sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Coluna - A diferença é fora, e não dentro de campo (Parte 2)

De Belo Horizonte.



O ciclo vicioso sobre qual citei, é uma forma de centralizar todos os investimentos do futebol em determinados clubes. Por exemplo, um time que ganha uma cota de TV maior terá, obviamente, mais visibilidade. Com isso, receberá mais do patrocinador que se interessar em estampar sua marca na camisa do clube. Este ciclo não tem fim, já que o clube vai ganhar mais com patrocínios e consequentemente mais torcedores com a gigante divulgação do clube pela TV.

Veja como ficarão as cotas de TV que serão pagas em 2012:


(Foto: Revista Placar)

Fora de campo, o domínio de Flamengo e Corinthians é muito grande. Este "domínio" que digo, é o de ambos terem as maiores torcidas do Brasil, e os maiores patrocínios de TV e marcas. Seguindo uma lógica, Flamengo e Corinthians deviam ser os clubes que sempre brigam por títulos, chegando sempre nas cabeças, mas a história recente não é dominada por este fato.

O Corinthians, por exemplo, já visitou a série B do Campeonato Brasileiro, mesmo com um investimento altíssimo. O Flamengo também já brigou contra o rebaixamento, em 2010. Isso mostra que mesmo com investimentos amplamente maiores que os dos demais clubes do futebol brasileiro, Flamengo e Corinthians não dominam todas as competições, como por exemplo, Real Madrid e Barcelona na Espanha.

Dentro de campo, times pequenos, com investimentos muito menores que os de vários times do futebol brasileiro, conseguem superar os chamados "grandes". As falcatruas de interesses crescem cada vez mais no futebol, por exemplo o estádio "Fielzão", que está sendo construído para a Copa do Mundo de 2014. No início, seria construído com maior parte de investimento privado, agora, 100% da verba de construção vem do Governo. O detalhe que o estádio será privado, ou seja, de posse do Corinthians, e não do Governo, que foi quem pagou para construir.


São acontecimentos como esses que fazem o desequilíbrio financeiro dos clubes do Brasil. Com isso, daqui a alguns anos, a emoção de vários times brigarem pelo titulo do Campeonato Brasileiro, vai acabar. O "Grupinho" já está formado. Os grandes cada vez mais ricos e os pequenos cada vez mais sem chances de progredir. Como diz o ditado, "quem pode, pode. Quem não pode, se sacode."

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