De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.
23/01/11 - Olá, amigos. É com muita honra que trazemos para vocês uma entrevista com um dos maiores ícones do rádio esportivo brasileiro. Falamos de Alberto Rodrigues, o "vibrante", narrador da Rádio Itatiaia. Alberto gentilmente aceitou nos ceder esta entrevista que trazemos agora à vocês.
Olá Alberto. Primeiramente queremos lhe agradecer por conceder-nos esta entrevista e dizermos que somos grandes admiradores do seu trabalho que vem sendo feito por muitos anos na Rádio Itatiaia.
Começaremos te perguntando sobre seu início de carreira. Onde iniciou? Em que ano? Encontrou muitas dificuldades ?
Eu sempre gosto de falar que minha carreira começou ainda criança, com meus 10, 11 anos de idade, quando tinha os meus times de botão, fazia meus campeonatos e jogava com meus amiguinhos, na cidade de Araxá. Foi dali, que escutando as rádios do Rio e São Paulo e seus locutores esportivos, comecei o interesse pelo rádio. Aos 16 anos entrei na rádio Imbiara de Araxá e lá fizemos uma equipe que transmitia os jogos amadores da cidade. Vim para BH em fins de 59, onde comecei minha carreira na Rádio Minas, em 61, de lá para a Itatiaia, em 63 até 66, depois Rádio Inconfidência, até 77, voltando a Itatiaia, antes passando pela rádio Jornal de Minas, hoje Rádio América. As dificuldades da época eram muitas, principalmente na parte tecnológica, mas a vontade era tanta, que conseguíamos superar, pois estava fazendo aquilo que eu mais queria.
Sempre foi narrador ou já cumpriu outras funções na rádio?
Comecei no rádio como narrador, mas já trabalhei em algumas oportunidades como repórter volante e repórter atrás do gol, principalmente no período que estive na Rádio Inconfidência. Exerci lá também, a função de redator e apresentador de programa esportivo.
Já transmitiu outros esportes ?
Eu sempre gosto de falar que minha carreira começou ainda criança, com meus 10, 11 anos de idade, quando tinha os meus times de botão, fazia meus campeonatos e jogava com meus amiguinhos, na cidade de Araxá. Foi dali, que escutando as rádios do Rio e São Paulo e seus locutores esportivos, comecei o interesse pelo rádio. Aos 16 anos entrei na rádio Imbiara de Araxá e lá fizemos uma equipe que transmitia os jogos amadores da cidade. Vim para BH em fins de 59, onde comecei minha carreira na Rádio Minas, em 61, de lá para a Itatiaia, em 63 até 66, depois Rádio Inconfidência, até 77, voltando a Itatiaia, antes passando pela rádio Jornal de Minas, hoje Rádio América. As dificuldades da época eram muitas, principalmente na parte tecnológica, mas a vontade era tanta, que conseguíamos superar, pois estava fazendo aquilo que eu mais queria.
Sempre foi narrador ou já cumpriu outras funções na rádio?
Comecei no rádio como narrador, mas já trabalhei em algumas oportunidades como repórter volante e repórter atrás do gol, principalmente no período que estive na Rádio Inconfidência. Exerci lá também, a função de redator e apresentador de programa esportivo.
Já transmitiu outros esportes ?
No inicio de carreira, transmiti basquete, futebol de salão e vôlei e até uma luta de boxe, quando existia o Paissandu, onde hoje é a rodoviária.
Como surgiu o bordão que você diz no momento do gol: o " gol gol gol gol ... " ?
Como surgiu o bordão que você diz no momento do gol: o " gol gol gol gol ... " ?
Em 76, na Inconfidência, transmiti a final do campeonato mineiro, Atlético x Cruzeiro. O Atlético abriu o marcador através de Darío. Narrei o gol normal. O atacante Palhinha, que jogava pelo cruzeiro empatou o jogo e marcou o gol de desempate. Foi tão emocionante que eu comecei a gritar "gol, gol, gol ... " . E aí, espontâneamente nasceu este meu modo de narrar, no principio contestado por alguns, mas a maioria aprovou e ficou até hoje.
Você teve o privilégio de transmitir a partida de inauguração do Mineirão em 1965.Conte como foi.
