De
Belo Horizonte.
Por
Rafael Lopes.
12/11/12 - Algumas torcidas de times de
futebol possuem uma forte ideologia _ seja ela construtiva ou destrutiva _ e a levam
muito a sério. Membros de torcidas como a da Lazio e várias russas são extremamente
racistas. Certa parte da torcida da Lazio chega a ser considerada nazi-fascista, uma vez que
também pratica no estádio o antissemitismo. Mas será que o racismo cabe dentro
do futebol? Um esporte tão democrático, quanto esse, pode se tornar veiculo
para uma ideologia dessas?
Para entender o lado
Biancocelesti, devemos voltar um pouco no tempo, mas não muito. A Lazio era o time
do coração do ditador Benito Mussolini, que se tornou muito popular no período pré-guerra.
Como Mussolini tinha muita influência na Itália, foi fácil para ele inserir sua
ideia de fascismo no clube. E como um ditador popular, ganhou um grande apoio
dos torcedores aquilotti. Desde essa época, o ideal fascista é pregado pela
maior parte dos torcedores da Lazio. É importantíssimo ressaltar que não são todos,
mas a maioria.
Como consequência da
influência de Mussolini, a torcida da Lazio se tornou fascista. Talvez por esse
motivo, nutra uma forte rivalidade com rivais não-citadinos como o Milan e Livorno _ o Milan por ser um time anti-fascista e o Livorno por ser um time de ideais
comunistas _ e também se simpatize pela Internazionale _ que também tem ideais
fascistas; inclusive, mudou seu nome para SS Ambrosiana-Inter, a mando de
Mussolini.
Torcidas racistas em geral costumam dar vexame, muitas vezes em nível internacional. Um exemplo é a do Krylya
Sovetov, da Rússia, que cantou músicas racistas para o brasileiro Roberto
Carlos. Um torcedor, inclusive, jogou uma banana no atleta. Outro exemplo é a faixa
antissemita da Lazio, com os dizeres “Auschwitz a sua casa, os fornos suas
camas”, referindo-se aos judeus. Lembrando que Auschwitz-Birkenau era um campo
de concentração no sul da Polônia. Também por parte dos biancoazzurri, vê-se
faixas disparando contra a arquirrival AS Roma, dizendo frases como “Roma,
equipe de macacos” e “time de negros, poço de judeus", além de
levar bandeiras com suásticas ao estádio (foto abaixo). Curiosamente, a Roma é um time
popular do proletariado romano, e é um time extremamente democrático, com
torcedores de diferentes raças, religiões e ideologias.
Bandeiras fascistas da torcida da Lazio.
(Foto: megafone.fotopages.com)
Se por um lado há a parte
da Lazio que é fascista, também há o lado anti-fascista. Os Dissidenti
representam a torcida da Lazio que busca combater o fascismo presente na
torcida. Seu lema é “Torcer pela Lazio sem racismo”. Apesar de ser uma torcida
pequena, vem ganhando força nos últimos tempos. Talvez, a
torcida da Lazio consiga reverter esse estigma.
Apesar de ser considerada a
torcida mais racista da Europa, a torcida da Lazio não é a única. Nem na
Itália, nem na Europa. Países como Polônia, Russia, Servia, Ucrânia, o leste
europeu, em geral, possuem muitas torcidas com ideais semelhantes.
Infelizmente, o futebol
deixa brechas para esse tipo de ideologia. Justamente, por sua maior qualidade,
é um esporte democrático, onde qualquer um pode participar, independentemente,
de raça, religião, nacionalidade, e até ideologia. Mas, há maneiras de combater
esse problema, como uma iniciativa dos clubes e até mesmo de uma torcida, como os Dissidenti.
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