terça-feira, 15 de março de 2011

"Boleiros da Arquibancada" entrevista: Fábio Pinel

De Belo Horizonte.
Por João Vitor Cirilo e Matheus de Oliveira.

15/03/11 - Fábio Imaeda Pinel é mineiro de Belo Horizonte, formou-se em Comunicação Social pelo Uni-BH em 2002. A partir daí começou a trabalhar no Sistema Globo de Rádio, pois já tinha uma experiência anterior na Radio Lagoinha FM, da própria universidade. Passou também pelo Jornal O Tempo e hoje é comentarista, narrador e coordenador de esportes da TV Bandeirantes, em Minas Gerais.

A equipe do Boleiros da Arquibancada, representada por João Vitor e Matheus de Oliveira, entrevistou o jornalista Fábio Pinel:

Desde pequeno o interesse já era o de seguir carreira na comunicação esportiva ou, como todo garoto, sonhava em se tornar um jogador?
Nunca sonhei em ser jornalista. Como toda criança, queria ser jogador de Futebol. Não tive sucesso. Passei no vestibular para Publicidade e Propaganda. Durante o curso consegui um estágio em uma rádio comunitária (mantida pela própria faculdade). Foi quando descobri o que gostaria de ser.

Há ou houve algo ou alguém que te incentivou a seguir carreira?
Meus pais sempre me apoiaram em tudo o que eu quis fazer. Diria que eles são meu incentivo.

Sobre o início de carreira, ficou conhecido por seus bons trabalhos reportando na Rádio Globo Minas. Como surgiu o convite para trabalhar no Sistema Globo de Rádio?
Eu estava formado há dois meses quando fiquei sabendo da existência de uma vaga para repórter no Sistema Globo de Rádio. Como todo recém-formado, levei meu currículo para o Marcos Guiotti avaliar. Ele gostou e fui contratado.

Na descrição dos gols, você usava um bordão: “Pinel de alegria!”. Foi uma criação sua ou uma sugestão de alguém, devido à seu sobrenome?
Quando eu soube que seria repórter de campo, imediatamente passei a me preocupar com um bordão. Afinal, os principais radialistas tinham os seus. Eu também queria, né? Precisava marcar meu nome de alguma forma. Quebrei a cabeça até chegar ao “Pinel de Alegria!”. Fui iluminado nessa hora.

Das mídias em que você já trabalhou, rádio e agora a TV, qual considera a melhor e por quê?
É uma resposta bem particular. Tenho vários colegas que divergem da minha opinião nessa questão. Rádio é legal porque você pode dar qualquer notícia a qualquer hora. Só precisa de um telefone. Por outro lado, a mídia exige muito mais de você justamente por causa dessa praticidade. A forma como as empresas trabalham também é ruim. Existe uma certa exploração dos profissionais. Final-de-semana de folga não existe, porque os jogos se concentram aos sábados e domingos. É um pouco cansativo, principalmente se o veículo trabalha com poucos profissionais. Ainda assim, o Rádio é o melhor meio de comunicação. O princípio do Jornalismo é informar e não vejo nenhum veículo fazendo isso melhor do que o Rádio. É barato, rápido e acessível.

Como aconteceu o convite para se transferir à Rede Minas e, agora, assumir a Coordenação de Esportes da TV Bandeirantes de Minas Gerais
Fui chamado para trabalhar na Rede Minas em maio de 2008. Estava cobrindo férias no jornal “O Tempo” e eles precisavam de um repórter. Foi uma escola para mim, onde aprendi muito sobre como trabalhar em televisão. O convite para coordenar a equipe de Esportes da Band partiu de uma necessidade da Dimara Oliveira. Ela estava sobrecarregada na emissora e precisava de alguém para ajudá-la. Eu estava no lugar certo, na hora certa.

Ainda no programa Meio de Campo, da Rede Minas, você começou a mostrar um novo lado que ainda não havia sido descoberto: o de narrador. O interesse em narrar foi demonstrado por você ou foi um convite? E prefere narrar ou comentar?
Era um interesse meu, mesmo. Acho impressionante a capacidade que certos narradores (principalmente os de rádio) têm de prender a atenção dos ouvintes/telespectadores durante as transmissões. É uma certa magia, e acho isso muito legal!

Há alguém em que se espelhe na narração, Fábio?
Não me espelho em ninguém para evitar que minha narração seja parecida com a de outra pessoa, mas gosto muito dos trabalhos do Nivaldo Prieto e do Osvaldo Reis. Sílvio Luiz também é bom, só que tem um estilo bem diferente. É engraçado, leve e divertido, mas ao mesmo tempo menos jornalístico.

Você tem um blog, o “Camisaria Futebol Clube”. Qual camisa de clube você acha a mais bonita? E de seleções?
Difícil responder essa pergunta. Gosto de tantas camisas. Terei que pular essa pergunta...

Apostaria em que equipe para ser campeã da Uefa Champions League?
Como torcedor do Barcelona sou suspeito para responder essa questão, mas diria que, além do Barça, Manchester United e Real Madrid são fortes candidatos ao título. Será mais fácil fazer uma previsão após a definição dos confrontos das quartas-de-final – o que acontecerá no dia 18 de Março.
Sobre os times mineiros, Pinel. Acredita que o Atlético, na Copa do Brasil, e o Cruzeiro, na Libertadores, tem chances reais de título?
A saída de Diego Tardelli enfraquece bastante o time do Atlético. Neto Berola, Ricardo Bueno, Jobson, Magno Alves, Wesley e Jheimy não me parecem em condições de substituírem o “Camisa 9” como o torcedor espera. Se a diretoria trabalhar rápido (e bem), o Galo pode sonhar em ir longe na Copa do Brasil deste ano. Título? Não creio.
Apesar de Wallyson viver um bom momento, o ataque do Cruzeiro ainda precisa de uma referência. Thiago Ribeiro e Wellington Paulista decepcionam nesse início de temporada. Farias ainda não mostrou a que veio. Ortigoza, então, nem se mostrou. André Dias precisa de tempo. Porém, o meio da Raposa vai bem. Montillo é habilidoso e inteligente. Henrique e Paraná dão segurança. Roger ainda é instável, mas tem se saído bem. A defesa é que precisava de um zagueiro e laterais melhores. Fábio e Victorino se destacam nesse começo de ano. O time está jogando bem na Libertadores, mas ainda é cedo para sonhar com o título.

Fábio, deixe alguma dica àqueles que querem seguir carreira no jornalismo esportivo.
Para começar, diria que é importante saber o que você quer fazer. Assim, evita-se a perda de tempo. Eu, por exemplo: passei no vestibular para Publicidade e Propaganda e descobri, no 3º semestre do curso, que eu gostaria mesmo era ser jornalista esportivo. Felizmente consegui trocar de curso sem problemas, pois na minha epóca a grade curricular era a mesma nos dois cursos até o 4º período.
O jornalista deve gostar de ler e escrever. É importante saber um pouco de tudo o que está acontecendo e se comunicar bem com as pessoas. Se você gosta de escrever, pode ir para jornais ou sites. Se gosta de falar muito, seu lugar é no rádio. Se gosta de aparecer, pode tentar a televisão. Só não pode ser tímido, pois jornalista tímido e/ou com vergonha não vai longe. Tem que perguntar aquilo que as pessoas querem saber.

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