quinta-feira, 28 de maio de 2015

Líder, Serginho reestreia pela seleção brasileira nesta sexta

De fora desde o último ciclo olímpico, "Escadinha" é uma das apostas do técnico Bernardinho para a Liga Mundial, que começa para o Brasil contra a Sérvia


De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.

28/05/2015 - O currículo não mente. A história de Sérgio Dutra Santos, o Serginho (ou Escadinha, se você preferir), na seleção brasileira masculina de vôlei é das mais vitoriosas possíveis. Campeão olímpico (e duas vezes vice), bicampeão mundial, campeão da Copa do Mundo e presente em sete dos nove títulos brasileiros na Liga Mundial, o líbero do Sesi-SP, aos 39 anos, retorna para auxiliar o técnico Bernardinho em um momento de reafirmação do Brasil no cenário do voleibol mundial e na véspera do ano olímpico, considerado ainda mais importante tendo em vista que os Jogos serão realizados em território nacional.

Serginho retorna ao Brasil como um dos líderes do grupo, que terá pela frente a disputa dos Jogos Pan-Americanos e, antes disso, da Liga Mundial, encarada como o principal objetivo da temporada 2015. A caminhada começa nesta sexta (29), às 14h (de Brasília), e domingo (31), às 10h, com dois jogos contra a Sérvia no ginásio Mineirinho, em Belo Horizonte.

Serginho é uma das apostas do técnico Bernardinho para a temporada 2015.
(Foto: Alexandre Arruda/CBV)

Ainda que com experiência incalculável, Serginho admite a ansiedade para voltar a defender a seleção brasileira, fato este que não acontece desde os Jogos Olímpicos de 2012, quando o Brasil ficou com o vice-campeonato em Londres. "Estou voltando bem. O Bernardinho conversou comigo, falou pra eu ter calma amanhã, saber o que sei fazer, sem afobação. Adrenalina normal de voltar a vestir a camisa da seleção, mas estou bem tranquilo. Lógico que tenho uma responsabilidade muito grande, mas tem outros aqui que têm responsabilidade igual", afirma o líbero.

"É voltar bem, fazer uma boa estreia pra seguir bem no campeonato e chegar na fase final com um melhor ritmo de jogo, até porque a gente não sabe como está nosso nível técnico com relação à equipe da Sérvia. Vamos começar com um adversário já difícil", considera Serginho, tendo em vista a vantagem que o Brasil já está garantido na fase final da Liga Mundial 2015, como país sede.

Entre os companheiros, Serginho tem a simpatia geral. "Ele está quase pai de alguns aqui pela idade (risos). É um irmãozão mais velho. É um cara que veio pra somar e um vencedor. Não veio aqui porque tem um nome, mas porque merece estar aqui. Veio para nos ajudar a brigar por títulos, a ganhar esse deca, dar um passinho que talvez a gente precise", considera Murilo, ponteiro e capitão da seleção e companheiro de Serginho no Sesi-SP em toda esta década.

Mudança de planos

Quando anunciou a saída da seleção em 2011, Escadinha havia se recuperado de uma cirurgia para a retirada de uma hérnia de disco há menos de um ano, e afirmara não saber "se seria mais útil. A seleção vem conquistando muito e precisa ser renovada". Porém, após os Jogos Olímpicos de 2012, Serginho deixara a porta "meio aberta": "Eu jamais vou negar uma convocação, mas prefiro que não me convoquem. Só se for em caso de extrema urgência", brincou.

Após a saída do camisa 10, nomes como Mário Júnior e Alan não tiveram o mesmo desempenho e Bernardinho optou por chamar Serginho de volta, mesmo aos 39 anos e já pensando em parar de jogar. Já na reta final da carreira, o líbero admite que o projeto inicial não era retornar para a Olimpíada de 2016. "Meu projeto hoje é parar de jogar vôlei, mas agora é pensar totalmente na seleção, já que fui convocado. Meu projeto é ganhar essa Liga Mundial e o ano que vem é uma outra história. Tenho que fazer um bom papel no clube para poder estar de volta", avaliou Serginho.

Rodagem do grupo será adotada por Bernardinho nesse início de temporada.
(Foto: Alexandre Arruda/CBV)

Grupo forte

Durante as três primeiras semanas, Bernardinho e comissão técnica devem optar por um rodízio do grupo, para dar ritmo a todos os atletas e aproveitar a classificação automática do Brasil à fase final. Para Serginho, a questão tem a ver com a briga por posições em alto nível no elenco brasileiro. "Eu acho que esse sistema é pra dar chance também, porque tem uma rapaziada que está no mesmo nível técnico. Temos três opostos em condições de ser titulares, uma briga pesada nos centrais, e ele vai fazer esse rodizio normal. A gente vê o Isac, campeão da Superliga, que vem amassando a bola... tem que dar chance e ele (Bernardinho) poderá fazer já nesse giro aí e, depois, quando formos pra fora, também", analisou o líbero.

O adversário

Para Serginho, o ritmo de jogo inicial do Brasil não será o ideal, ainda mais contra um bom adversário. "A Sérvia é um time muito habilidoso. É um time 'jogueiro', sabe jogar, tem um jogo parecido com o nosso. Sabem passar direitinho, têm bons golpes no saque, ataque. Eu diria que será um jogo igual. Também têm um técnico que sabe tudo de voleibol (Nikola Grbic), já joguei com ele. Temos que jogar com paciência e deixar nosso jogo fluir", concluiu Escadinha.

Ouça a entrevista com o líbero Serginho:

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A LIGA MUNDIAL 2015

Regulamento 

País sede da fase final, disputada no Rio de Janeiro entre 15 e 19 de julho, e, por isso, com vaga já garantida na próxima etapa, o Brasil está no Grupo A, ao lado de Sérvia, Austrália e Itália. O Grupo B tem Rússia, Polônia, Estados Unidos e Irã. Os dois melhores de cada chave avançam para a fase final, além do Brasil e do campeão do chamado Segundo Grupo (Canadá, Cuba, Argentina, Bulgária, França, Coreia do Sul, Japão, República Tcheca, Holanda, Bélgica, Finlândia e Portugal).

Apesar de não vencer a competição desde 2010, a seleção brasileira é a maior campeã da Liga Mundial, com nove conquistas (1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010) e cinco vice-campeonatos (incluindo os dois últimos para Rússia e Estados Unidos e o de 2011 para a Polônia).

Elenco do Brasil que está em Belo Horizonte (15 jogadores):

Levantadores: William e Rapha
Opostos: Wallace, Leandro Vissotto e Evandro
Ponteiros: Lucarelli, Lipe, Lucas Lóh e Murilo *
Centrais: Lucão, Riad, Éder e Isac
Líberos: Serginho e Felipe

* Murilo veio a Belo Horizonte, mas, suspenso por um jogo, só pode jogar no domingo


O Brasil na 1ª fase da Liga Mundial 2015

29 e 31/5: Brasil x Sérvia, em Belo Horizonte (MG)
5 e 7/6: Brasil x Austrália, em São Bernardo do Campo (SP)
12 e 14/6: Sérvia x Brasil, na Sérvia 
19 e 21/6: Itália x Brasil, na Itália 
27 e 28/6: Austrália x Brasil, na Austrália 
2 e 3/7: Brasil x Itália, em Cuiabá (MT)

Fase final: Entre 15 e 19/07, no Rio de Janeiro


Boleiros da Arquibancada acompanha os dois jogos da seleção brasileira na abertura da Liga Mundial de Vôlei direto do Mineirinho. 

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