quarta-feira, 27 de abril de 2011

Grêmio tropeça em casa e se complica na Libertadores

Gustavo Carratte,
de São Paulo.

Sonho do Tri fica mais distante com derrota, em pleno Olímpico, por 2x1 para Universidad Católica. Borges foi expulso ainda no primeiro tempo.

Jogando no Olímpico, e tendo a obrigação de fazer o resultado em casa para poder ter mais tranquilidade no jogo de volta, o Grêmio foi a campo precisando mostrar um futebol eficiente.

Os desfalques eram muitos. Victor, Rodolfo, Lúcio, entre outros, que deixavam o tricolor gaúcho mais fragilizado.

Apesar de todas as ausências importantes, o Grêmio começou o jogo indo pra cima do adversário. Com uma postura totalmente ofensiva, o Universidad Católica foi acuado no seu campo de defesa, e passou por apuros em seguidas cobranças de escanteio, que aconteceram ainda nos minutos iniciais.

Com muitos jogadores participando das ações ofensivas, Douglas, aos 10 minutos, chegou a acertar a trave do goleiro Garcés.

Aos poucos, os chilenos foram equilibrando a partida. Não finalizavam, mas detinham mais a posse de bola e diminuiam as chances da pressão gremista continuar. Na metade do primeiro tempo, após muita paciência na troca de passes, conseguiram, enfim, chegar com perigo. Um chute de longe assustou Marcelo Grohe, reserva de Victor e titular no jogo de hoje.

Apesar do susto, não houve abatimento e Borges foi quem tentou uma jogada de gol. Após passar por um marcador na entrada da área, finalizou à direita da meta adversária. Em cobrança de falta, pouco depois, cruzamento para dentro da área, mas houve boa intervenção do goleiro.

Aos 28, um vacilo da defesa originou um gol do adversário. Aparentemente, não era um ataque gremista que poderia levar muito perigo, mas, desnecessariamente, boa parte dos atletas foram para o ataque, e isso acabou deixando a defesa desguarnecida. Pratto aproveitou passe de seu companheiro que o deixou sozinho para marcar. Foi o 5º gol do atacante na competição.

O Grêmio não conseguiu se encontrar após sair em desvantagem. Nenhuma chance de gol foi criada, e o Universidad Católica jogava de maneira muito cautelosa.

Sem paciência e com nervosos a flor da pele, Borges agrediu um zagueiro adversário sem bola, e foi expulso de campo. Renato Gaúcho estava furioso com o destemperamento da sua equipe. E não era pra menos. Além da expulsão, prova viva disso foram os cartões amarelos recebidos por William Magrão e Adílson. O primeiro, antes do vermelho para Borges. E o segundo, pouco depois.

Mesmo com 10 em campo, o tricolor chegava, principalmente com jogadas pela direita. Porém, em várias oportunidades, faltava justamente a referência no ataque. Não tinha ninguém para empurrar pra dentro, ou para pelo menos brigar com os zagueiros pela sobra. A criação de jogadas esboçava ser a mesma de antes do gol dos chilenos, mas o time brasileiro perdeu muito em finalização.

Nos acréscimos, Cañete teve grande oportunidade de ampliar a vantagem dos visitantes. No desespero de buscar a igualdade ainda no primeiro tempo, o Grêmio se atirou para o ataque, e o contra-ataque chileno chegou a ser de 3 atacantes contra apenas 2 marcadores.

Na última oportunidade, cobrança de falta perigosa de Douglas, que obrigou Garcés a fazer uma importante defesa.

Após o intervalo, Renato Gaúcho tirou o volante William Magrão para colocar o atacante Lins. Apesar de uma tática bem mais ofensiva, a equipe voltou mais tranquilizada. O tempo passava, a torcida apertava, mas o time estava mais equilibrado e menos ansioso. As jogadas não eram forçadas a todo instante, e obviamente isso ajudava.

Não demorou muito para o Imortal chegar ao empate. Aos 13 minutos, em um lindo chute de fora da área, Douglas mandou a bola no ângulo direito de Garcés, que nada pôde fazer. O jogo estava empatado, a torcida voltava a jogar junto com o time, e as esperanças de poder alcançar o milagre já haviam se tornado realidade.

A reação não parou por aí, e a postura de buscar o ataque foi mantida. Com ainda mais precaução, mantendo um nível razoável entre ofensividade e cuidado com a defesa, para não ser surpreendido.

Novamente aos 28 minutos, Pratto acabou com a festa do tricolor gaúcho. Boa chance criada pelos chilenos, e o artilheiro guardou o seu segundo gol no jogo.

A situação estava complicada. O Grêmio tentou chegar ao novo empate de todas as maneiras possíveis. Entraram Carlos Alberto e Escudero, jogadores de ataque, mas não funcionou.

No fim, Grohe salvou cara a cara uma chance claríssima de gol. Para a classificação, seria algo ainda mais catastrófico.

Vaias depois do apito final do árbitro, e foram merecidos. O desequilíbrio emocional do primeiro tempo foi determinante para o resultado final.

Por outro lado, o árbitro também foi decisivo. A expulsão de Borges foi justa, mas errou em praticamente todos os outros lances de grande importância. Alguns jogadores do Grêmio sofreram entradas cruéis e que, para o árbitro, não foram nada. Os lábios de Rochembach saíram sangrando, após o primeiro tempo, por culpa de um pisão do defensor chileno. No segundo tempo, tantas outras chegadas fortes e desleais que não foram assinaladas como faltosas. Em uma delas, o infrator tinha cartão amarelo, o que acarretaria na sua expulsão e na igualdade numérica em campo. O destemperamento não é justificado por isso, e certamente foi o principal responsável pelo mau resultado, mas não se pode descartar esses fatos lamentáveis.

No jogo de volta, fora de casa, o Grêmio precisará vencer o Universidad Católica por dois gols de diferença para poder avançar. Caso consiga marcar três gols ou mais, uma vitória por apenas um gol é o suficiente. Um novo 2x1, a favor dos gaúchos, leva a partida para os pênaltis. Obviamente, qualquer vitória ou empate do time do Chile os classificam.

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