Lucas Fernando,
de Belo Horizonte.
Displicência, salto alto e falta de humildade. Ingredientes da eliminação do Cruzeiro na Libertadores de 2011.
O Cruzeiro foi eliminado da principal competição internacional entre clubes nesta quarta-feira. Após vencer o primeiro jogo na Colômbia por 2 a 1, a equipe celeste só precisava de um empate ou perder por 1 a 0 que se classificaria, mas, os jogadores só entraram em campo, parecia que o time já estava classificado, e que do outro lado não tinha uma equipe. A castigo apareceu, pena em uma hora que não o deveria.
1º tempo
Nos primeiros 30 minutos, o time dezenas de passes, na transição da defesa para o ataque e deu ao Once Caldas o que ele mais queria, contragolpes. Peças fundamentais, como Pablo, Henrique, Marquinhos Paraná, Montillo e Roger não entraram em campo, pensando que o adversário não estava ali, lentos e sem precisão nos toques, além de tudo displicentes. Os colombianos foram soberanos, com muita garra e vontade de jogar.
Aos oito minutos, Rentería tabelou na área com Dayro Moreno recebeu na frente e obrigou Fábio a fazer grande defesa no canto direito. O Once Caldas explorava muito a deficiência de marcação do lado direito da defesa cruzeirense e incomodava muito. O maior susto ocorreu aos 17, quando Rentería fez jogada individual pela direita, tentou encobrir Fábio e a bola saiu rente ao travessão.
O Cruzeiro confundia disposição com faltas duras. Aos 25, Roger recebeu cartão amarelo por falta violenta na entrada da área, falta em que o meio campista deveria ter sido expulso. Na cobrança, a bola foi rolada para trás, o atacante arrematou sozinho e Pablo evitou o gol de abertura ao fazer o corte na pequena área. Se a partida já era complicada, ficou mais ainda aos 30, quando Roger cometeu mais uma falta duríssima no meio-campo, dessa vez totalmente desnecessária, e recebeu com justiça o cartão vermelho do árbitro paraguaio. Apesar do erro infantil, displicente e idiota, ele saiu aplaudido.
Displicente, Roger não queria jogo e cavou sua explusão.
(Foto: AP)
Com um jogador a mais, o Once Caldas foi com tudo ao ataque. Aos 34, o melhor jogador em campo, Rentería, fez jogada individual na intermediária, viu Fábio adiantado e mandou a bola no travessão. Preocupado com a vulnerabilidade do Cruzeiro, Cuca agiu rápido e trocou Farías, totalmente apagado em campo, pelo volante Everton. Mas o Once Caldas manteve sua pressão e ocupou o campo de defesa celeste. Aos 38, Fábio defendeu chute forte de Mirabaje. Aos 41, num momento de extrema tensão, o Cruzeiro saiu mal na intermediária, Dayro Moreno foi lançado sozinho na área, pela direita, e bateu violentamente, cruzado, e a bola saiu à direita.
Quando o torcedor já rezava pela chegada do intervalo, o Cruzeiro finalmente encaixou uma jogada com bela troca de passes, aos 44. Ortigoza foi lançado em profundidade por Gilberto, ficou diante do goleiro, mas a conclusão foi ruim e a bola saiu à direita do goleiro, chance que faria falta no final do jogo.
2º tempo
Os dois times voltaram a campo sem modificações. No intervalo, Cuca tentou tranqüilizar e organizar o time, com duas linhas de quatro bem definidas, e apenas Montillo com mais liberdade. Até mesmo o atacante Ortigoza foi recuado para ajudar no combate. Inicialmente, a receita funcionou e o Cruzeiro voltou com a partida mais controlada. Aos sete, Gilberto brindou o público com uma jogada de muita técnica, ao dar um chapéu em seu marcador e cruzar da direita com perfeição. Ortigoza desviou de cabeça com perigo.
Aos dez minutos, Henrique disputou bola no alto com Carbonero, levou a pior e o árbitro expulsou o jogador colombiano. O auxiliar Nicolas Yegros, entendeu que ele atingiu o cruzeirense com uma cotovelada e o delatou a Antonio Arias. Com igualdade numérica, o futebol do Cruzeiro naturalmente cresceu. Aos 15, Montillo fez jogada individual e quase marcou um golaço por cobertura. Porém, Martínez conseguiu fazer a defesa. Aos 16, Ortigoza alçou na área e Henrique quase marcou de cabeça.
O Cruzeiro contava com um Gilberto inspirado e melhor jogador em campo. Com a bola nos pés, o lateral, que virará meio de campo, levava o time rapidamente ao ataque, com grandes jogadas, e desorganizava o adversário.