Tive a honra de ter sido o primeiro locutor esportivo a falar do Mineirão. Na sexta feira, no treino apronto da seleção, que no domingo enfrentaria o River Plate, falei pela primeira vez do Mineirão, dizendo uma célebre frase de Januário Carneiro: “ Nós abrimos para o rádio de minas, os caminhos de todos os continentes " . Esta transmissão do treino foi feita nas arquibancadas, pois a nossa cabine estava em acabamento. Já na domingo, dividi com Valdir Rodrigues a narração do jogo, ele transmitiu o primeiro tempo e eu o segundo. Já aos dois minutos saiu o gol, que tive a honra de narrar, feito por Buglê, jogador do Atlético.
O que representou na época para o futebol de Minas ter um dos maiores e mais modernos estádios do mundo ?
Você teve o privilégio de transmitir a partida de inauguração do Mineirão em 1965.Conte como foi.
Tive a honra de ter sido o primeiro locutor esportivo a falar do Mineirão. Na sexta feira, no treino apronto da seleção, que no domingo enfrentaria o River Plate, falei pela primeira vez do Mineirão, dizendo uma célebre frase de Januário Carneiro: “ Nós abrimos para o rádio de minas, os caminhos de todos os continentes " . Esta transmissão do treino foi feita nas arquibancadas, pois a nossa cabine estava em acabamento. Já na domingo, dividi com Valdir Rodrigues a narração do jogo, ele transmitiu o primeiro tempo e eu o segundo. Já aos dois minutos saiu o gol, que tive a honra de narrar, feito por Buglê, jogador do Atlético.
O que representou na época para o futebol de Minas ter um dos maiores e mais modernos estádios do mundo ?
O Mineirão foi talvez uma das maiores obras de Minas Gerais, feita pelos governadores Israel Pinheiro e Magalhães Pinto, mudando para melhor em muitos furos o futebol mineiro, colocando Cruzeiro, Atlético e América num patamar de igualdade com todo o futebol brasileiro. Por outro lado aqueceu a economia da região da Pampulha, trazendo diversão e conforto aos seus expectadores. Foi um grande marco para Minas e continuará sendo uma obra gigantesca, quando ficar pronta, a partir de dezembro de 2012.
Fale para nossos leitores, como foi sua saída da Itatiaia para a Rádio Inconfidência?
Em 1966, foi a Copa do Mundo da Inglaterra e na época, a Itatiaia que iria cobrir a copa estava com algumas dificuldades financeiras e não poderia mandar a Londres uma equipe completa. Como fui preterido e no arroubo da minha juventude, recebi um convite do Jairo Anatólio Lima, chefe de esportes da Inconfidência. Aceitei o convite e me transferi para aquela emissora. Confesso, que após alguns anos lá, me arrependi do que fiz, pois a Itatiaia só cresceu, fazia todas as jornadas internacionais dos times mineiros, ao passo que a Inconfidência, retrocedia no tempo, infelizmente, pois tinha um grande potencial, nunca aproveitado pelos dirigentes que lá passaram.
Sabemos que um dos auges para o profissional esportivo é cobrir uma Copa do Mundo. Em quantas você já trabalhou e qual a mais especial ?
Já trabalhei em oito Copas do Mundo, desde 82 até a da África. Foram muitas copas especiais, mas a primeira sempre é a melhor. A Copa da Espanha foi excelente, pena que o Brasil, que tinha o futebol mais espetacular, saiu após perder para a Itália. Outras copas como a dos Estados Unidos, França e México, também gostei muito.
Como foi em 1979 com a chegada do Willy e a mudança de estratégia da Itatiaia, colocando um narrador para trabalhar exclusivamente com um clube ?
Willy Gonser deu uma contribuição espetacular ao rádio mineiro e principalmente à Itatiaia. Foi um dos melhores narradores que passaram pela emissora. O nosso relacionamento pessoal foi bacana de mais. Havia um respeito mútuo muito grande e hoje, pela audiência esportiva que a rádio alcança, deve-se muito ao Willy.
Qual seria a equipe de rádio esportivo dos sonhos, Alberto ?
