfgang Stark (Alemanha)
Auxiliares: Jan-Hendrik Salver (Alemanha), Mike Pickel (Alemanha)
Árbitros adicionais: Peter Sippel (Alemanha), Christian Dingert (Alemanha)
Cartões amarelos: Nesta, Bommel, Aquilani, Zambrota (Milan); Puyol, Messi, Mascherano e Abidal (Barcelona)
Árbitro: Wolfgang Stark (Alemanha)
Auxiliares: Jan-Hendrik Salver (Alemanha), Mike Pickel (Alemanha)
Árbitros adicionais: Peter Sippel (Alemanha), Christian Dingert (Alemanha)
Cartões amarelos: Nesta, Bommel, Aquilani, Zambrota (Milan); Puyol, Messi, Mascherano e Abidal (Barcelona)
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