sexta-feira, 13 de maio de 2011

Camisa e Torcida Honradas

Arthur Stabile,
de São Paulo.

Indiscutivelmente um time perder de 6x0 abala toda a estrutura. Do convívio do grupo até a forma da torcida encarar todo o trabalho, mesmo sendo um resultado isolado. E não foi diferente no Palmeiras, longe disso. Jogadores contestados foram ‘gentilmente’ pedidos a se retirar pela torcida, ou parte dela ou o que seja. Sobrou até para o organizador da equipe, Felipão, que conseguiu fazer este time, mesmo com peças escassas, a melhor zaga do mundo por certo tempo.


Como fazer para reestabelecer a ‘paz’ de antigamente com a torcida, focar no aprimoramento do time e nos próximos campeonatos? O primeiro passo era simples: vencer o Coritiba no jogo de volta, mesmo não conseguindo a extremamente improvável classificação, mas sim para deixar claro para a torcida que ninguém esta ali de brincadeira e sim tentando orgulhar o manto que vestem.

Sinceramente, alguém duvidou que Luiz Felipe Scolari fosse engolir tamanha vergonha passada? Como já disse, não era necessária a classificação - pois as coisas desandaram lá na primeira partida - o importante era sim a vitória, a redenção do treinador, figura mais envergonhada depois de tal catástrofe, palavras do próprio.


E não foi diferente. O time parecia entrar para a final de campeonato da vida de cada um. Garra, vontade, dedicação não faltaram para a equipe, os gols sim, porém, o empenho demonstrado foi sem igual. Por incrível que pareça não chegou perto do que vimos em campo no jogo com o Corinthians, que mesmo com um jogador a menos o time pressionou e quase se consagra.

Apesar dos três volantes de titulares a equipe estava ofensiva. Assunção e Araújo atuaram como meias, com muita movimentação na intermediária e tentativa de lances a todo instante incessantemente, velocidade e insistência vista apenas em futebol europeu. Não ao mesmo nível, evidente, entretanto, os que estavam em campo com a camisa verde entraram com um objetivo mais do que claro e o cumpriram.

Kleber, como sempre, compôs bem o ataque, fazendo o pivô e finalizando chances. Araújo jogou para frente, da pra acreditar? Assunção, o mais comprometido em campo. Batia escanteios, bolas paradas e se pudesse tentar até tiro de meta para diminuir a diferença. E o São Marcos? Além da ótima defesa no chute de Bill o eterno santo palestrino mostrou habilidade monstruosa ao chapelar o atacante do Coxa.


Adriano Michael Jackson, que entrou no intervalo no lugar do machucado Wellington Paulista, começou a desmoronar e invencível invencibilidade do time paranaense. A pressão não parava em nenhum instante. Mesmo não tendo boas finalizações com a bola no chão o time paulista criava perigo nas bolas paradas. E foi em uma delas que Assunção brilhou e desencantou. Tiro preciso no ângulo superior direito do bom goleiro Edson Bastos. Ainda tentou em outra oportunidade, mandando uma bomba, desta vez jogada para escanteio pelo arqueiro.

É. Não foi dessa fez que o Palmeiras entrou para a história, positivamente, pois o publico foi o menor de todas do clube paulista, papelão, não da torcida, mas da equipe na primeira decisão lá, influenciando negativamente a torcida. Porém, mesmo com os ânimos abaixo de zero, de todos os envolvidos com a equipe, a partida serve para algo: aproximar a torcida e fortalecer o elenco, já que reforços foram prometidos.


O futuro mais uma vez é incerto, e, provavelmente, não muito agradável para torcedores, diretores, jogadores e seja quem for. Entretanto, que clube tem certeza de alguma coisa no futebol brasileiro? Quem apostaria na eliminação desastrosa do Flamengo de Ronaldinho Gaúcho e Luxemburgo pro modesto Ceará? Quem imaginaria, além do torcedor coxa branca mais fanático do universo, que a primeira partida seria uma das melhores do time alviverde paranaense na história?

Futebol é uma caixinha de surpresas, como diria alguns, mas outra frase se encaixa melhor neste momento: “Futebol é uma arte onde em um segundo você pode criar uma "obra prima" ou o fiasco da sua vida...” dita por Josevan Lopes. E pelos últimos anos podemos ver que esta frase não se encaixa somente neste momento, mas sim em todos os que envolvem a Sociedade Esportiva Palmeiras.


Foto: Eduardo Viana / Tom Dib




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