De Belo Horizonte.
21/08/11.
Os jogadores mudam, a equipe adversária também. O cenário muda. A cidade muda. O horário muda. Até o torneio muda. O resultado e a postura, não.
Mais uma vez, o Atlético Mineiro saiu de campo derrotado. E perdeu para o Botafogo, de quem é freguês número um. Não entremos no mérito desse jogo, exclusivamente. Olhemos o Atlético num todo.
Para aqueles que acham que o problema está no elenco ruim, discordo totalmente. Vamos então pegar cada um dos atletas titulares na noite de ontem e destacar um por um:
Renan Ribeiro: Destaque das categorias de base do Atlético, foi selecionado várias vezes, sendo vice-campeão Mundial Sub 20 em 2009. Bom goleiro.
Serginho: Surgiu como uma grata revelação, mas seu futebol caiu bruscamente nessa temporada. Perdido. Mas isso não pode ter acontecido em vão.
Lima: Bom zagueiro. Outro fruto das categorias de base, vendido em 2006 para o Bétis, da Espanha, e agora de volta.
Leonardo Silva: O Atlético dobrou seu salário em relação ao que recebia no Cruzeiro, clube anterior. Um zagueiro regular.
Richarlyson: Tem raça, vontade, mas não tem técnica. Não é um craque, longe disso.
Pierre: Um dos destaques do meio-campo do Palmeiras em 2009, teve séria lesão e volta agora a atuar regularmente. É uma aposta.
Dudu Cearense: Bom jogador, talvez o mais lúcido dos volantes do Atlético até então.
Bernard: Grata revelação, recém promovido das categorias de base do clube. Tem tudo para se tornar um excelente jogador.
Mancini: Se destacou na Roma, atuando como meia-atacante. Ainda acho que pode render mais pela lateral, posição onde se destacou no Galo no início da década.
Magno Alves: Já em fim de carreira, ainda tenta jogar. Não renderá muito mais.
Guilherme: Jogador caro, buscado da Europa. Revelado no Cruzeiro, ainda é jovem e pode demonstrar mais futebol.
Ainda há bons atletas, como Fillipe Soutto, Daniel Carvalho, André e algumas jovens promessas.
Olhando apenas os atletas que atuaram ontem, percebo que não há nenhum atleta em que possamos dizer que é ruim no que faz ou, ainda, que não tenha qualidade suficiente para atuar no Galo. E mais, não é equipe para tomar de 3 a 0 do Botafogo, mesmo vivendo o momento que vive. Mas há uma característica em comum de toda a equipe do Atlético: o medo de perder, que gera o desespero e, consequentemente, a apatia que impossibilita a todos de jogar. Desespero notado inclusive nos dirigentes e comissão técnica que, quando o resultado imediato não vem (como está acontecendo) muda grande parte dos atletas. Essa ideia tem que ser combatida e alguns conceitos têm que ser revistos.
Em tudo na vida, para que você adquira qualquer qualidade e se aperfeiçoe em uma coisa, tem que haver repetição, sequência, treinamento. E isso não vem acontecendo. Mais do que elenco, o Atlético tem que formar um time, e essa é a grande missão de Cuca. Fazer com que esse monte de jogadores possa formar um grupo, com a consciência da missão que têm e da responsabilidade que lhes foi atribuída quando assinaram um simples pedaço de papel com o clube. Como todos os anos, não se sabe quem são os titulares do Atlético, muito menos o que se passa na cabeça do atual treinador. A torcida que fica é para que essa definição aconteça o mais rápido possível porque, daqui para frente, tudo fica mais difícil.
A palavra é TREINAMENTO. E se alguém vier dizer que não há tempo para treinar, o calendário é cruel com todos, não somente com o Atlético Mineiro.
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