quarta-feira, 27 de março de 2013

Passou dos limites

De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.

27/03/13 - Fim de semana de segunda corrida da temporada 2013 da Fórmula 1. Em Sepang, Malásia, as RBRs voltaram a dominar, fato comum no ano passado. Entretanto, uma atitude de Sebastian Vettel nos chamou a atenção.

Restando aproximadamente dez voltas para o fim da prova, Mark Webber e Sebastian Vettel estavam nas duas primeiras posições. Naquele momento, receberam da equipe Red Bull uma ordem para manterem o ritmo e não arriscarem ultrapassagens. Vettel ignorou a decisão e partiu pra cima do companheiro, ultrapassando-o após boa batalha.

Nada de sorrisos no pódio da segunda corrida do ano.
(Foto: EFE)

Para mim, tudo normal, à primeira vista. Para a equipe e Webber, nada feito. O caso causou fúria pois foi considerado um grande desrespeito. Webber, de cabeça quente, chegou a levantar a possibilidade de tomar decisões mais pesadas, como sair da equipe. Enfurecido, declarou que Vettel seria "protegido, como sempre". O clima não é dos melhores na equipe. Tempos atrás, o australiano já acusou a escuderia de favorecer o alemão tricampeão do mundo.

O chefão Christian Horner também deixou sua opinião. "No que diz respeito à corrida, deixamos eles disputarem até a última parada nos boxes, e do ponto de vista da equipe, como todos os problemas que tivemos neste final de semana, queríamos controlar a corrida e poupar os pneus até o fim", afirmou. "Mas àquela altura o interesse dos pilotos se tornou maior que o da equipe e eles decidiram competir um com o outro, o que obviamente foi desagradável para nós. Mas eles são pilotos de competição. Vamos nos reunir e discutir isso como uma equipe. Eles tiveram disputas duras antes. São muito competitivos. É difícil", completou.

Na tentativa de aliviar a situação para o seu lado, Vettel "reconheceu o erro". Só há uma coisa que não passa pela minha cabeça: pedir desculpas porque venceu a prova? Não, isso já passou dos limites.

Jogo de equipe existe, sempre existiu e sempre irá existir, mas, de certo modo, tira um pouco o brilho das corridas. Não estou defendendo apenas o Vettel, pois a equipe tem também seus motivos para pedir a não ultrapassagem e, de certa maneira, tem autoridade para fazer isso. Essa brincadeira já deu problemas em outras oportunidades, como no GP da Turquia em 2010, quando os dois também brigavam pela ponta e bateram. O risco é natural, mas pode causar problemas no fim da temporada.

Fui ler algumas mensagens em grupos sobre F1 no facebook e achei essa: "Massa e Rubinho jamais fariam isso" (forçar a ultrapassagem). Pois é...

O que você prefere, torcedor? A briga intensa pela primeira posição de Webber e Vettel ou a deixadinha de Rubinho para Schumi, naquele marcante GP da Áustria em 2002, retrato da "cordialidade" dos jogos de equipe?

Clique e confira mais colunas no "A bola está comigo".

1 comentários :

  1. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Naquela situação, acho que a equipe e Webber demoraram a perceber que Vettel não queria apenas se aproximar e tomar alguma providência (como autorizar Webber a aumentar o ritmo para se defender). Mas, Vettel tem sua parcela de culpa: por todo o exposto, a manutenção das posições pós último pit parece ter sido acordado antes da prova. Se as posições fossem contrárias, não seria Vettel a reclamar a quebra do acordo? O melhor seria deixar a competição aberta e às claras, como Piquet fez com Mansell em 1987: Eram duas equipes Williams naquele ano, que não trocavam informações nem estratégias. Mas, com os carros tão tecnológicos de hoje, Vettel e Webber teriam condições de ajustar os carros sozinhos?

    ResponderExcluir