quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Boleiros da Arquibancada" entrevista: Evaldo José

De Belo Horizonte.
Por João Vitor e Matheus de Oliveira,

09/06/11 - Olá, amigos! Apresentamos a vocês mais uma de nossas entrevistas. Conversamos com o locutor esportivo Evaldo José Palatinsky, o Evaldo José, da Rádio CBN do Rio de Janeiro. O gentil Evaldo aceitou nos atender e responder à nossas perguntas. Conheça um pouco mais sobre o narrador na entrevista que vem abaixo.


Recentemente você postou em seu blog um vídeo de uma professora falando sobre as condições precárias da educação brasileira, e como título, postou: “E no país da Copa...”. Coloque pra nós a sua opinião sobre a escolha do Brasil para sediar a Copa de 2014.
Acho que vai ser um evento muito legal, mas apenas para encher os olhos da FIFA e da imprensa mundial. Tudo feito com dinheiro público, a maioria das obras superfaturadas e pouca melhoria na infraestrutura para a população. Aprendemos pouco com a África. Infelizmente.

Como acha que o governo e os cartolas lidam com a questão da abertura da Copa? Há realmente uma politicagem para que, mesmo sem estádio definido, a abertura aconteça em São Paulo?
O interesse político começou com a negociação das sedes, claro! E com a cerimônia de Abertura vai acontecer a mesma coisa. Agora, pensa numa Copa que ignora um estado do porte de São Paulo, com toda sua força econômica e política... não te parece muito estranho?

Evaldo, a narração esportiva no Rio de Janeiro tem características diferentes da maioria dos outros estados. Você acha que isso é um reflexo de como o torcedor carioca encara o futebol, com uma leveza, com mais descontração do que o paulista por exemplo?
O estilo dos paulistas é diferente dos cariocas sim, com certeza. Mas, acho até que hoje tem muito mais a ver com o estilo dos locutores do que com sua região. A tal da globalização atingiu também os narradores e falta um pouquinho de criatividade.

Apesar de narrar pro rádio fluminense, você nasceu no estado do Paraná que sempre teve um rádio muito forte com nomes como Willy Gonser, Lombardi Júnior, Edemar Annuseck dentre outros. Narradores com estilos diferentes do seu. O estilo atual você pegou com o passar do tempo ou desde o início foi este?
Com o passar do tempo... aprendendo e descobrindo a cada jogo a cada dia...


Em seu blog (www.evaldojose.com.br) , você conta a história do surgimento de seu bordão na hora do gol: “Que lindo, que lindo ...” . Conte a história para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de acompanhar? Aliás, outra história que lemos e achamos engraçadíssima foi a do “Ki na Trave”. Aproveite para contá-la para nossos leitores.
Aí vai, como está lá (risos): “O 'Ki na Trave' surgiu no Maracanã com uma jogada excepcional do baixinho Romário. Driblou toda a defesa (e olha que ele já estava no fim da carreira…), passou pelo goleiro, deu um toquinho e partiu para comemorar. Eu preparei o grito e já estava mandando quando, surpreendentemente, a bola bateu na trave e não entrou. Ficou estranho mas, vida que segue, né?”

Evaldo, a maioria dos comunicadores esportivos prefere não revelar seu time do coração. Você é a favor ou contra esse tipo de postura? Se não houver problema em revelar, qual a sua equipe do coração?
Tenho dois: Inter, por influência do meu pai e Botafogo, por ter chegado no Rio em 1989. Só porque eu comecei a torcer, o alvinegro saiu da fila e ganhou o título pondo fim a um longo jejum... (risos)

Qual a melhor partida do torcedor Evaldo José? E do narrador Evaldo José?
Como torcedor vibrei muito com o título de 1979 do Inter, invicto; do Bota no gol do Maurício e com a seleção de 1982.
Como narrador alguns jogos me marcaram muito como o do Flu contra o São Paulo e o Boca, na Libertadores de 2008; o tricampeonato do Fla em cima do Vasco, depois em cima do Bota; o Vasco na segundona – foi muito emocionante – queda e subida – enfim... tenho muitas recordações bacanas de nossas transmissões.

Você é a favor ou contra o fim das torcidas organizadas? Por quê?
A favor. Por causa da violência e do fanatismo.

Há poucos dias, saiu um estudo revelando as grandes dívidas dos clubes brasileiros. Em sua opinião, Evaldo, a que se deve esses grandes dividendos gerados, se a arrecadação de algumas determinadas equipes são imensas, tanto como patrocínio, como com a Televisão e etc.?
As administrações não são transparentes e profissionais, salvo raríssimas exceções e o dirigente não é responsabilizado como pessoa física. Brechas da Lei.


O que gostaria de fazer profissionalmente que ainda não teve oportunidade? Narrar na televisão é um objetivo? Quais seus planos pro futuro?
Se um dia pintar uma oportunidade vou encarar como um grande desafio. Sou movido a desafios. Meus planos são de continuar aprimorando a cada dia meu trabalho e evoluindo na execução onde quer que esteja.

Quais são suas apostas para o título do Campeonato Brasileiro de 2011?
Palpites são com o mestre Palata e faz tempo que ele não dá as caras... (risos). Mas, ele cravou os dois últimos campeões brasileiros na primeira rodada em 2009 e 2010...

Deixe uma dica àqueles que pretendem seguir carreira na narração esportiva.
Acreditar sempre no seu sonho e se preparar bastante porque a oportunidade um dia bate na sua porta e é preciso estar pronto para enfrentar um caminho que pode ter algumas dificuldades. Mas terá, com certeza, muito mais alegrias.

Abraço! Você, a bola e eu!

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