De São Paulo.
Como a imprensa esportiva brasileira é previsível, hein? Caiu direitinho nos planos que a CBF armou para defender Mano Menezes e sua trajetória com a equipe rumo à Copa de 2014. Se antes as críticas vinham pelas derrotas, esquecendo os pontos positivos, agora, a exaltação vem, esquecendo os lados ruins do time.
Como a imprensa esportiva brasileira é previsível, hein? Caiu direitinho nos planos que a CBF armou para defender Mano Menezes e sua trajetória com a equipe rumo à Copa de 2014. Se antes as críticas vinham pelas derrotas, esquecendo os pontos positivos, agora, a exaltação vem, esquecendo os lados ruins do time.
Depois dos resultados negativos da seleção principal para times grandes, com expressão no futebol, a ilustre confederação brasileira de futebol decidiu intervir no calendário e ajustá-lo, deixando de lado jogos importantes. Ao invés de buscar aprimorar a equipe contra adversários respeitáveis, a opção foi marcar amistosos com times fracos, apenas para assegurar os bons resultados e ‘manipular’ a imprensa. Sim, manipular.
Mesmo não sendo algo direto, a influência da escolha foi gigantesca. Com times pequenos, a probabilidade de um tropeço é muito menor do que em um clássico, pois perder é resultado normal. Sendo assim, a mídia não tem como falar mal do time, terá que ressaltar o bom jogo, ou ao menos a vitória dos comandados de Mano.
Neste jogo contra Gana o time venceu. Com um a mais, o placar ficou apenas em 1x0, com o treinador mostrando mais uma vez o seu medo de perder. E como foram as manchetes do dia seguinte? “Seleção vence com gol de Damião e reencontra vitórias”, ou “Ronaldinho volta e se destaca na vitória”.
Não foi bem assim o jogo. O time estava tenso, começou pior do que Gana. Apenas depois da entrada de Elias no lugar de Ganso que as coisas se equilibraram, até mesmo porque reforçou o meio campo. Por sinal, essa substituição mostrou o receio característico de Mano, que tenta implementar o esquema 4-3-3 no time, mas quando a coisa aperta apela para o tradicional (e batido) 4-4-2, não resolvendo nada.
Pra falar a verdade, a vitória só foi garantida nesta partida com a expulsão do jogador de Gana, pois aí os espaços vieram e o adversário se viu obrigado a recuar. Com todo o time africano atrás da linha da bola, não teria como o Brasil não vencer. E ainda fez pouco. Claro, o goleiro ganês fez bem seu papel em dois lances, mas nada além disso e do gol que surgiu.
Não conseguindo fazer uma análise sem priorizar uma opinião, a maior parte dos comentários apenas ressaltou a vitória, com a volta de Gaúcho, o gol de Damião, esquecendo de falar dos pontos fracos. Mano em risco e a falta de vontade e/ou rendimento de alguns, acabaram ficando fora disso. Era exatamente o que foi esperado e previsto pela CBF.
Mano se manteve e mais do que isso, aumentou sua aceitação com a torcida e reencontrou a vitória. No Brasil é exatamente isso o que importa. Se o time consegue vencer, está ótimo, vamos ignorar tudo de errado que aconteceu, porque o objetivo foi alcançado. Se a equipe perde, esquece qualquer parte positiva, afinal, não podemos perder nunca. A torcida é exatamente assim, porém, a imprensa não fica longe, pois nós também somos torcedores.
Claro que torcemos por nossa nação, e não só para ela, temos nossos times. Entretanto, o profissionalismo deve estar acima disso, sabendo apurar o que de bom e ruim aconteceu. Não basta escolher sua opinião e focar nela, é necessário expor tudo, positivo ou negativo. Às vezes o básico da imprensa é esquecido e o lado torcedor impera neste meio.
Foto: Mowa Press
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