Quase um ano, 344 dias, antes de Danny Welbeck, um dos destaques da partida de ontem, nascer, o Tottenham vencera sua última partida no Old Trafford. O tabu de 22 anos sem vitória do Tottenham no estádio foi mantido. A última vez que os Spurs venceram no teatro dos sonhos foi em 16/12/1989, quando venceu por 1x0, com gol do lendário Gary Lineker.
No total foram 26 jogos no Old Trafford, entre United e Spurs, depois da última vitória londrina (21 Liga, 2 League Cup, 3 FA Cup). Manchester United venceu 21 e empataram cinco jogos.
Além deste tabu gigantesco, existe outro que engloba jogos, tanto no Old Trafford, quanto no White Hart Lane que, talvez, seja até mais grave. Lá se vão 27 jogos (contando o de ontem) sem vitórias do Tottenham pra cima do United em qualquer competição, em qualquer estádio. A última vitória do Tottenham sobre o United foi em 2001, em maio, quando venceu por 3x1.
Além do tabu, a qualidade técnica do time do United é imensamente superior ao do Tottenham.
O jogo de ontem:
Desfalques nas duas equipes. O United jogou com a zaga reserva, já que Nemanja Vidic e Rio Ferdinand, além de Rafael, estavam machucados (os zagueiros se contundiram no jogo de estréia da Premier League, contra o West Brom). Porém, o problema da zaga do United não é tão grave quanto seria se as contusões tivessem acontecido na temporada passada. A atual zaga do United, que jogou ontem, com Phil Jones e Jonny Evans, é melhor do que a zaga reserva das temporadas passadas (Wes Brown, John O'Shea, Mikael Silvestre) - Principalmente por conta de Phil Jones, ótimo zagueiro contratado junto ao Blackburn Rovers.
O United ainda não contou com Michael Owen, e teve Chicharito Hernandez no banco de reservas, ainda não recuperado 100% de sua contusão na cabeça, obtida na pré-temporada do clube.
Os Spurs também tiveram problemas. E, assim como o United, muitos problemas no setor defensivo: William Gallas, Alan Hutton e o capitão Ledley King ficaram de fora. Peter Crouch, centro-avante importante no esquema de jogo dos Lilywhites, com contusão no joelho, não se recuperou a tempo. Mas o principal desfalque do Tottenham para a partida não estava machucado.
Luka Modric, principal jogador da equipe, pediu à Harry Redknapp para não jogar a partida contra o United. O motivo? Ele não quer continuar nos Spurs. Aparentemente uma provável transferência para o Chelsea mexe com a cabeça do croata - e, fatalmente, Modric deverá rumar de White Hart Lane à Stamford Bridge nos próximos dias.
O primeiro tempo da partida não foi animador. Os times não encontravam espaços. Oportunidades de gols, efetivamente, não aconteciam. Jermain Defoe recuava para buscar a jogada. O Tottenham não tinha criatividade no meio campo. United seguia com os mesmos problemas que o rival.
No segundo tempo, Redknapp trocou Walker por Corluka, seis por meia duzia na lateral direita, mas que deu um pouco mais de espaço à equipe dona da casa. Apesar de começar pior o segundo tempo, não demorou para o United encontrar seu jogo. Em mais uma bela atuação, o jovem Cleverley cruzou a bola na cabeça de outro jovem, Welbeck, que abriu o placar.
O gol mudaria, ainda mais, a partida. Redknapp, de cara, já faria mais duas alterações: Pavyuchenko no lugar de Kranjcar, que, apesar de croata, não lembra Modric em nada, e Huddlestone no lugar de Livermore. O time abriu, os espaços apareceram, e não demorou para o United, em belíssima jogada, ampliar o marcador. Anderson marcou o segundo do United na partida. Em 154 jogos com a camisa vermelha, Anderson marcou seu oitavo gol.
Depois do gol, o Tottenham se rendeu, apesar de acertar a trave com Defoe em certo momento do jogo. Ferguson fez três alterações em uma tacada só: Giggs no lugar de Cleverley, Hernandez no lugar de Welbeck e Park no lugar de Young.
Ainda deu tempo para ele, Giggs, colocar a bola na cabeça de Rooney, na pequena área, e o camisa 10 só teve o trabalho de colocar a bola no fundo do gol.
Alguns jogadores do Manchester merecem destaque. Chris Smalling, zagueiro, está jogando muito bem na lateral. Particularmente no jogo de ontem, ele foi de suma importância. Com a ausência de Luka Modric, Gareth Bale, teoricamente, seria o mais perigoso jogador dos Spurs. Não foi. Smalling não deu espaços ao galês. E não só defensivamente, Smalling foi importante na subida ao ataque. Jogando como um legítimo ala, o zagueiro ajudou nos três gols do United (os três gols do United nasceram do lado direito do campo).
Vale destacar David DeGea, que falhou nos dois jogos oficiais que havia feito com a camisa do United. Muito seguro, o goleiro fez boas defesas e deixou o torcedor dos Red Devils mais confiante.
Manchester United: DeGea, Smalling, Jones, Evans, Evra, Nani, Cleverley (Giggs), Anderson, Young (Park), Rooney e Welbeck (Hernandez). Alex Ferguson.
Tottenham Hotspur: Friedel, Walker (Corluka), Dawson, Kaboul, Assou-Ekotto, Livermore (Huddlestone), Kranjcar (Pavlyuchenko), Lennon, Bale, Van der Vaart e Defoe. Harry Redknapp.
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