De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo.
18/11/12 - Um jogo brigado, tenso, suado. A vitória não poderia ser mais gostosa. Restando 19 segundos para o fim do segundo tempo da prorrogação da final do Mundial de Futsal entre Brasil e Espanha, Neto decidiu. Pegou a bola, fez a jogada individual e marcou o gol do título. A seleção brasileira fez 3 a 2 e conquistou seu sétimo título da Copa do Mundo da categoria. São duas conquistas pela extinta Federação Internacional de Futebol de Salão (FIFUSA), e mais cinco na era FIFA. Brasil campeão em 1982, 1985, 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012.
Todos os gols saíram no segundo tempo. Neto abriu o placar e a Espanha virou com dois gols rápidos, de Torras e Aicardo. O empate do Brasil viria dos pés do gênio Falcão, pouco depois do técnico Marcos Sorato colocar Rodrigo como goleiro linha. Após um primeiro tempo da prorrogação sem muitas chances, o gol do Brasil viria dos pés do iluminado Neto, restando 19 segundos. Como não poderia deixar de ser, ele foi escolhido o melhor jogador do Mundial realizado na Tailândia.
Palmas para Tiago, Gabriel, Simi, Fernandinho, Neto, Guitta, Franklin, Ari, Rafael, Vinícius, Jé, Falcão, Wilde e Rodrigo, além do técnico Marcos Sorato e toda a sua comissão.
Na preliminar, a Itália fez 3 a 0 na Colômbia e ficou com o terceiro lugar. Os gols foram marcados por Romano e Fortino, duas vezes.
Quando a bola rolou...
Jogo muitíssimo complicado e estudado em seu início. A Espanha tinha maior posse de bola, mas não conseguia criar. O Brasil só chegou aos dois minutos, com Fernandinho chutando por cima, Quando a seleção brasileira tentava ter mais a bola em seus pés, a Espanha pressionou a marcação e começou a dominar.
Aos quatro minutos, o primeiro susto. Em uma bela troca de passes, Lozano chutou da entrada da área e Vinícius salvou o Brasil em cima da linha. O mesmo Lozano sairia lesionado aos sete minutos, ao ter o tornozelo atingido por um carrinho de Jé. O artilheiro espanhol na competição até então saiu de quadra chorando.
O confronto seguiu tenso, com a Espanha superior, controlando o jogo. A saída de bola brasileira não existia. Bastava a marcação espanhola adiantar-se. Aos 11 minutos, em contragolpe, Fernandão recebeu e finalizou forte, quase abrindo placar para o selecionado europeu. O brasileiro naturalizado espanhol tentou outra vez na pressão de sua equipe, mas Tiago defendeu.
O técnico Marcos Sorato parou o jogo aos 13 minutos e, enfim, o Brasil conseguiu sair tabelando de trás, em jogada trabalhada, finalizada por Ari e desviada pela defesa. A melhora brasileira era clara. Aos 17, Jé fez o pivô e Rafael chutou por cima. Aos 18, o lance mais perigoso do jogo: Miguelin cobrou falta com força e Fernandão desviou de letra. A bola passou raspando a trave esquerda.
Na volta para o segundo tempo, Sorato colocou Falcão em quadra pela primeira vez no jogo. O Brasil voltou muito melhor e a arbitragem prejudicou o time no segundo minuto, ao não marcar falta clara sobre Jé, perto da área. A seleção verde-amarela voltou criando, como na tabela entre Fernandinho e Falcão, que terminou com finalização do melhor do mundo. Rafael obrigou Juanjo a fazer grande defesa, após chute forte.
Aos quatro minutos, o Brasil abriu o placar. Neto recebeu passe em cobrança de escanteio e soltou a bomba no canto esquerdo. 1 a 0. Neto, que seria escolhido o melhor jogador da competição, fez mais uma bela jogada aos cinco minutos, quando saiu da quadra defensiva e chutou com perigo. Simi também teve chance de ampliar aos seis minutos, em chute forte defendido pelo arqueiro espanhol. Enquanto isso, o goleiro Tiago fazia um grande segundo tempo, sempre saindo bem do gol, evitando que perigosas chegadas espanholas resultassem em gol.
Aos 10 minutos, em cobrança de falta ensaiada, Tiago fez milagre em chute de Miguelin, mas Torras empatou no rebote. A virada viria pouco depois. Dessa vez, podemos dizer que Tiago falhou. Aicardo chutou, a bola desviou e o goleiro aceitou. O Brasil sentiu o golpe. Aos 15, em nova cobrança de falta, Torras recebeu e mandou na trave.
A mudança veio com a presença de Rodrigo como goleiro linha no Brasil. Aos 16, Falcão recebeu e finalizou no ângulo. Golaço. 2 a 2, placar final do tempo normal.
Na primeira parte da prorrogação, poucas chances claras. A Espanha teve oportunidades com Fernandão e Miguelin, enquanto o Nrasil chegou com Simi e Neto. No segundo tempo extra, Neto teve chance clara de marcar aos três minutos, quando recebeu passe de Fernandinho e chutou por cima. O Brasil, com Rodrigo, ainda desperdiçaria um tiro livre direto, após a Espanha estourar o limite de faltas. Mas Neto seria decisivo pouco depois. Restando 19 segundos, Neto, que perdeu pênalti decisivo na semifinal de 2004 contra a Espanha e não jogou em 2008 por estar lesionado, marcou o gol do título. 3 a 2 e Brasil campeão pela sétima vez.
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