Do Rio de Janeiro.
Por Jonas Moura.
Desentrosamento, derrotas, pressão, jogadoras em má fase, rótulo de "vice". Tudo isso o Sollys/Nestlé/Osasco deixou para trás no momento em que pisou no Maracanãzinho nesse sábado, na grande final da Superliga Feminina de Vôlei. Toda a expectativa criada sobre a equipe paulista no início da temporada se confirmou nessa manhã decisiva, em que a oposta norte-americana Destinée Hooker, a central Thaisa, a levantadora Fabíola e a líbero Camila Brait tiveram atuação brilhante e fortaleceram ainda mais o já consistente elenco do técnico Luizomar de Moura. O resultado foi um 3 a 0 convincente contra o Unilever/Rio de Janeiro (25/14, 25/18 e 25/23), bem como o pentacampeonato da principal competição do vôlei brasileiro. O Osasco já havia conquistado o título em 2003, 2004, 2005 e 2010.
Jogadoras e técnico Luizomar vibram com o 5º título do Osasco. (Foto: Alexandre Arruda/CBV) |
Foi a oitava final consecutiva envolvendo os dois times e a terceira vitória do Osasco nesse período. O jogo marcou ainda a despedida de Fernanda Venturini das quadras, aos 41 anos. E trouxe ao torcedor brasileiro preocupação, ao pensar que Hooker, principal contratação do Osasco nessa temporada, e maior pontuadora da final, com 20 pontos, estará do lado adversário nos Jogos Olímpicos de Londres, em julho. A oposta teve um ótimo aproveitamento nos ataques, confirmando 17 bolas, de 33 recebidas. No terceiro set, o mais disputado do jogo, ela sozinha anotou 9 pontos. Do outro lado, pouco se salvou. O Rio, que na fase classificatória chegou a ter uma sequência de 19 jogos sem perder, não soube se impor. Jogadoras importantes como Mari, Regiane e Valeskinha atuaram abaixo do esperado, sobretudo na recepção. A maior pontuadora do time carioca foi Sheilla, com 11 pontos.
O jogo
Os primeiros pontos disputados deixavam nítido certo equilíbrio e uma boa dose de nervosismo. Os bloqueios funcionavam, e as atacantes dos dois lados precisavam criar alternativas para derrubar as bolas. Na quadra carioca, Juciely pontuou em dois bons ataques e num bloqueio sobre Jaqueline. Mas Fabí errou o levantamento e o Osasco marcou seu oitavo ponto, indo para a parada técnica com dois pontos na frente. A americana Hooker se soltou e, do fundo, fez 12/8. Em seguida, foi Thaisa quem começou a brilhar. Fabíola fechou a paralela de Regiane no bloqueio e o Osasco abriu 16/9. A equipe carioca era irreconhecível e não dava sinais de reação. Ainda mais porque a linha de passe do técnico Bernardinho falhava seguidamente. Com seu saque forçado, Thaisa fez Osasco abrir 10 pontos. Em mais uma falha da equipe carioca, Fernanda recebeu passe colado na rede e conduziu a bola: 25/14 arrasador para o time paulista.
Fabíola, eleita a melhor do jogo, também foi anunciada como melhor levantadora da Superliga. (Foto: Alexandre Arruda/CBV) |
O Rio melhorou no começo da segunda etapa, impondo velocidade nos contra-ataques, bloqueando bem e contando com a invasão de Thaisa, para marcar 4/1. Mas Camila Brait, fazendo defesas incríveis, e Tandara, segura nas definições, recolocaram Osasco na partida. Hooker bloqueou Regiane e o time paulista fez 8/7. O set ficou equilibrado por pouco tempo, pois logo Thaisa voltaria a causar problemas para as adversárias com seu saque. Os erros de recepção levaram Bernardinho a colocar Amanda no lugar de Regiane. O Osasco, no entanto, apresentava mais volume de jogo e segurança nos ataques. Além da eficiência de Hooker, Tandara jogava à vontade, enquanto que do lado carioca só Sheilla conseguia derrubar bolas. Num erro de combinação de Fernanda com Valeskinha, o Osasco abriu 2 a 0 no jogo, ao vencer o segundo set por 25/18 .
Até o 11º ponto, o jogo foi bem disputado no terceiro set. Mas Osasco ainda jogava melhor, agressivo no saque e potente no ataque. Bernardinho pediu que Juciely queimasse com Thaisa, outra que jogava sem a menor pressão, vibrando muito e contagiando o grupo, algo que não se viu muitas vezes nessa temporada. Mas um erro de Valeskinha e outro de Mari facilitaram a vida do Osasco, que anotou 13/11, e seguiu jogando com muita eficiência, com destaque para Tandara, tanto nas pancadas quanto na habilidade. O Rio contou com uma marcação equivocada da arbitragem, que deu bola fora de depois de um bom bloqueio do time paulista. Depois, Amanda fez um ponto de saque e Juciely bloqueou Jaqueline, levando o Rio ao empate (18/18). Foi um dos raros momentos de pressão em cima da equipe de Luizomar, mas que durou pouco. Hooker estava impossível e apareceu para resolver na hora mais difícil (23/21). Com uma mão, Fabíola consertou passe espetado para Thaisa, com muita convicção, fazer o ponto do título.
Ao final, a CBV, além de entregar o troféu Viva Vôlei de melhor em quadra para a levantadora Fabíola, anunciou as melhores atletas da competição em cada fundamento:
SAQUE – Sheilla (Unilever)
ATAQUE – Sheilla (Unilever)
BLOQUEIO – Adenízia (Sollys/Nestlé)
DEFESA – Sassá (Sesi-SP)
LEVANTAMENTO – Fabíola (Sollys/Nestlé)
RECEPÇÃO – Camila Brait (Sollys/Nestlé)
SOLLYS/NESTLÉ/OSASCO:
Começaram: Fabíola (3), Hooker (20), Jaqueline (7), Tandara (12), Thaisa (12) e Adenízia (6). Líbero: Camila Brait.
Entrou: Ivna.
Técnico: Luizomar de Moura
UNILEVER/RIO DE JANEIRO:
Começaram: Fernanda Venturini (3), Sheilla (11), Regiane (3), Mari (6), Juciely (7) e Valeskinha (4). Líbero: Fabí.
Entraram: Roberta, Jú Nogueira (1), Amanda (4) e Ana Carolina (1).
Técnico: Bernardinho
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