João Vitor, de Belo Horizonte em parceria com Arthur Stabile, de São Paulo.
Teve briga nas arquibancadas, arremesso de objeto em Muricy e uma baita pressão do Cerro. Foi suado, mas valeu muito a pena. O Santos está na final da Taça Libertadores.
A partida não poderia começar de forma melhor para a equipe do Santos. Foi um primeiro tempo sensacional para os alvinegros. Logo no início, aos dois minutos, Elano cobrou falta em direção à grande área e Zé Eduardo desviou para o gol, acabando com o jejum de 14 jogos sem marcar. 1 a 0.
O Santos provou que, além da competência, tem de se contar com a sorte.
Aos 27, o goleiro do Cerro falhou de forma grotesca. Confesso que não consigo descrever o lance. Aliás, Fato é que o Santos ampliou num gol contra do zagueiro Benítez, que tentou recuar a bola para o goleirão Barreto que falhou de forma sensacional.
O Cerro Porteño diminuiria o placar aos 31. Num escanteio vindo da direita, Benítez subiu bonito para marcar o gol dos paraguaios. 2 a 1 para o Peixe. O Cerro crescia no jogo.
O Santos não tinha tranquilidade para sair para o jogo e o Cerro avançava suas linhas em campo. A partida se tornava perigosa para o Peixe.
A ala esquerda do time da Vila era uma avenida. E foi por lá que o Cerro chegou aos 36, com Júlio dos Santos. O meia cruzou e Bareiro perdeu gol incrível.
O técnico do Cerro havia feito duas mudanças ainda na primeira etapa. Leonardo Astrada mostrava que não poderia ter medo. Partia pra cima do Santos.
Neymar estava apagado. Estava. Na verdade, um craque nunca está apagado. O Cerro achou que sim. Mas Neymar respondeu. Aos 46 minutos, um contragolpe puxado de forma espetacular por Arouca, que esperou o tempo certo para rolar para Neymar chamar o zagueiro e chutar no contra-pé do goleiro Barreiro. Golaço. 3 a 1 para o Santos.
Na segunda etapa o Cerro partiu para o tudo ou nada, indo sem freio rumo o gol defendido por Rafael. O goleiro brasileiro foi muito bem, conseguiu barrar lances perigosos do time paraguaio, mas não todos.
Novamente, o lado esquerdo da defesa do Santos era o alvo dos ataques, pois o lateral Alex Sandro não tem perfil de marcador e o titular Léo estava machucado. Praticamente todos os lances perigosos dos donos da casa nasceram por ali e atormentaram os jogadores e torcedores do Peixe.
Durval e Edu Dracena tentavam se segurar de tudo quanto é forma. Viam Rafael se esticar todo. E viram também o Cerro empatar a partida. Lucero dominou a bola depois de desvio do seu companheiro e sem deixar ela pingar enfiou o canudo para o gol. 3x2 para o Santos e seguia pressionado.
Tentativas e mais tentativas depois o empate veio. O meia Fabbro pegou bola recuperada na intermediária do ataque do Cerro, deixou dois marcadores para trás e chutou de fora da área, acertando o ângulo do goleiro Rafael que não teve chances no lance, foi o gol mais bonito da partida e o de empate para os paraguaios.
Duas bolas na trave ainda assustaram os goleiros. Em cobrança de falta Neymar mandou no pé da trave direita de Barreto, no rebote a zaga dominou o lance. O cerro chegou novamente com Fabbro, na entrada da pequena área, mas acertou o travessão, sorte dos brasileiros.
O último lance do jogo foi uma cobrança de falta do Cerro, em que o zagueiro Edu Dracena foi expulso, após levar o segundo amarelo. Rafael segurou bem e não deixou os paraguaios se iludirem com a possibilidade da virada.
Grande partida a de ontem. Tanto Cerro como o Santos jogaram muito e deram espetáculo aos torcedores e jornalistas ali presentes ou espectadores pela televisão. Com o empate o Santos vai para a sua segunda final de Libertadores no século, tendo como adversário o Penãrol ou o Velez Sársfield, que jogarão hoje a outra semifinal.
Foto: EFE / Lancenet
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