De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.
27/03/13 - Das quadras para os microfones. Fernando Meligeni, ex-tenista nascido em Buenos Aires e que, por morar aqui desde pequeno, escolheu o Brasil como sua pátria — e a defendeu bem entre 1990 e início dos anos 2000 —, é o entrevistado da vez no "Boleiros da Arquibancada Entrevista". Fora do circuito há uma década, quando conseguiu uma medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, "Fininho", que já foi o 25º melhor colocado no ranking mundial de tenistas, defende hoje a camisa da ESPN Brasil, como comentarista do canal de esportes desde o último ano.
Na conversa com o B.A., um papo sobre sua carreira, o passado e o momento do tênis brasileiro, e o esporte em geral.
- Já parou para fazer uma avaliação da sua carreira? Quando olha pra
trás, se vê satisfeito com o que fez ou acha que poderia ir um pouco além?
Não tenho do que reclamar. Foi uma
carreira sólida com bons resultados. Curti cada resultado e acho que ganhei de
grandes nomes do tênis.
- Era desejo seu, quando parasse de competir, seguir como comentarista?
Como surgiu o convite da ESPN?
Não. Na verdade, fui fisgado pela TV. A
ESPN sempre foi um canal que me agradou muito e as pessoas que me chamaram para
trabalhar são pessoas que respeito demais.
- Nessa mudança das quadras para a TV, qual a avaliação feita por você sobre o seu desempenho e sobre a aceitação do público?
Acho que está indo bem. Tenho recebido bem as críticas e elogios. Meus comentários são diferentes de tudo que tem aqui no Brasil, então, pode ter gente que curta e não curta, mas, pelo que escuto, as pessoas estão gostando.
- Nessa mudança das quadras para a TV, qual a avaliação feita por você sobre o seu desempenho e sobre a aceitação do público?
Acho que está indo bem. Tenho recebido bem as críticas e elogios. Meus comentários são diferentes de tudo que tem aqui no Brasil, então, pode ter gente que curta e não curta, mas, pelo que escuto, as pessoas estão gostando.
Foto: Reprodução/ESPN
- Em que nível considera estar o tênis brasileiro (masculino e feminino)
atualmente?
Como sempre. Temos mais dinheiro, mas o
mesmo nível técnico ou até pior que antes. Isso me preocupa. Antes tínhamos
melhores jogadores. Hoje temos mais investimento e organização, mas isso não
está ajudando no nível dos nossos jogadores.
- Qual papel têm eventos com o Brasil Open, que cresceu, e o WTA de
Floripa, que chegou agora, para o crescimento do esporte no país?
É importante. Ter grandes nomes como (Rafael)
Nadal, Venus (Williams) e mais um monte de top 100 ajuda a desenvolver o nosso
esporte e atrai mídia.
- Já tivemos um tenista número 1 do mundo. Acha que aquele momento do
Guga poderia ter sido melhor aproveitado pela confederação?
Sim, mas já passou. Vivemos muito
falando do passado. Não importa o que se errou. Tem que se fazer mais agora. Tem
que se cobrar o hoje e o amanhã.
- Em seu blog, durante os Jogos Olímpicos de Londres, você publicou um texto com o título “me desculpem, mas eu vou torcer contra o futebol nas Olimpíadas”. Considera a mídia uma das grandes culpadas pela falta de popularidade dos outros esportes no Brasil?
É um conjunto. Não é só de mídia que o esporte vive. Se não temos resultados, não conseguimos mídia e o público pouco escuta do esporte. Eu acho que a mídia poderia falar mais dos outros esportes, mas a cultura futebolística brasileira é muito forte.
- Thomaz Bellucci, nosso número 1, ainda é inconstante. Não consegue fazer grandes atuações sucessivamente, ou até manter nível de jogo durante uma mesma partida. Acha que ele pode render mais?
- Falta-lhe um pouco da garra argentina-brasileira do Fininho?
- Em seu blog, durante os Jogos Olímpicos de Londres, você publicou um texto com o título “me desculpem, mas eu vou torcer contra o futebol nas Olimpíadas”. Considera a mídia uma das grandes culpadas pela falta de popularidade dos outros esportes no Brasil?
É um conjunto. Não é só de mídia que o esporte vive. Se não temos resultados, não conseguimos mídia e o público pouco escuta do esporte. Eu acho que a mídia poderia falar mais dos outros esportes, mas a cultura futebolística brasileira é muito forte.
- Thomaz Bellucci, nosso número 1, ainda é inconstante. Não consegue fazer grandes atuações sucessivamente, ou até manter nível de jogo durante uma mesma partida. Acha que ele pode render mais?
Acho que ele vai conseguir bem mais do que já conseguiu. Ele tem que ser respeitado pelo que já fez. Acho que o melhor dele está por vir.
- Falta-lhe um pouco da garra argentina-brasileira do Fininho?
Não. Ele tem sua característica. Você pode gostar ou não, mas ele luta da maneira dele.
Ouro no Pan de Santo Domingo, 2003.
(Foto: Arquivo pessoal)
- Você conseguiu grandes vitórias ao longo da carreira. Dá pra eleger
uma que te marcou?
A do Sampras, em Roma (Masters em 1999).
- E um título?
O primeiro ATP, em Bastad, na Suécia
(em 1995).
- Qual a importância de um Grand Slam na carreira de um grande tenista?
Andy Murray, por exemplo, sofreu até ganhar seu primeiro...
Grand Slam é o torneio mais importante
para o tenista. O tenista só é respeitado no vestiário depois de jogar bem um Grand
Slam.
Algumas perguntas
rápidas:
- Qual o melhor tenista do circuito na atualidade?
Djokovic.
- E o melhor contra quem você jogou?
Sampras.
- O melhor de todos os tempos?
Federer.
- O melhor brasileiro de todos os tempos?
Maria Esther Bueno.
- Tem algum ídolo no esporte?
Muitos. Meus ídolos são os atletas que
lutam até o fim, representam bem seu país e são bons dentro e fora da quadra.
- E fora dele?
Não. Gosto de muita gente, mas não
tenho ídolos.
- Se tivesse que dar uma dica aos jovens tenistas que iniciam sua
trajetória no esporte, qual seria?
Trabalhe, corra atrás e não escute os
caras que falam que você não vai chegar.
Na página do "B.A. Entrevista", confira outros bate-papos com atletas e comunicadores.
Na página do "B.A. Entrevista", confira outros bate-papos com atletas e comunicadores.
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