De um momento a outro, o Once Caldas cresceu novamente no jogo. Aos 19 minutos, Núñez invadiu a área pela esquerda, driblou três marcadores, ficou livre e chutou por cima. Aos 20, ele foi acionado outra vez na área e dessa vez foi parado com grande defesa de Fábio, à queima-roupa. Na cobrança de escanteio, o Once Caldas saiu na frente. Pajoy levantou na área, o zagueiro Amaya subiu sozinho e cabeceou a bola no ângulo esquerdo de Fábio, 0 a 1.
O problema é que o Cruzeiro dava os contragolpes ao adversário a todo instante, principalmente pelo lado direito da defesa, onde Núnez ganhava todas as jogadas de Pablo, sentindo a falta de ritmo. Aos 26 minutos, a equipe celeste sofreu o segundo gol. Em outra conclusão de Núñez, a bola bate na trave. Na sobra, Moreno bateu rasteiro no canto esquerdo de Fábio, 2 a 0. O resultado era suficiente para colocar os colombianos nas quartas de final. O Cruzeiro precisava de um gol para levar a decisão para os pênaltis.
Aos 30, Cuca arriscou tudo ao sacar o volante Henrique, muito mal no jogo, para lançar a campo o atacante André Dias. O time tinha 15 minutos para mudar a história de uma apresentação desastrosa. A verdade é que a tensão aos poucos tomou conta do time e o Cruzeiro só levou perigo aos 35 minutos, em cobrança de falta frontal do zagueiro Victorino, que saiu à esquerda de Martínez.
Aos 37 minutos, num lance fantástico de Gilberto, ele chapelou o zagueiro e colocou a bola na gaveta, mas o auxiliar o anulou o gol alegando impedimento, que não existiu. Aos 39, Everton chutou com muito perigo à direita do goleiro colombiano. Pablo, o lateral foi o pior jogador em campo, e sua atuação foi primordial para a classificação do Once, pena que Cuca não tenha visto. Aos 42, Rentería respondeu, passou facilmente por Pablo na área e Fábio evitou o terceiro gol com defesa à queima-roupa. Aos 42, Micolta penetrou sozinho e o goleiro cruzeirense teve que sair da área para fazer o corte, pois não havia mais zagueiros.
Aos 45, houve um tumulto grande, quando Rentería foi agredido por Cuca na lateral do campo com uma cotovelada. O lance serviu apenas para enervar ainda mais o Cruzeiro. No fim, Micolta ainda teve a chance de fazer o terceiro gol. Ele arrancou, tentou encobrir o goleiro Fábio, e a bola tocou no travessão.
O Craque celeste bem que tentou, mas o final foi triste.
(Foto:AP)
Final de jogo, a equipe Colombiana se classificou e pega o Santos nas quartas-de-final, com isso o Cruzeiro terá um dificílimo jogo Domingo pela final do Mineiro, o Once Caldas deixou um velha e conhecida frase para que os jogadores do Cruzeiro reflitam: “O jogo só acaba quando termina”.
Ficha do jogo
Cruzeiro 0 x 2 Once Caldas
Cruzeiro
Fábio; Pablo, Victorino, Gil e Gilberto; Marquinhos Paraná, Henrique (André Dias, 30min 2ºT), Montillo e Roger; Farías (Everton, 35min 1ºT) e Ortigoza (Dudu, 24min 2ºT).
Técnico: Cuca.
Once Caldas
Martínez; Calle, Amaya, Henríquez, Núñez; Mejía, Henao (Pajoy, 10min 2ºT), Mirabaje (Cuero, 19min 2ºT) e Carbonero; Dayro Moreno (Micolta, 39min 2ºT) e Rentería.
Técnico: Juan Carlos Osorio.
Motivo: Jogo de volta das oitavas de final
Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)
Data: 4 de maio, quarta-feira, às 21h50 (de Brasília)
Gols:
Amaya (Once Caldas), 21min 2ºT
Dayro Moreno (Once Caldas), 26min 2ºT
Árbitro: Antonio Arias (PAR)
Auxiliares: Nicolas Yegros (PAR) e Dario Gaona (PAR)
Cartão amarelo:
Farías (Cruzeiro), 3min 1ºT
Henríquez (Once Caldas), 5min 1ºT
Roger (Cruzeiro), 25min 1ºT
Rentería (Once Caldas), 28min 2ºT
Cartão vermelho:
Roger (Cruzeiro), 30min 1ºT (segundo amarelo)
Carbonero (Once Caldas), 10min 2ºT (direto)
Pagantes: 14.972
Renda: R$ 353.780,00
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