sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

"Boleiros da Arquibancada" entrevista: Paulo Azeredo

De Belo Horizonte.
Por Matheus de Oliveira e João Vitor Cirilo.



11/02/11 - É com grande satisfação que entrevistamos uma das maiores revelações do jornalismo esportivo em Minas Gerais. Estamos falando do narrador, comentarista e às vezes também repórter, Paulo Azeredo. Conheça um pouco mais do seu trabalho no nosso bate-papo, que trazemos abaixo.


Obrigado pela visita!



(Paulo Azeredo na cabine da Rádio Inconfidência no Mineirão)


Paulo, vamos começar falando sobre como surgiu o seu interesse pelo futebol. Desde criança jogava bola com os amigos e acompanhava o futebol?
Sempre joguei bola e fui um apaixonado pelo futebol. Estudei no colégio Santo Agostinho em BH e desde criança fiz escolinha de futebol na escola. Quando maior também participei das equipes do colégio Santo Agostinho. Quanto a ida aos estádios, desde os 7 anos fui acompanhando meu pai.


E qual a ligação do futebol com o rádio na sua vida? Quando surgiu a vontade de fazer jornalismo esportivo?
Bom, a paixão pelo rádio é antiga e herdei do meu pai. Ele sempre gostou de acompanhar o futebol pelo rádio. Quanto ao jornalismo esportivo, devido à minha paixão com o futebol, desde a época que ingressei na faculdade busquei uma oportunidade no meio. Ela chegou em 2004 para iniciar um estágio na Rádio Inconfidência. Daí pra frente fui buscando meu espaço.


Qual o primeiro requisito para ser um bom narrador?
Ter uma boa e rápida leitura de jogo. O mais importante no rádio é situar direitinho em que local do campo a bola está.


Você é um profissional que surgiu no rádio. Certa vez, o narrador José Carlos Araújo disse que o profissional do rádio consegue se dar bem em todas as mídias, tem facilidade maior em se comunicar. Foi fácil a adaptação à TV, onde comenta no programa Jogada de Classe?
Bem, é diferente sim. Só a questão da imagem já inibe um pouco. Na TV as frases devem ser mais curtas e bem elaboradas. Mas, acredito que é questão de tempo a adaptação. Graças a Deus pra mim foi rápido.


Você é anunciado como o 'locutor alegria'. A forma como é anunciado veio em consequência do bordão "alegria, alegria", ou ao contrário? E como surgiu o bordão?
Esse bordão veio de um professor de futebol que eu tive. Ele sempre falava "quando sair cara a cara com o goleiro, aí é só cutucar e alegria, alegria." Quando eu comecei a narrar isso veio à minha cabeça e meu bordão ficou assim. Por isso tenho esse bordão comigo.


Em certa entrevista você disse: "Aquele (cronista esportivo) que diz que não tem uma equipe, vai me desculpar, mas é um mentiroso. Não há como gostar de futebol sem ter um time, sem frequentar um campo de jogo...". Para qual time o Paulo Azeredo torce?
Sinceramente, acho uma demagogia muito grande aqueles que tentam disfarçar ou até mesmo enganar os ouvintes dizendo que não tem time ou que torcem para determinada equipe e na verdade é para outra. Eu sou atleticano. Entretanto, desde que me tornei um cronista esportivo a paixão pelo clube foi deixada de lado. Quando narro um Atlético x Cruzeiro, por exemplo, coloco emoção para os dois lados. Com a vivência do dia-a-dia você consegue separar bem as cosias.


Como você reagiu com a grade repercussão da sua narração no gol do Obina contra o Grêmio Prudente, no Brasileiro do ano passado, onde você usou o termo "É Obination tion, é Obination!"?
Bem, na verdade isso veio do povo. E por isso eu só passei para o microfone o que já estava na boca do povo. O reconhecimento foi muito legal e eu fiquei feliz por isso.



gol de Obina que citamos na entrevista, narrado por Paulo Azeredo:






O América depois de 10 anos retornou à série de elite do futebol nacional, o Atlético fez um alto investimento em contratações e o Cruzeiro manteve mais uma vez a base de sua equipe. Quem é o favorito para vencer o Campeonato Mineiro?
Penso que o Cruzeiro assim como no ano passado é o favorito. O América vai incomodar bastante e pode até chegar. O Atlético tem sim um bom time, mas o Dorival terá trabalho para encontrar o encaixe certo. Se isso acontecer, entra em igualdade com a raposa na disputa pelo título. Mas a manutenção da base de três anos faz toda a diferença em um campeonato de tiro curto. Por isso, se tivesse que apostar hoje em uma equipe, esta equipe seria o Cruzeiro.


A Copa do Mundo de 2010 foi a primeira na sua carreira. Qual a sensação de participar de um evento de tamanha grandeza?
Sinceramente, penso que a Copa do Mundo é com toda certeza o maior evento esportivo do planeta. Algo que nunca vi em nenhuma partida de futebol a qual havia trabalhado anteriormente. O clima, as pessoas, os próprios estádios, a torcida e os times, tudo foi espetacular. Sem contar o bastidores do evento que também pude aprender muito. Para quem trabalha com o esporte é algo inigualável e que todo cronista esportivo deve lutar para cobrir.


Você acha que a Copa da África pode ser uma prévia da Copa no Brasil em 2014?
Acredito que a África e o Brasil se equivalem somente quanto ao povo. Ambos são muito hospitaleiros e gostam de receber turistas. No que diz respeito a infraestrutura o transporte coletivo de lá é fraco, mas em compensação a malha rodoviária e os aeroportos dão um show nos que temos por aqui. Penso que temos tudo para fazer um bom Mundial também, mas é preciso trabalhar, principalmente na estrutura que cerca um evento como a Copa do Mundo.

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