João Vitor,
de Belo Horizonte.
Com presença de público pífia e após quatro jogos de invencibilidade americana em clássicos, o Atlético venceu e está com um pé na final do Campeonato Mineiro de 2011.
Não seria fácil. Existe toda uma mística por trás desse Atlético e América. Chamada, um dia de clássico das multidões, a partida de hoje contou com um incrível público de 2800 pessoas pagando o ingresso. Mesmo quando se mantinha em maus momentos, a equipe americana crescia em clássicos e sempre engrossou as partidas contra o Atlético.
E pra provar o que digo sobre essa tradição americana em dificultar clássicos, apenas o Coelhão jogou em grande parte da primeira etapa. A primeira jogada foi do América, numa triangulação envolvente e finalização de Irênio por cima. Lances depois, o "anjo" Gabriel cabeceou na trave. Por falar em Gabriel, na segunda etapa ele não teve nada de "anjo". Mas isso é assunto para depois.
A partir dos doze minutos, o Atlético tentou abafar o América em sua defesa. Com um meio campo formado por jogadores jovens (todos formados na base alvinegra) e velozes, o Atlético criava muito. Mas não finalizava bem. Renan Oliveira tentou duas vezes, Flávio espalmou e a bola sobrou para Ricardo Bueno que, mesmo sem ângulo, tentou o gol. Flávio fez boa defesa.
Gabriel, que já havia acertado a trave de Renan Ribeiro em uma oportunidade, dessa vez acertou o alvo. Em cobrança de escanteio vinda da direita, o zagueiro americano cabeceou para o fundo do gol. 1 a 0.
A torcida do Atlético começou a descontar sua insatisfação vaiando alguns jogadores. E conseguiu tirar um de campo. Ricardo Bueno ficou muitíssimo nervoso, errou bolas fáceis e foi sacado por Dorival. Neto Berola adentrou o gramado na vaga cedida por Bueno. A mudança fez muito bem ao Atlético. Em jogada de Berola, Patric recebeu, fintou o zagueiro e finalizou de canhota. Golaço. 1 a 1. Na comemoração, Patric provocou a torcida, colocando as mãos nas orelhas e gritando em direção às arquibancadas vazias. Sorte dele.
A arbitragem foi o destaque negativo. O árbitro Luís Flávio de Oliveira deixou de marcar uma penalidade à favor do América, quando Leonardo Silva interceptou um passe com as mãos, dentro da área.
Mauro Fernandes errou em substituição no intervalo. Ao colocar o volante Nando na lateral em lugar de Sheslon. O volante não atacou e não defendeu bem. Berola "deitou e rolou" naquela faixa do campo.
Dudu, pelo lado do América, e Fillipe Soutto, pelo lado atleticano. Dudu é sinônimo de luta, vontade. Fillipe é tranquilo, tem bom passe.
Por falar em Soutto, o escanteio do gol da virada foi cobrado por ele. Leonardo Silva desviou no primeiro pau e Neto Berola só empurrou. Atlético na frente. 2 a 1, aos 10 minutos da etapa complementar.
O Atlético viraria a partida 14 minutos depois, em contra golpe iniciado por Serginho e terminado por ele mesmo. Cruzamento certeiro de Patric na cabeça do camisa 7. E como diria o Rei Dadá, "é queixo no peito". 3 a 1.
Dudu, pelo lado do América, e Leonardo Silva, pelo lado do Atlético, estarão de fora da partida do próximo fim de semana. A partida está marcada para sábado, mas pode ser remarcada após reunião a ser realizada no dia de amanhã.
Falei sobre o zagueiro Gabriel no início do post. Se envolveu em disputas duras e desleais com Neto Berola. Se o jogo prosseguisse por mais cinco minutos, pelo menos um dos dois sairia. Por isso disse que suas atitudes não fizeram jus ao seu apelido.
Ficha do jogo:
América: Flávio; Sheslon (Nando), Otávio, Gabriel e Rodrigo; Dudu, Leandro Ferreira, Camilo (Davi Ceará) e Irênio (Euller) ; Luciano e Fábio Júnior.
Técnico: Mauro Fernandes.
Atlético: Renan Ribeiro; Patric, Réver, Leonardo Silva e Guilherme; Fillipe Soutto, Serginho, Renan Oliveira e Giovanni (Toró); Mancini (Daniel Carvalho) e Ricardo Bueno (Neto Berola).
Técnico: Dorival Júnior.
Árbitro: Luís Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Carlos Berkembrock (SC) e Fabrício Vilarinho da Silva (GO)
Público Pagante: 2818
Renda: R$ 70.935,00
"O Dono do Jogo"
Serginho deu mobilidade ao meio campo atleticano. Iniciou jogadas, roubou bolas e ainda fez gol. Por ser o mais completo em campo, foi escolhido como "o Dono do Jogo".
Fotos: Marcos Michelin/EM/D.A Press
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