terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Boleiros da Arquibancada" entrevista: Bárbara Vasconcelos

De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.

09/08/11 - Olá, amigos! De volta com mais uma entrevista. Dessa vez, batemos um papo com uma das gratas revelações do jornalismo esportivo, especialmente em Minas Gerais. Conversamos com Bárbara Vasconcelos, repórter da Rádio Inconfidência e apresentadora da BH News TV, de Belo Horizonte. Falamos sobre a carreira, projetos e sobre os times mineiros.

Desde já deixamos os agradecimentos à Bárbara pela atenção e disponibilidade de sempre, desejando muito sucesso e carreira longa no Jornalismo Esportivo.



Vamos começar falando do lado pessoal, Bárbara. Conte-nos suas origens. Por que decidiu seguir a carreira na comunicação esportiva? Houve alguma influência? 
Não vou mentir para vocês. Escolhi comunicação sem nem saber que vertente seguir. Publicidade? Relações Públicas? Jornalismo? Não fazia ideia. Ao longo do curso na PUC Minas, resolvi que TINHA que ser jornalismo. Comecei meu estágio na Rádio Inconfidência como assistente de estúdio, o que nada tinha a ver com o Jornalismo propriamente dito. Fiquei sabendo de uma oportunidade de estágio no Departamento de Esportes. Mais do que depressa fui conversar com o coordenador, e por incrível que pareça eu NADA entendia de futebol, taticamente falando. Inclusive, falei com meu chefe: "Eu tenho muita disposição em aprender, mas não sei nem o que é impedimento". O meu gosto por esporte sempre existiu, já que meu pai sempre foi fanático pelo futebol, sempre fui ao Mineirão, mas como disse e repito nunca fui entendedora nem estudiosa do esporte. Hoje, amo o que faço, amo reportagem, sou fascinada com o fato de o futebol ser algo dinâmico, o fato de poder ser surpreendida todo dia com uma contratação, ou uma dispensa. Por mim, não largo a área nunca mais.

A primeira casa foi a Rádio Inconfidência? Alguns dizem que o rádio é o lugar em que há o maior aprendizado no jornalismo. Nesse tempo que você está na emissora, já pôde comprovar isso? 
Sim. O primeiro contato direto com o jornalismo, foi através da Rádio. O rádio é a MELHOR escola. Comprovo isso todos os dias. Preciso aprender a improvisar, a lidar com o temido “ao vivo”, aprender a passar alegria, adrenalina, todo o tipo de emoção pela voz. O rádio nos ensina a ser diretos, sucintos. Por isso e por muito mais que só quem tem a oportunidade de viver o rádio, pode constatar que ele é a MELHOR escola para o jornalista.

E, há pouco tempo, você apresenta ao lado do jornalista Henrique André, o Programa “Rede Social Esporte Clube”, na nova TV BH News. Houve algum tipo de dificuldade na adaptação ao novo projeto? 
A televisão é um universo totalmente diferente. A começar pela imagem, a desenvoltura frente às câmeras, no meu caso, a falta do tele prompter, o nervosismo de falar e ser vista ao mesmo tempo. De qualquer forma, tive menos dificuldade do que achei que teria, e devo isso, sem sombra de duvida ao rádio.

Qual meio de comunicação é o mais prazeroso de se trabalhar? 
Já deve ter dado para perceber (risos). O rádio, sem dúvida alguma. Não existe meio mais eletrizante, vibrante, emocionante como o veículo. Como diz a música e eu ouso acrescentar: “... que emocionante, é uma partida de futebol... pelo rádio” (risos).

Henrique André, Bárbara Vasconcelos e Chico Maia, no Programa Esporte News, da BH News TV. 
(Foto retirada de http://blog.chicomaia.com.br/)


Por falar no “Rede Social EC”, faremos uma pergunta relacionada. Acredita que as Redes Sociais, como o Twitter, por exemplo, podem mudar a forma de se fazer jornalismo? 
Sem dúvida, hoje o maior meio de comunicação é a internet, mais especificamente as Redes Sociais. O tempo real, mais do que nunca se torna real. Qualquer pessoa no momento da notícia que estiver com um celular, difunde isso para milhões de pessoas em menos de 1 minuto, o que é maravilhoso. De outro lado, vejo também como uma desvantagem. Com o Twitter e as redes sociais pipocando as noticias, o trabalho do repórter fica muito limitado. Fora o risco que se corre de publicar algo que não tem toda a credibilidade, que não se conhece de fato a fonte. É um instrumento maravilhoso, se bem usado, e letal se erroneamente utilizado.

