De Belo Horizonte.
Por João Vitor e Matheus de Oliveira.
Por João Vitor e Matheus de Oliveira.
04/06/11 - Olá, amigos. Trazemos mais uma entrevista até vocês. Conversamos com o grande narrador Marcelo Gomes, da Rede CBN de Rádio, de São Paulo. Gentilmente, Marcelo aceitou responder a algumas perguntas nossas e trazemos o bate-papo para vocês. Trazemos também, ao longo do post, um áudio: a narração do "fenômeno" (apelido de Marcelo Gomes) e seu pai, Adamar Gomes, juntos, que buscamos em seu blog oficial (http://mgmarcelogomes.wordpress.com/)
Marcelo, você nasceu na cidade de Patos de Minas/MG. Quando veio para Belo Horizonte foi para acompanhar os pais, para estudar... O que te fez aparecer na capital mineira?
Morei em Patos até meus 17 anos. Segui para Belo Horizonte para estudar jornalismo. Iniciei meu curso no Uni-BH em 1997. Fui sozinho. Depois, parte da família acabou seguindo o mesmo caminho.
Sendo Patense, você deve ter uma ligação muito forte com os clubes da cidade: a URT e o Mamoré, ou pelo menos um deles. Mas o torcedor do interior traz o time da cidade, na maioria das vezes, como o seu segundo time do coração. Qual é o time do Marcelo Gomes?
Como sempre ia para os estádios com meu pai – que também é narrador – para ver os jogos dos times da cidade. Aprendi a gostar muito mais de rádio do que propriamente das equipes. Meu primeiro time foi o Flamengo, ainda criança. É uma coisa que poucos sabem. E outros nem acreditam... Hoje em dia, de verdade, tenho simpatia por muitos. Mas não me considero um torcedor.
Sempre quis trabalhar como comunicador ou já pensou em ter outra profissão? Ser narrador era um objetivo ou aconteceu casualmente e notaram que você tinha esse talento?
Queria ser professor, músico, jornalista... enfim. Mas no final, o gosto pelo rádio – acima de tudo o rádio – me levou ao curso de comunicação. Ser narrador não era algo que pensava no início. Comecei na reportagem geral. Depois passei pelo plantão esportivo. Reportagem de Campo. Ancoragem de intervalos e aberturas de transmissões esportivas. Em 2002 recebi o convite para narrar alguns jogos na CBN em BH. Fiz. Gostei demais. Então investi na carreira.
No seu blog há a enquete pro torcedor escolher quem é o favorito pro Brasileirão 2011. O seu voto foi ou vai para que time?
Gostaria de votar em vários. Seria mais fácil. Mas como não posso, vou arriscar: Santos. Foi meu voto. Mas tem muita coisa para acontecer. Não sei se perderão jogadores, se outras equipe ganharão força, mas vale a enquete e a disputa é bacana.
Após a partida entre Santos e Once Caldas surgiram informações que muitos jornalistas tiveram dificuldades de voltar pra casa. Isso procede?
Foram problemas no vôo da volta. Por conta das chuvas na Colômbia alguns aeroportos foram fechados. Entre eles, Manizales e Pereira. Tivemos que pegar um ônibus até a cidade de Armenia. O tempo melhorou um pouco no dia seguinte. Então seguimos para Bogotá. Depois São Paulo.
Fenômeno, você conhece vários estádios pelo Brasil. Qual dos principais estádios do país oferece a melhor e qual oferece a pior estrutura para se trabalhar? Aliás, no dia de ontem (23/05), Deva e Mário Marra tiveram problemas no estádio do Teixeirão, onde o Palmeiras jogou. Esse tipo de problema é comum nos estádios brasileiros?
Cito alguns bons estádios: Arena da Baixada, Pacaembu, Morumbi (cabine das rádios de SP), enfim... há outros bons estádios. Existem alguns estádios que são sensacionais, lindos, mas que às vezes não oferecem boa condição de trabalho para imprensa. Infelizmente não é raro.
Marcelo Gomes, à esquerda, narrando pela CBN.
Por falar em “Fenômeno”, na Rede CBN, você recebeu este apelido. Quem lhe deu a alcunha?
Deva Pascovicci. Quando cheguei a Sampa ele começou a me chamar de Tufão. Depois, acho que mudou de idéia. Eu acho engraçado.
Você narrou o Campeonato Espanhol em 2008 pela TV. Como classifica essa experiência para sua carreira e, se houvesse a oportunidade, voltaria a narrar jogos pela Televisão?
Gostei demais. Quero fazer TV. Voltaria a narrar sim. E digo mais: não só futebol. Quero narrar basquete, vôlei e outros esportes na TV.
Além de comunicador, você também é músico, Marcelo. Leva esse lado profissionalmente também ou apenas nas horas vagas? Se não leva, pensa em levar?
Toquei por muito tempo em banda. Hoje não tenho este tempo. Faço alguns arranjos musicais em casa mesmo. Algumas idéias para amigos compositores e cantores.
Um jogo marcante e por quê ...
Eita. Tem um monte, mas há alguns anos fiz uma transmissão simultânea com meu pai. Estava passando férias em Patos de Minas e ele me convidou. Foi a primeira e única vez que fizemos uma transmissão juntos. Foi demais.
Faremos a você agora uma pergunta que já fizemos a outros narradores, como seu companheiro de emissora Deva Pascovicci. Suponhamos que você receba o convite para ser o coordenador de esportes de uma rádio. Monte sua equipe de esportes completa, com narrador, comentarista, repórteres e plantonista. Pode incluir também aqueles que já penduraram os microfones.
Complicado hein... Quanto poderia gastar? Sei que levaria meu pai. Foi minha primeira referência. Levaria Osmar Santos, Luis Roberto, Osvaldo Pascoal e outras feras.
Quando conversamos com narradores ou assistimos a algumas entrevistas, cada um deles mostra um modo diferente de se preparar para as partidas. Como você se prepara para as transmissões?
Muita água, uma boa noite de sono, tranquilidade e tudo que você puder saber sobre o evento, jogadores e times. Gosto de ter um bom material sobre o extra campo. Sobre a situação política da cidade, do evento ou das equipes envolvidas, por exemplo.
Para finalizar, Marcelo, deixe alguma dica àqueles que querem se tornar um grande narrador e, sobretudo, um grande comunicador esportivo.
É preciso gostar de rádio (ou de TV e jornal para aqueles que vão seguir por este caminho). Costumo dizer que gosto muito mais de rádio do que do futebol. Estudar, ler, conhecer e, acima de tudo, escutar e ouvir o que algumas pessoas tem a dizer. Acho que isso é o mais importante.
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