sexta-feira, 15 de julho de 2011

"Boleiros da Arquibancada" entrevista: Willian Borges, meia do Shakhtar Donetsk

De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo, Matheus de Oliveira e Lucas Fernando.

15/07/11 - Olá, amigos. Trazemos a vocês mais uma entrevista. Dessa vez, conversamos com o meia Willian Borges, ex-jogador do Corinthians e que, atualmente, veste a camisa 10 do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Gentilmente, o jogador aceitou conceder a entrevista e responder a algumas de nossas perguntas. Os agradecimentos, além de para o jogador, vão para a Comcept Assessoria e seu representante, Rodrigo Righetti.

Para aqueles que não estão lembrados do jogador, Willian foi camisa 10 das Seleções de Base e surgiu como um grande jogador no Corinthians ainda bem novo. Sua trajetória no clube paulista foi rápida e o jogador foi comprado a preço de ouro pelo Shakhtar Donetsk, do futebol ucraniano. O craque hoje brilha com a camisa 10 do clube.

Foto: George Herringshaw

Você começou a carreira muito cedo. Despontou e chamou a atenção no Corinthians logo aos 16/17 anos. Para você, é fundamental na carreira de um jogador despontar logo cedo ou seguir o trabalho até a última categoria na base é o melhor?
Acho importante o jogador ter a oportunidade de subir o quanto antes. Ele não precisa chegar jogando nos profissionais, mas só o fato de treinar com os profissionais, ir para os jogos, ficar no banco, já é uma experiência importante. A diferença entre a base e o profissional é muito grande, e quanto antes o jogador tiver contato com o ambiente profissional melhor.


Aliás, conte-nos como chegou ao Corinthians. Na época, você já era agenciado por algum empresário? Acha fundamental a presença de um empresário para ajudar um jogador a ingressar em um grande clube?
Eu jogava na escolinha do Marcelinho Carioca e uma vez fizemos um jogo contra a base do Corinthians. Fui bem nesse jogo e fizeram o convite para eu e mais 4 garotos que jogavam comigo irmos treinar no Corinthians. Eu tinha 9 anos e acabei ficando. Com essa idade não é tão importante ter empresário, mas a partir de 14, 15 anos já fica mais difícil entrar nos clubes, aí se não tiver empresário fica mais difícil.


E após um pouco mais de um ano de profissional pelo Timão, você foi adquirido pelo Shakhtar por 19 milhões de dólares. Como avalia essa sua passagem pelo futebol ucraniano?
Melhor impossível. Nos quatro anos que estou aqui já ganhei 8 títulos, incluindo a Copa da Uefa que foi o título mais importante da história do Shakhtar. No último ano conquistamos o Ucraniano, a Copa da Ucrânia e ainda fui eleito o melhor jogador do campeonato. Sinceramente eu não esperava tudo isso em tão pouco tempo. Estou muito feliz aqui, mas se eu sair tenho a certeza de que sairei pela porta da frente.


Como foi a adaptação ao futebol da Ucrânia? Quais as principais dificuldades que causaram algum tipo de problema?
Fora de campo, as principais dificuldades foram o idioma e o frio. É complicado treinar e jogar com temperaturas negativas, ainda mais pra um brasileiro que está acostumado com o calor. O russo também é muito difícil e por isso a comunicação era complicada no início. Mas essas barreiras já foram superadas. Dentro de campo, o estilo de jogo também é bem diferente, mais físico, com mais pegada e também foi necessária uma adaptação.


O futebol na Ucrânia, hoje, está em que patamar no cenário mundial?
O futebol ucraniano tem crescido muito nos últimos anos. Os clubes têm contratado cada vez mais grandes jogadores e hoje além do Shakhtar e do Dínamo, que sempre brigam por títulos, há equipes como o Metalist, que trouxe o Cleiton Xavier e o Taison, e o Dnipro, que contratou o Giuliano. Além disso, como o país vai sediar a Eurocopa em 2012, a estrutura também tem melhorado muito. Existem ótimos estádios como o nosso, que certamente é um dos melhores do mundo hoje.


Seleção Brasileira é um objetivo seu? E voltar pro Corinthians?
Com certeza a seleção é um objetivo, sempre trabalhei para isso. Tenho que continuar fazendo um bom trabalho no meu clube que certamente terei uma oportunidade e quando ela surgir tenho que estar preparado para agarrá-la.
É claro que penso em voltar pro Corinthians um dia. Mas ainda é cedo para pensar nisso. Meu objetivo nesse momento é continuar construindo uma carreira na Europa e quem sabe ter a possibilidade de jogar em um centro maior.

Neste ano, o Shakhtar foi eliminado nas quartas da Champions League para o poderoso Barcelona. Realmente há uma sensação diferente ao enfrentar a melhor equipe do mundo?
Existe. Você entra com uma motivação a mais por enfrentar uma equipe considerada a melhor, que tem grandes jogadores. Além disso, é o tipo de jogo que todo o mundo vê. Creio que a motivação de todos era máxima para aqueles jogos, mas infelizmente os resultados não foram os que esperávamos.


Qual a partida mais te marcou na carreira? E qual o gol mais bonito?
O jogo contra o Werder Bremen, na final da Copa da Uefa. Sem dúvida foi o título mais importante da minha carreira até agora e também o mais importante da história do Shakhtar. Apesar de ter feito gols bonitos e importantes aqui no Shakhtar, eu nunca vou me esquecer daquele gol contra o Atlético-PR (Foto abaixo), jogando pelo Corinthians. Foram dois no mesmo jogo, mas o segundo, com a bola rolando foi mais emocionante. Talvez não tenha sido o mais bonito, mas foi o mais emocionante, havia uma cobrança muito grande por eu não fazer gols.
Quais os planos para o futuro da carreira?
Quero conquistar mais títulos importantes, quem sabe uma Liga dos Campeões, jogar em um grande clube de um centro com mais visibilidade e chegar à Seleção Brasileira.

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