Bárbara, ainda é bem claro o ato machista relativo ao futebol em nosso país, infelizmente. Você acha que isso impede com que mais mulheres atuem na mídia esportiva do Brasil
Sem dúvida, isso já caiu bastante mas, infelizmente ainda existe. É ridículo, em pleno século XXI e as pessoas ainda com esse pensamento pré-histórico. Enfim, já diminuiu bastante e ainda vai diminuir, pois a competência não depende do sexo. É clichê, mas mulheres e homens merecem o mesmo espaço, o mesmo tratamento, seja em qual profissão for.

Falando sobre nosso futebol. Primeiramente, vamos falar do Coelhão, equipe da qual você é setorista na Inconfidência. Após atuar regularmente bem no campeonato estadual, o América iniciou muito mal a competição nacional. Em sua opinião, qual o fator principal influenciou para o mau rendimento da equipe? A culpa era do antigo treinador Mauro Fernandes? 
Jamais. Mauro Fernandes fez milagre com esse time. O acesso à elite do futebol só veio pelo excelente trabalho realizado por Fernandes. Não existe culpado, apenas falta de preparo e talvez de elenco. Mas alguns fatos precisam ser esclarecidos. O América não tem um orçamento que Flamengo e Corinthians tem. As contratações são aquilo que o clube pode pagar. O Coelho precisa se adaptar à Série A, perceber que as dificuldades são outras, maiores, diga-se de passagem. A Série A do Campeonato Brasileiro pede uma nova postura. Voltando ao Mauro Fernandes, o treinador já estava desgastado, a equipe precisava de uma chacoalhada, Givanildo veio para fazer isso (sim, eu pulei os 20 dias que Antônio Lopes esteve no comando. Dispensa comentários). Giva é outro técnico que conhece o clube, acredita no plantel, e era isso que estava faltando. Usando o bordão do meu amigo Bruno Azevedo, da rádio Itatiaia: ACREDITA, AMÉRICA. Eu acredito.

O Atlético é outro que iniciou mal. Com tantos reforços mal-sucedidos, qual seria a principal solução para resolver os problemas do Galo, em sua opinião? 
Difícil essa pergunta. Primeiro, regularidade. A equipe nunca é a mesma, e é essencial que o grupo tenha entrosamento dentro jogo. Observo também que os jogadores precisam de mais vontade, sede de jogo. E com alguns erros, até treinamentos simples, como passe de bola, cruzamento e finalização. Um problema que observo, não apenas no Atlético, são as contratações aleatórias, apenas para acalmar os ânimos da torcida. As diretorias e gerências precisam procurar jogadores pela qualidade e não para cumprir tabela. Para fechar, destaco mais um problema, que não é só do Galo: as laterais. Chega de improvisar jogador. O único lateral que para mim tem feito um excelente trabalho é o Marcos Rocha do América.

O Cruzeiro também iniciou mal mas cresceu um pouco na competição e agora veio nova queda. Qual fator pode ser o influenciador desse irregularidade do time azul? 
Hoje o grande o problema do Cruzeiro é seu comandante. Um treinador que veio como sonho da diretoria, em minha opinião se tornou pesadelo. Joel Santana não entende a realidade do clube. Joga recuado, com "200" zagueiros, como típico time do interior. Às vezes dá certo, como no jogo contra o Corinthians, mas não dá sempre. Outro problema é o ataque, falta aquele camisa 10. Agora a situação está ainda mais complicada, com a ausência de Wallyson. Wellington Paulista NÃO irá resolver o problema do Cruzeiro com vitórias. Precisa URGENTEMENTE de um matador.

Qual o próximo passo pretende dar profissionalmente? 
Continuar na rádio Inconfidência e tentar um emprego em uma maior rede de Televisão. Pretendo ainda fazer pós graduação em jornalismo esportivo e o resto, só Deus é quem sabe! (risos) 

Quais os jornalistas tem como exemplo no meio esportivo? 
Tino Marcos, Emanuel Carneiro, Glenda Kozlowski, José Augusto Toscano e toda equipe de esportes da Rádio Inconfidência.

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