Arthur Stabile,
de São Paulo.
Há quatro anos sem se enfrentarem, França e Brasil se encontraram novamente hoje no estádio Le France, onde perdemos em 1998 a final da copa para os anfitriões franceses. Essa freguesia brasileira frente a França é antiga, em copas do mundo ganhamos só na época de Pelé e depois fomos eliminados em todas as vezes, em 86, 98, e nas quartas de final da copa de 2006. Em amistosos são dezenove anos sem vitórias, e o tabu continua.
Parecia que o jogo seria bom para o Brasil, com um time renovado e com bons nomes contra a França que busca se renovar, mas é apenas um time mediano, comum, com um ou outro jogador que pode resolver como Benzema e Menéz, mas não foi o que aconteceu. A partida estava equilibrada, os times ainda estavam se adaptando com o estilo de jogo do adversário e se estudando, até que Hernanes, melhor jogador do Brasil até então, acerta um golpe – parecido com o que Anderson Silva aplicou na vitória contra Vitor Belfort – e acabou expulso. Não tivemos nenhum sufoco no primeiro tempo, mas no segundo a história foi mais sombria pros brasileiros.
Voltamos ao gramado com a mesma equipe, um erro de Mano Menezes, que demorou a pensar em fazer substituições e quando elas aconteceram foram precipitadas taticamente, o que só contribuiu para manter o resultado favorável a França. Ao tirar Robinho e colocar Sandro ficou claro que o placar do jogo seria aquele, – ainda mais com a grande atuação do goleiro Julio Cesar, que salvou o time quando foi preciso – mesmo que depois Mano colocou André e Hulk no ataque, que até foram bem no pouco tempo que tiveram, mas insuficiente para produzir algo decisivo. A perda de Hernanes foi fundamental pela derrota, mas não devemos queimar o jogador que não é maldoso, foi apenas um lance isolado.
O verdadeiro problema foi o medo do técnico brasileiro em avançar o time e ir para o tudo ou nada, o que poderia ter modificado o resultado a nosso favor. Esse receio tem que acabar, pois perder de 1x0 ou de 2x0 não muda em nada para a seleção, nosso time tem que se arriscar mais e ser mais ofensivo. Se tivéssemos jogado igual a seleção Sub – 20 jogou contra a Argentina mesmo com um a menos, indo para o ataque, poderíamos ao menos ter empatado a partida.
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