Acho a equipe da Rádio Itatiaia muito boa, lá passaram profissionais excelentes como Osvaldo Faria, Pingüim, Paulo Rodrigues, Paulo Roberto Pinto Coelho, Dirceu Pereira, Fernando Sasso e tantos outros. Hoje, temos ainda uma equipe homogênea, comandada pelo Emanuel Carneiro, com profissionais de gabarito, como Maurílio Costa, Roberto Abras, Artur Morais, Milton Naves, Mário Caixa e os mais jovens, Ênio Lima, Bruno Azevedo, Emerson Romano, Thiago Reis e tantos outros, como comentaristas Júnior Brasil e Lélio Gustavo.
Como entrou na vida pública?
Através de convites de Zezé Perrella e depois do ex-deputado Ronaldo Vasconcelos.
E como foi a experiência que teve como secretário de esportes?
Foi muito boa, o executivo nos dá a oportunidade de gerenciar os recursos do estado, à disposição das secretarias de forma prática, visando o bem das comunidades.
Fale para nossos leitores, como foi sua saída da Itatiaia para a Rádio Inconfidência?
Em 1966, foi a Copa do Mundo da Inglaterra e na época, a Itatiaia que iria cobrir a copa estava com algumas dificuldades financeiras e não poderia mandar a Londres uma equipe completa. Como fui preterido e no arroubo da minha juventude, recebi um convite do Jairo Anatólio Lima, chefe de esportes da Inconfidência. Aceitei o convite e me transferi para aquela emissora. Confesso, que após alguns anos lá, me arrependi do que fiz, pois a Itatiaia só cresceu, fazia todas as jornadas internacionais dos times mineiros, ao passo que a Inconfidência, retrocedia no tempo, infelizmente, pois tinha um grande potencial, nunca aproveitado pelos dirigentes que lá passaram.
Sabemos que um dos auges para o profissional esportivo é cobrir uma Copa do Mundo. Em quantas você já trabalhou e qual a mais especial ?
Já trabalhei em oito Copas do Mundo, desde 82 até a da África. Foram muitas copas especiais, mas a primeira sempre é a melhor. A Copa da Espanha foi excelente, pena que o Brasil, que tinha o futebol mais espetacular, saiu após perder para a Itália. Outras copas como a dos Estados Unidos, França e México, também gostei muito.
Como foi em 1979 com a chegada do Willy e a mudança de estratégia da Itatiaia, colocando um narrador para trabalhar exclusivamente com um clube ?
Willy Gonser deu uma contribuição espetacular ao rádio mineiro e principalmente à Itatiaia. Foi um dos melhores narradores que passaram pela emissora. O nosso relacionamento pessoal foi bacana de mais. Havia um respeito mútuo muito grande e hoje, pela audiência esportiva que a rádio alcança, deve-se muito ao Willy.
Qual seria a equipe de rádio esportivo dos sonhos, Alberto ?
Acho a equipe da Rádio Itatiaia muito boa, lá passaram profissionais excelentes como Osvaldo Faria, Pingüim, Paulo Rodrigues, Paulo Roberto Pinto Coelho, Dirceu Pereira, Fernando Sasso e tantos outros. Hoje, temos ainda uma equipe homogênea, comandada pelo Emanuel Carneiro, com profissionais de gabarito, como Maurílio Costa, Roberto Abras, Artur Morais, Milton Naves, Mário Caixa e os mais jovens, Ênio Lima, Bruno Azevedo, Emerson Romano, Thiago Reis e tantos outros, como comentaristas Júnior Brasil e Lélio Gustavo.
Como entrou na vida pública?
Através de convites de Zezé Perrella e depois do ex-deputado Ronaldo Vasconcelos.
E como foi a experiência que teve como secretário de esportes?
Foi muito boa, o executivo nos dá a oportunidade de gerenciar os recursos do estado, à disposição das secretarias de forma prática, visando o bem das comunidades.
Como começou o amor pelo Cruzeiro ?
Desde quando vim para BH, no início dos anos 60, pois em Araxá, naquela época era muito difícil sintonizar as rádios de BH.
Alberto, numa dessas pesquisas pela internet, achamos um gol da partida entre Atlético x Criciúma em 1992, que teve sua transmissão. A partida ficou 3 a 2 para o Atlético. Você nunca escondeu ser cruzeirense, como conseguir a credibilidade e o respeito da torcida adversária? Você também percebe este respeito quando está ruas?
