Empate mais do que justo

Arthur Stabile,

de São Paulo

Pela primeira vez no Brasil com o técnico Mano Menezes a Seleção brasileira enfrentou a Holanda no estádio Serra Dourada, em Goiás. Em clima de revanche, pelo menos para a torcida, o jogo tinha um gosto especial para os brasileiros. Além disso, por estarmos próximos da Copa América o treinador teve a chance de testar alguns jogadores e acabar com suas dúvidas sobre quem será convocado para a competição.

Na escalação Mano ousou, colocando três atacantes: Neymar, Robinho e Fred. Para compensar colocou três volantes no meio, dificultando a criação de jogadas pela ausência de um meia, como Thiago Neves ou Lucas, do São Paulo. Elano entrou com a 10, porém não teve desempenho em nível compatível do número da sua camisa.

A Holanda se defendeu, principalmente por jogar em campo adversário, e criou no contra ataque ou quando a Seleção diminuiu a pressão e o ritmo do jogo. As melhores chances foram dos holandeses, com Van Persie e Affelay, parando no goleiro Júlio Cesar, que assegurou o empate amargo, mas que poderia ter sido pior.

Neymar e Robinho foram bem. Agrediram bastante a defesa laranja, principalmente no segundo tempo da partida, forçando um pouco mais o gol, que não veio. Fred teve início apagado e com o crescimento dos dois atacantes também melhorou, mas nada espetacular.

Robben e Affelay foram os principais jogadores dos visitantes, tentando em jogadas individuais resolver a partida, não tendo hesito em suas missões, também bela grande atuação dos defensores canarinhos, Thiago Silva e Lúcio, precisos em suas ações defensivas. Outro jogador que se destacou foi o goleiro Krul, que barrou algumas boas tentativas brasileiras.

Durante a partida Lucas, Sandro e Elias entraram no meio campo, com atuações apagadas, entretanto, melhores que a de Ramires. O volante do Chelsea jogou muito nervoso, abusando de entradas fortes até que foi expulso, quando fez falta dura em Robben e recebeu o segundo amarelo. Durante todo o jogo o jogador pediu para tomar o cartão, mesmo quando já tinha levado o primeiro. A consequência não poderia ter sido outra. Leandro Damião e Adriano também entraram, porém não tiveram tempo para render nada.

Apesar do resultado não agradável foi proveitoso para o técnico Mano ver como seu time rendia mais ofensivo, com os três atacantes que queria: dois pela ponta e um centroavante entre os zagueiros. Não teve resultados instantâneos, mas pode render mais. Depois voltou aos 4-4-2, entretanto, com a expulsão de Ramires, nada pode aproveitar.

O próximo encontro da Seleção é nesta terça feira, em São Paulo, contra a Romênia na despedida do eterno 9 Ronaldo Fenômeno, que jogará os quinze minutos finais da primeira etapa. Será um jogo tranquilo, diferente do de hoje, exatamente para ter um bom resultado e agradar na partida final do craque da copa de 2002.

Fotos: Mowa Press / Reuters