domingo, 7 de agosto de 2011

Vira-vira à portuguesa na Inglaterra

De São Paulo.

Em todo início de temporada acontecem as Super Copas europeias, em que os campeões nacionais enfrentam os campeões das copas de seus respectivos países. Sendo assim, o confronto inglês contou com os dois Manchesters, o United (campeão inglês) e o City (campeão da copa da Inglaterra). A competição é encarada como uma preparação para a temporada, entretanto, é sempre benéfico começar o ano com um título.


O primo rico, como é chamado o United, teve apenas duas mudanças em relação ao time do ano passado. De Gea foi contratado e assumiu o gol com a aposentadoria de Van der Sar, enquanto Ashley Young (ex-Aston Villa) foi adquirido por R$ 40 mi e vem para fortalecer o meio campo.

Não mais tão pobre que o adversário, o City mais uma vez abriu os cofres e trouxe bons reforços. Kun Agüero, que estava no Atlético de Madrid (Espanha), é o principal reforço e será companheiro do compatriota Tevez no comando do ataque. Dzeko (ex-Wolfsburg) é outra nova opção para o setor ofensivo e Clichy (ex-Arsenal) fortalece o time lá atrás.

Da janela de transferências para o campo os times entraram em campo com as seguintes escalações: Manchester United – De Gea; Smalling, Ferdnand, Vidic e Rafael; Nani, Carrick, Anderson e Young; Rooney e Welbeck. Manchester City – Hart; Richards, Kompany, Lescott e Kolarov; Milner, De Jong, Yaya Toure e David Silva; Balotelli e Dzeko.

Para quem não conhece, Welbeck é um centroavante e veio das categorias de base do time vermelho, assim como o zagueiro Smalling. Pelo City, De Jong é aquele mesmo que deu um golpe de MMA em Xabi Alonso no final da Copa do Mundo do ano passado e Balotelli é o próprio, que declarou ser torcedor do Milan enquanto jogava na Internazionale de Milão.

Polêmicas e desconhecimentos à parte, vamos aos fatos no gramado. Foram dois tempos bem distintos, um com dominou azul e o outro vermelho, respectivamente. Atacar foi o objetivo colocado em primeiro plano pelo treinador Roberto Mancini, conseguindo dificultar, e muito, a vida do United.

Em bom método palmeirense de jogo, o City abriu o Placar. Boa falta para os azuis, no setor direito do ataque. David Silva na bola e mandou ela com efeito, cruzada mas em direção ao gol. Porém, no meio do caminho estava Lescott, que ganhou do zagueiro e resvalou para o gol.


Mesmo em vantagem no placar quem disse que o ritmo diminuiu? A vontade de vencer era grande, maior ainda era a de Dzeko mostrar a que veio na Inglaterra. O meia recebeu livre na intermediária do ataque do City, como nenhum defensor deu combate ele seguiu e testou De Gea. Bela escolha de Dzeko, pois o goleiro demorou a se mexer e não conteve o chute. 2x0 para o lado azul de Manchester e o jogo estava ganho. Estava mesmo?

A segunda etapa estava com cara que seria tedioso, com o então vencedor tocando a bola e esperando o tempo passar. Isso foi longe do que realmente aconteceu. Nos vestiários Ferguson mostrou porque é considerado por muitos o melhor técnico do mundo. A vontade dos jogadores vermelhos para a segunda etapa era outra, correndo e se esforçado duas vezes mais que o normal para reverter o placar adverso.

Começaram bem a reação, da mesma forma que o adversário inaugurou o marcador. Falta cobrada na entrada da área e cobrada por Nani. Smalling estava sozinho na cara do goleiro, mais fácil impossível. O zagueiro do United apenas chapou a bola e o frio na barriga dos torcedores, com medo de perder, mudou de cor.

Smalling e Cleverley foram precisos
na reação do United

O gol animou os Red Devil’s, que se empenharam ainda mais para alcançar o empate. Já o City se desesperou, estava tendo muitos problemas em barrar o adversário, que tocava fácil na frende da sua defesa. Com isso, Mancini colocou Barry para fortalecer o meio de campo e arrumar a casa. Não surtiu resultado, e pior, o United encontrou o empate.

Foi uma jogada de invejar qualquer equipe entrosada, até mesmo o Barcelona. Troca de passes incrível de Nani para Rooney, que de letra mandou para Cleverley acionar Nani que entrava na área. O meia dominou mandando para o pé esquerdo e só jogou para o alvo tirando de Hunt, que tentava abafar e evitar outro gol. Não deu para o arqueiro e o empate foi conquistado.

Depois de igualar as coisas o jogo ficou mais aberto, com o City buscando recuperar a vantagem e o United de consagrar mais uma virada histórica. Fim do noventa minutos. Mas calma, ainda havia os acréscimos, quatro minutos mais de sofrimento antes dos pênaltis, da loteria tão temida por todos os clubes.

Todos garantiam que nada mais aconteceria nos (poucos) minutos finais. Mas quando se fala se Manchester United nada é perdido ou já está definido. O jogo não estava ganho ainda na primeira etapa e os Red’s não correram atrás do empate? Vencer esta partida era um feito à altura do desafiado.

City totalmente no ataque, desesperado para consertar os erros da etapa complementar. Bola alçada na área e Rooney isola como um louco para o ataque do time vermelho. Isola? Que nada, foi muito mais um lançamento. Nani era o único jogador do United no meio campo, a bola estava praticamente dominada pelo zagueiro azul. Praticamente, pois Nani arranjou gás e correu para roubá-la. Deu certo e mais correria do jogador português, desta vez rumo ao gol.

Hunt se viu em situação mais do que complicada. Ser expulso ou chance certa de perder o título? Foi tão rápido que não houve tempo para ele se decidir. Nani chegou à área, driblou Hunt e correu para a torcida, assegurando mais um título na (gloriosa) história do Manchester United.

"O Dono do Jogo"
Nani marcou dois gols e ainda deu uma assistência
na reação dos Red Devil's

Espetacular. Nada mais pode definir a reação dos Red Devil’s. Tão espetacular que só poderia acontecer numa decisão de campeonato. Supercopa da Inglaterra em mãos e agora grandes alvos estão na mira do atual campeão inglês.


Fotos: Reuters / Getty Images

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