segunda-feira, 28 de março de 2011

"Boleiros da Arquibancada" entrevista: André Henning

De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.

28/03/11- Apresentamos mais uma entrevista aos nossos leitores. Nosso papo hoje é com André Henning, paulista, filho do também jornalista Hermano Henning. André já foi repórter, apresentador, coordenador de esportes e hoje é narrador do canal Esporte Interativo.


Quando surgiu o interesse pela narração e quando começou efetivamente a cumprir a função de narrador, André?
O interesse vem desde moleque, mas por questões profissionais o sonho acabou ficando de lado por muito tempo. Virei repórter e nunca mais tinha pensado no assunto, até que o Eder Luiz, grande narrador e meu chefe na época sugeriu que eu tentasse a narração. Primeiro, na Fórmula Um. Deu certo e nas Olimpíadas tive a chance no vôlei. Depois dos Jogos de Atenas passei a pensar mais seriamente em me dedicar à narração e foi o que aconteceu. Parti para o futebol e fiquei, completando a transição da reportagem para a narração.

Além da atual TV Esporte Interativo, em quais outras mídias já trabalhou?
Comecei na Rádio Metrópole, em Salvador (se chamava Rádio Cidade). Fazíamos jornalismo em FM, algo que estava começando no Brasil naquele tempo. Depois, junto com a equipe do Eder Luiz, trabalhei na Band FM e na Transamérica FM, ambas em SP. Em 2006, passei a trabalhar também no Esporte Interativo onde fiquei exclusivamente a partir do ano seguinte.

Começou seus trabalhos como repórter, mas desde o início a vontade era de narrar ou isso veio por acaso?
Quando comecei profissionalmente, já tinha deixado o sonho de infância de lado. O objetivo era ser repórter mesmo. Virei narrador por acaso, por necessidade. Havia uma escassez de novos narradores e houve uma tentativa de me aproveitar na narração. Não sei se deu certo ou não, mas estou aí narrando até hoje, hehe...

Tem saudades de transmitir futebol pelo rádio, ou mesmo Fórmula 1?
Tenho muita. Fórmula Um nem tanto, mas sinto falta do rádio de uma maneira geral. Hoje, sou maluco por televisão também, mas o rádio sempre será a minha paixão.


Ao lado do comentarista Vitor Sérgio.
(Foto: Esporte Interativo/Reprodução)


Cobrir o Palmeiras foi uma tarefa difícil por todos já saberem que é corinthiano?
Mas ninguém sabia! Hehe... Brincadeira, todo mundo sabia. Mas não foi difícil de maneira alguma. Aliás, a coisa que menos me preocupava no tempo em que acompanhava mais de perto o futebol, vivendo o dia-a-dia era o Corinthians. A gente perde um pouco o tesão de torcer, por diversas razões. E como profissionalmente para mim era bom que o Palmeiras tivesse sucesso, durante alguns anos eu “estive” palmeirense, hehe. Falando sério, dei um tempo de torcer enquanto tive esse contato intenso com o futebol. Agora, que passou um tempo, volto a ver jogos torcendo, mas nunca mais foi a mesma coisa. Aquele negócio da paixão como nos tempos de infância, ficou pelo caminho.

Se pudesse, voltaria ao rádio ou isso não faz parte de seus planos para o futuro?
Voltaria sem o menor problema. Aliás, tenho um plano para encerrar minha carreira no rádio, apresentando um programa geral, não apenas de esportes. Vamos ver se dá certo. Espero que seja daqui a bastante tempo. Nem sei se o rádio vai existir até lá, hehe...


Qual a equipe brasileira considera a melhor e por quê?
Acho que não tem um time muito destacado dos outros hoje no Brasil, mas apontaria o Santos. Com Neymar e Ganso é duro segurar...


Qual jogador brasileiro, dentre os que atuam no Brasil e fora, é o melhor, em sua opinião?
Hoje, acho o Neymar o melhor deles. Precisou colocar a cabeça no lugar um pouco, mas futebol sempre teve. É um talento, uma jóia. Para mim, hoje ele é o melhor. Agora, vejo potencial no Ganso, no Lucas, em alguns outros...

O que é fundamental para ser um bom repórter? E um grande narrador?
Gostar do que faz é a primeira coisa. Tem que se ter em mente que um narrador esportivo vai cobrir esportes 95% do tempo. Pode até ser chamado para fazer uma coisa ou outra, mas fundamentalmente viverá e respirará esporte 24 horas por dia. Então, é bom que goste. Repórter já não é tanto assim, dá para ir por outros caminhos, mas com narrador não tem jeito. Gostar de ler, se interessar pelo que acontece no mundo – geralmente, fatos que acontecem no cotidiano são reproduzidos no esporte e um repórter ou narrador tem que saber do que se trata para informar o seu ouvinte ou telespectador. Por exemplo, quem for narrar um jogo hoje pode se deparar com uma faixa da torcida em homenagem às vítimas do terremoto/tsunami no Japão. O narrador tem que saber o que está acontecendo no mundo para fazer a associação...


Deixe uma dica àqueles que querem seguir a carreira na comunicação esportiva.
Ter certeza que esse é o caminho a ser seguido. Se estiver em dúvida, não vá pois as dificuldades serão enormes. É algo apaixonante, mas que tira o seu fim de semana, o aniversário, Dia dos Pais, dos Namorados... É preciso ter muita disposição, mas quer saber? É muito bom!

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