Quando se trata de jogos entre times mineiros, o locutor deve ser o mais imparcial possível. É o que acontece comigo e com demais companheiros. Eu sou cruzeirense, mas sou locutor da rádio Itatiaia e não de Atlético e Cruzeiro ou América. Todos nós devemos respeitar todas as instituições esportivas. Eu, por exemplo respeito muito o Atlético e sua torcida, por isso, também sou respeitado.
Alberto, numa dessas pesquisas pela internet, achamos um gol da partida entre Atlético x Criciúma em 1992, que teve sua transmissão. A partida ficou 3 a 2 para o Atlético. Você nunca escondeu ser cruzeirense, como conseguir a credibilidade e o respeito da torcida adversária? Você também percebe este respeito quando está ruas?
Quando se trata de jogos entre times mineiros, o locutor deve ser o mais imparcial possível. É o que acontece comigo e com demais companheiros. Eu sou cruzeirense, mas sou locutor da rádio Itatiaia e não de Atlético e Cruzeiro ou América. Todos nós devemos respeitar todas as instituições esportivas. Eu, por exemplo respeito muito o Atlético e sua torcida, por isso, também sou respeitado.
Queremos que você dê uma dica aqueles que sonham um dia se tornar um grande locutor esportivo, repórter ou comentarista.
Tenham todos humildade quando estão iniciando uma carreira, procurem escutar ao máximo as pessoas mais experientes. Todos nós, estamos sempre aprendendo alguma coisa nova e todo dia.
Tenham todos humildade quando estão iniciando uma carreira, procurem escutar ao máximo as pessoas mais experientes. Todos nós, estamos sempre aprendendo alguma coisa nova e todo dia.
Para finalizar a entrevista, queremos que diga a expectativa que tem com o futebol mineiro nesta temporada.
Embora estejamos com falta de estádios, principalmente os times da capital, acho que as grandes equipes reforçaram seus elencos e poderão fazer bonito nos campeonatos que virão por aí. Eu desejo muito sucesso a todos, para que possamos ver um futebol bonito, bem jogado e sempre em paz. Que as torcidas possam torcer muito para seus respectivos times, mas que haja respeito ao ser humano, nada de brigas e mortes, que tem manchado a estirpe do nosso torcedor, que sempre torceu com harmonia, sem brigas, desavenças e falta de respeito com seu companheiro e/ou companheira. Bola em jogo, alegria do povo ! Abraço a todos e a todas.
Agradecemos o tempo cedido para a realização desta entrevista, Alberto. Temos a certeza que nós e nossos leitores estamos felizes em conhecer um pouco mais sobre umas das maiores bandeiras do rádio brasileiro.
Um abraço a todos,
João Vitor e Matheus de Oliveira.
twitter.com/JoaoVitorCirilo // twitter.com/Math_deoliveira
Que Bacana essa entrevista Meninos,sem Alberto Rodrigues a Itatiaia Não é Nadaa!:)
ResponderExcluirLaura Libânio
Fino dimais.
ResponderExcluirParabéns. Parece que a coisa tá começando a dar certo! aushausha
Nao desistam!
Para Alberto Rodrigues e Willy Gonser eram o casal vinte do rádio esportivo em Minas. Sem essa dupla, o rádio não é o mesmo. Alberto Rodrigues é um grande narrador, mas todos nós sabemos que ele é a cara do Cruzeiro. Mas foi esse o estilo que a Itatiaia adotou e por isso é líder absoluta de audiência. Um dia, quem sabe, vcs não consigam uma entrevista com o Willy Gonser, como disse o Alberto, um dos responsáveis pela grandeza da Itatiaia hoje. Uma pena, como ele disse, que a Inconfidência tenha caído tanto.
ResponderExcluirMuito boa a entrevista. O caminho é este. Como o Mayron disse, agora falta o Willy Gonzer. Há um ainda o Luiz Carlos, o Urucaniense, e salvo engano americano.Marcos Paulo
ResponderExcluirParabens pela entrevista com o Alberto Rodrigues ficou muito boa.
ResponderExcluirpo, esse cara é foda ;D
ResponderExcluirVoce e d+ cara.
ResponderExcluirmuito legal saber um pouco sobre
ResponderExcluira vida de um locutor gostei muito
estão de parabéns.
galera,que tabalho bacana de vcs, continuem assim bem firmes,que o sucesso e deveras garantido
ResponderExcluir